Quais imagens construíram a sua visão de mundo?

Por Guilherme Cunha, idealizador do projeto Retratistas do Morro

O projeto Retratistas do Morro começou há cerca de três anos, a partir da convivência e pesquisa dos acervos fotográficos dos moradores da comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. O trabalho foi motivado pela intenção de conhecer as memória imagéticas daquela população, pois apesar de não estarem “oficialmente” conectadas à história da capital mineira, essas imagens são parte fundamental do cotidiano das metrópoles brasileiras.

A primeira parte do projeto resultou na publicação “Memórias da Vila – Histórias dos Moradores da Comunidade da Serra”, um dos projetos vencedores do XIII Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia. Durante a produção desse livro, entrei em contato com o grande tesouro de dona Ana Martins: um acervo de 60 monóculos, com imagens do seu cotidiano, junto a familiares e amigos, feitas por profissionais locais, entre as décadas de 70 e 80.

RETRATISTAS_Afonso_Pimenta_08

O que as fotos de dona Ana mostravam era uma perspectiva completamente diferente do que eu havia visto até então sobre o desenvolvimento de Belo Horizonte. Isso despertou uma reflexão sobre como as imagens influenciam na construção dos imaginários que circulam em nossa sociedade e como esse paradigma deveria passar por uma transformação. Na pesquisa, também me deparei com os acervos dos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta, que atuam na comunidade há quase cinco décadas.

RETRATISTAS_Afonso_Pimenta_07

Esses três acervos representam uma parcela significativa da memória visual da Comunidade da Serra e que foge ao conhecimento do público que não mora na favela. O objetivo do projeto Retratistas do Morro é justamente esse: restaurar essas imagens no sentido de contribuir para a preservação do patrimônio imagético e ampliação do entendimento sobre as histórias das cidades, com ênfase em narrativas visuais produzidas principalmente por retratistas tradicionais que trabalharam nas favelas e comunidade do Brasil. Sāo imagens que correm o risco de desaparecer antes mesmo de virem a público e muitas delas já se perderam.

RETRATISTAS_Joao_Mendes_14

O projeto Retratistas do Morro foi um dos vencedores do 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Iphan a projetos que promovem a preservação do patrimônio cultural brasileiro. E agora, no Catarse, a proposta é transformar essas imagens e trajetórias de vida em livro, para que essa visão de mundo, a partir do ponto de vista dos moradores da segunda maior favela do Brasil, ganhe um espaço mais amplo nas narrativas que representam a história das metrópoles brasileiras e suas populaçōes.

Ainda dá tempo de participar da campanha e garantir seu exemplar! Corra para: catar.se/retratistas

Raíssa Pena
Jornalista, designer gráfica, heavy user de pão-de-queijo e diretora de Publicações do Catarse.

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O projeto Retratistas do Morro começou há cerca de três anos, a partir da convivência e pesquisa dos acervos fotográficos dos moradores da comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. O trabalho foi motivado pela intenção de conhecer as memória imagéticas daquela população, pois apesar de não estarem “oficialmente” conectadas à história da capital mineira, essas imagens são parte fundamental do cotidiano das metrópoles brasileiras.

A primeira parte do projeto resultou na publicação “Memórias da Vila – Histórias dos Moradores da Comunidade da Serra”, um dos projetos vencedores do XIII Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia. Durante a produção desse livro, entrei em contato com o grande tesouro de dona Ana Martins: um acervo de 60 monóculos, com imagens do seu cotidiano, junto a familiares e amigos, feitas por profissionais locais, entre as décadas de 70 e 80.

RETRATISTAS_Afonso_Pimenta_08

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