O filme Cidade Cinza e algo de muito revolucionário

Por Marcelo Mesquita e Igor Kupstas

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Como deveriam atuar os produtores e os distribuidores de cinema nos dias de hoje, nesse mundo pautado pela internet, pelas câmeras digitais e redes sociais? A resposta, em tese, é simples. Além de pesquisar e praticar com muito afinco seu caro oficio, eles deveriam ouvir o público, andar lado a lado com ele, de mãos dadas se a oportunidade permitir. Atualmente é possível criar interação entre o filme e os seus potenciais espectadores desde o começo do projeto, a cada etapa do processo, do início ao fim.

Existe algo de muito revolucionário em fãs de um filme financiando o seu lançamento, especialmente se ninguém viu o filme ainda. São fãs do tema proposto, da ideia, são pessoas que se pudessem fariam o filme só para assisti-lo. Cinema é algo coletivo da concepção à apreciação, e nada mais natural do que envolver o público nesses processos, uma vez que temos ferramentas como o Catarse para unir essas vontades.

O longa Cidade Cinza, da produtora Sala 12, que aborda a relação do grafite com a cidade de São Paulo a partir da ótica de grafiteiros renomados como OsGemeos, Nunca, Nina, que fazem sucesso em galerias e museus e têm que enfrentar a incompreensão da prefeitura de SP que pinta de cinza seus trabalhos nas ruas, encarou dificuldades para viabilização e levou seis anos para ser realizado.

Apagando grafite

Produzido inicialmente com recursos próprios, em 2011 o projeto foi aprovado pela Lei do Audiovisual, mas faltaram captar R$ 83 mil do orçamento total,  necessários exatamente para distribuição - o que inclui gastos com produção de cópias para salas de cinema, divulgação, assessoria de imprensa, impostos, evento de lançamento, entre outros.

Por isso, o filme partiu para o financiamento coletivo. E após muitos contatos, conseguiu a divulgação de inúmeros blogs e sites, além de menções nas redes sociais de players importantes como o músico Criolo, que também fez a trilha ao lado de Daniel Ganjaman, e o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, que é fã d’OsGemeos. Assim, dos R$ 83 mil solicitados, Cidade Cinza arrecadou R$ 98.778, com o total de 530 apoiadores.

A iniciativa também chamou a atenção da distribuidora recém-inaugurada O2 Play, um braço da produtora O2, que, como um "mega apoiador", reforçou a parte financeira e deu suporte no marketing e na logística do projeto, e vai trabalhar em regime de codistribuição com a Espaço Filmes, de Adhemar de Oliveira, responsável pela programação do filme em cinemas de todo o Brasil.

 

Cidade Cinza

Parte importantíssima do trabalho de um distribuidor é estimar e estimular a demanda, para acertar a oferta. Filtros digitais como as redes sociais tornam possível um distribuidor e produtor pequenos falar diretamente com o seu público de nicho e mobilizar movimentos ao redor de um tema. E o Cidade Cinza possuía tudo isso: tinha o apoio de centenas de usuários do Catarse, uma página no Facebook movimentada e voltado ao nicho do grafite e diretores dispostos a trabalharem na divulgação.

Cidade Cinza vai estrear em 22 de novembro em oito cidades brasileiras, em 12 cinemas, com muito orgulho. E podemos afirmar, com certeza, que esse novo mundo revolucionário da distribuição está só começando.
Colaborador
Este texto foi escrito por um colaborador do Catarse! Quer ser um colaborador? Mande um email para comunicacao@catarse.me com a sua sugestão de pauta. ;)

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O filme Cidade Cinza e algo de muito revolucionário

Por Marcelo Mesquita e Igor Kupstas

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Como deveriam atuar os produtores e os distribuidores de cinema nos dias de hoje, nesse mundo pautado pela internet, pelas câmeras digitais e redes sociais? A resposta, em tese, é simples. Além de pesquisar e praticar com muito afinco seu caro oficio, eles deveriam ouvir o público, andar lado a lado com ele, de mãos dadas se a oportunidade permitir. Atualmente é possível criar interação entre o filme e os seus potenciais espectadores desde o começo do projeto, a cada etapa do processo, do início ao fim.

Existe algo de muito revolucionário em fãs de um filme financiando o seu lançamento, especialmente se ninguém viu o filme ainda. São fãs do tema proposto, da ideia, são pessoas que se pudessem fariam o filme só para assisti-lo. Cinema é algo coletivo da concepção à apreciação, e nada mais natural do que envolver o público nesses processos, uma vez que temos ferramentas como o Catarse para unir essas vontades.

O longa Cidade Cinza, da produtora Sala 12, que aborda a relação do grafite com a cidade de São Paulo a partir da ótica de grafiteiros renomados como OsGemeos, Nunca, Nina, que fazem sucesso em galerias e museus e têm que enfrentar a incompreensão da prefeitura de SP que pinta de cinza seus trabalhos nas ruas, encarou dificuldades para viabilização e levou seis anos para ser realizado.

Apagando grafite

Produzido inicialmente com recursos próprios, em 2011 o projeto foi aprovado pela Lei do Audiovisual, mas faltaram captar R$ 83 mil do orçamento total,  necessários exatamente para distribuição - o que inclui gastos com produção de cópias para salas de cinema, divulgação, assessoria de imprensa, impostos, evento de lançamento, entre outros.

Por isso, o filme partiu para o financiamento coletivo. E após muitos contatos, conseguiu a divulgação de inúmeros blogs e sites, além de menções nas redes sociais de players importantes como o músico Criolo, que também fez a trilha ao lado de Daniel Ganjaman, e o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, que é fã d’OsGemeos. Assim, dos R$ 83 mil solicitados, Cidade Cinza arrecadou R$ 98.778, com o total de 530 apoiadores.

A iniciativa também chamou a atenção da distribuidora recém-inaugurada O2 Play, um braço da produtora O2, que, como um "mega apoiador", reforçou a parte financeira e deu suporte no marketing e na logística do projeto, e vai trabalhar em regime de codistribuição com a Espaço Filmes, de Adhemar de Oliveira, responsável pela programação do filme em cinemas de todo o Brasil.

 

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Parte importantíssima do trabalho de um distribuidor é estimar e estimular a demanda, para acertar a oferta. Filtros digitais como as redes sociais tornam possível um distribuidor e produtor pequenos falar diretamente com o seu público de nicho e mobilizar movimentos ao redor de um tema. E o Cidade Cinza possuía tudo isso: tinha o apoio de centenas de usuários do Catarse, uma página no Facebook movimentada e voltado ao nicho do grafite e diretores dispostos a trabalharem na divulgação.

Cidade Cinza vai estrear em 22 de novembro em oito cidades brasileiras, em 12 cinemas, com muito orgulho. E podemos afirmar, com certeza, que esse novo mundo revolucionário da distribuição está só começando.

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