O tesouro dos poetas revelado na internet

Por Mayara Teixeira

Para “esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria seus rivais”, Chico Buarque usava um recurso poderoso. No prefácio da edição do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, lançada em 2010, ele deu a declaração acima e revelou que usava o livro no acabamento de romances e letras de canções.

“Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro”, escreveu sobre o relançamento da obra, antes uma raridade.

Para infelicidade de Chico e felicidade de inúmeros criativos que circulam pela internet, o letrista e, agora, linguista Felipe Iszlaji desenvolveu um dicionário analógico digital e disponível na internet.  O Dicionário Criativo foi financiado colaborativamente através do Catarse e funcionará como um integrador de dicionários e ferramentas criativas.

“Além do fato de o livro estar desatualizado, quando eu precisava escrever, procurava outras fontes de informação, como sites de citações ou provérbios. Então, tive a ideia de reunir num mesmo lugar essas diferentes plataformas, afinal, elas se relacionam. Uma puxa a outra”, conta Felipe.

dicionaria-criativo-catarse-financiamento-coletivo

A partir de uma palavra ou conceito-chave, uma nuvem de significados, palavras, expressões, provérbios, rimas, citações e imagens será apresentada para que o usuário possa rearranjá-la de acordo com a sua criatividade.

O uso dos dicionários analógicos demanda certo traquejo do leitor. A intenção do Dicionário Criativo é simplificar ainteração com a ferramenta. A ideia é organizar as palavras como se fossem frames de uma cena de cinema. Para a palavra “amor”, por exemplo, podemos imaginar o namorado, a namorada, um pedido de casamento, uma aliança etc. Na cena, vemos personagens, cenário, objetos que pertencem a um léxico que será organizado. “Os usuários podem construir listas e guardá-las na plataforma dentro das mais variadas categorias”, explica Felipe.

O lançamento do site estava previsto para setembro de 2011, mas imprevistos como a saída do sócio e dificuldades de programação tornaram o prazo impossível. O projeto, porém, não ficou parado. No final do ano passado, Felipe ganhou o Prêmio Santander Universidades pelo Dicionário Criativo e, agora, conseguiu contratar uma empresa para cuidar da implementação computacional. Além disso, foi aceito na Incubadora da USP, fez uma parceria com a Getty Images para o uso de fotos e com a editora Lexikon, responsável pela nova edição do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa.  A versão beta deve ser lançada durante o mês de março, a princípio só para os apoiadores do projeto no Catarse, e depois aberta ao público em geral.

Como seu Dicionário Criativo propõe uma nova maneira de lidar com os dicionários analógicos, Felipe buscou o financiamento colaborativo como saída para a concretização do projeto.

“Eu poderia pensar no padrão da indústria tradicional, numa grande campanha publicitária, muitos funcionários, dominar o nicho, mas fui por outro caminho. Em vez de ir atrás de um grande investidor, fui atrás de financiamento coletivo. Nossa geração está construindo novos caminhos, alternativos e colaborativos”, conta.

Você pode acompanhar as novidades do site pelo Facebook do projeto.

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Para “esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria seus rivais”, Chico Buarque usava um recurso poderoso. No prefácio da edição do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, lançada em 2010, ele deu a declaração acima e revelou que usava o livro no acabamento de romances e letras de canções.

“Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro”, escreveu sobre o relançamento da obra, antes uma raridade.

Para infelicidade de Chico e felicidade de inúmeros criativos que circulam pela internet, o letrista e, agora, linguista Felipe Iszlaji desenvolveu um dicionário analógico digital e disponível na internet.  O Dicionário Criativo foi financiado colaborativamente através do Catarse e funcionará como um integrador de dicionários e ferramentas criativas.

“Além do fato de o livro estar desatualizado, quando eu precisava escrever, procurava outras fontes de informação, como sites de citações ou provérbios. Então, tive a ideia de reunir num mesmo lugar essas diferentes plataformas, afinal, elas se relacionam. Uma puxa a outra”, conta Felipe.

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A partir de uma palavra ou conceito-chave, uma nuvem de significados, palavras, expressões, provérbios, rimas, citações e imagens será apresentada para que o usuário possa rearranjá-la de acordo com a sua criatividade.

O uso dos dicionários analógicos demanda certo traquejo do leitor. A intenção do Dicionário Criativo é simplificar ainteração com a ferramenta. A ideia é organizar as palavras como se fossem frames de uma cena de cinema. Para a palavra “amor”, por exemplo, podemos imaginar o namorado, a namorada, um pedido de casamento, uma aliança etc. Na cena, vemos personagens, cenário, objetos que pertencem a um léxico que será organizado. “Os usuários podem construir listas e guardá-las na plataforma dentro das mais variadas categorias”, explica Felipe.

O lançamento do site estava previsto para setembro de 2011, mas imprevistos como a saída do sócio e dificuldades de programação tornaram o prazo impossível. O projeto, porém, não ficou parado. No final do ano passado, Felipe ganhou o Prêmio Santander Universidades pelo Dicionário Criativo e, agora, conseguiu contratar uma empresa para cuidar da implementação computacional. Além disso, foi aceito na Incubadora da USP, fez uma parceria com a Getty Images para o uso de fotos e com a editora Lexikon, responsável pela nova edição do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa.  A versão beta deve ser lançada durante o mês de março, a princípio só para os apoiadores do projeto no Catarse, e depois aberta ao público em geral.

Como seu Dicionário Criativo propõe uma nova maneira de lidar com os dicionários analógicos, Felipe buscou o financiamento colaborativo como saída para a concretização do projeto.

“Eu poderia pensar no padrão da indústria tradicional, numa grande campanha publicitária, muitos funcionários, dominar o nicho, mas fui por outro caminho. Em vez de ir atrás de um grande investidor, fui atrás de financiamento coletivo. Nossa geração está construindo novos caminhos, alternativos e colaborativos”, conta.

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