Criadores Respondem: Gustavo Carneiro e o Ajude um Repórter

Vamos lá! 3° post da série Criadores Respondem.

1 - A gente é apaixonado por projetos que envolvam colaboração, como o Ajude um Repórter. Mas acho que pra entender um pouco melhor o porquê dele ser tão importante, que tal você contar um pouco como é o processo tradicional de um repórter conseguir suas fontes e porque o ARPO pode melhorar bastante esse processo.

A busca de fontes é o processo em que o repórter vai atrás de pessoas ou instituições que possam fornecer mais informações sobre o assunto que esse profissional deseja tratar no conteúdo que está sendo produzido.

O processo tradicional não tem muito segredo, mas pode ser extremamente trabalhoso e depende de certa habilidade e da rede de relacionamentos do repórter. Normalmente, ele irá buscar primeiro entre os recursos mais próximos e rápidos, e depois partirá para explorar contatos que ele criou ao longo da carreira e que possam indicar soluções.

Em pautas simples e bem manjadas, o repórter pode achar facilmente as fontes até pelo Google, e aqui você já vê a importância de ter alguma presença na internet. De qualquer forma, uma busca pelo Google irá gerar os mesmos prováveis resultados e o contato será feito com os melhores colocados no mecanismo de busca. Se o assunto é popular, a oferta de opções também será grande.

Quando a pauta não é das mais fáceis, o repórter irá buscar entre seus relacionamentos. Isso já figuraria como um sistema de crowdsourcing, mas em uma rede que não é bem estruturada para essa busca. Geralmente, ele envia um pedido para amigos, colegas e assessores de imprensa que agirão como conectores indicando pessoas ou repassando para outros colegas e elevando o alcance da mensagem. Isso costuma ser feito por todo tipo de ferramenta e também passou a ser prática comum no Twitter.

Já os profissionais que vão atrás dos assuntos desejados visitando fóruns de discussão, comunidades, ou mesmo in loco, investem um bom tempo tentando encontrar as pessoas certas no meio do caos de mensagens que costuma estar por ali. Apesar do tempo investido, esses provavelmente serão os mais bem sucedidos. Porém, com as redações cada vez mais enxutas e a exigência sobre a produtividade do repórter, o tempo para ir atrás disso tudo está ficando cada vez mais escasso.

Com o ARPO, o repórter e o produtor de conteúdo ganharam um canal específico para mobilizar uma comunidade que os levará às fontes que eles precisam, no momento em que eles precisam. Essa comunidade é formada por assessores que aproveitam para construir novos relacionamentos com repórteres, por outros jornalistas que trazem novas informações aos colegas que precisam e pelas próprias fontes que estão interessadas em mostrar a cara na imprensa.

Existem pessoas que utilizam o serviço, hoje, e conseguem respostas em apenas 5 minutos! Muitas vezes, resolvemos em 10 minutos o que o repórter não conseguiu em uma manhã inteira de busca. Isso é o poder dos relacionamentos em tempo real, da tecnologia aplicada à comunicação da sociedade em rede. É um ganho de produtividade imenso!

2 - A gente acredita que, hoje em dia, essa coisa de ficar enviando um milhão de emails e lotando um monte de caixas já não cola mais. Os jornalistas também sofrem com isso? Como que o ARPO ajuda nesse caso?

O SPAM é um mal que veio com a internet e a aplicação de técnicas “dinossáuricas” de publicidade em um meio novo e digital. É como sair por aí panfletando todas as casas da vizinhança, mas em escala muito maior e a um custo muito menor.

O jornalista deve ser um dos profissionais que mais sofre com isso, porque ele é tradicionalmente o guardião da notícia. Aquele que define como, e geralmente o quê, será publicado. Então, só por isso, o assédio já é naturalmente grande e a caixa de entrada precisa de um bom filtro todos os dias.

O que acontece, em muitos casos, é que enquanto o jornalista está lá buscando a fonte para a matéria que ele está escrevendo, com o deadline em vista, ele está sendo bombardeado com milhares de releases que não o ajudam em nada. Nesse momento, imagina que felicidade seria encontrar alguém que pudesse dar a ele exatamente o que ele precisa? É o que o ARPO veio fazer.

Quando informamos a nossa comunidade sobre o que o jornalista está buscando e como eles podem ajudar, cobrimos um gap histórico entre repórteres e fontes, e motivamos relacionamentos mais consistentes entre ambas as partes. As chances da fonte ser publicada também aumenta muito. O próprio número de fontes também aumenta, já que o acesso ficou muito mais simples.

Ainda existe um problema ao utilizar o Twitter, que é a proteção da identidade dos usuários. No momento, ainda divulgamos o email do jornalista em diversas ocasiões e sabemos que essa exposição aumenta a incidência de SPAM. Com o desenvolvimento da nova plataforma, com recursos arrecadados pelo Catarse, vamos conseguir cobrir esse tipo de falha e evitar ainda mais que os repórteres recebam mensagens desnecessárias.

3 - A gente ficou curioso pra saber qual é a reação dos jornalistas quando eles conhecem o Ajude um Repórter e, principalmente, quando eles conseguem uma boa fonte para suas reportagens por lá. O que eles dizem?

As reações são as mais diversas. Muitos estranham de início, até acham graça do nome ou das pautas que aparecem, mas a grande maioria dos feedbacks já sai indicando para colegas como um grande achado. Essas pessoas enxergam o valor do serviço e são as que nos motivam a ir além.

Ao longo do tempo, recebemos a adesão dos maiores veículos de imprensa do Brasil. Alguns usam regularmente, outros só quando a coisa está realmente difícil. Outro dia mesmo, como citei antes, uma repórter de um grande jornal de São Paulo disse que depois de enviar o pedido para nós, resolveu em 10 minutos o que não tinha conseguido durante uma manhã inteira. Isso é uma das coisas mais sensacionais de se ouvir.

Os feedbacks ainda são dispersos, não existe uma forma de trabalhar isso sistematicamente pelo Twitter, mas é outro ponto que a plataforma irá ajudar a mensurar muito melhor.

 4 - E como você se sentiu quando o primeiro repórter conseguiu uma fonte através do Ajude um Repórter?

Quando você tem uma idéia e coloca para funcionar, tudo é uma grande experiência. Por mais que o modelo seja bem aceito fora do país, nada dá a certeza de que vai funcionar com você. Mas quando funciona, deve ser algo muito próximo a ter acertado na loteria.

Da primeira vez, devo ter falado pra mim mesmo “Caralho, isso funciona de verdade!”. E creio que sinto isso toda vez que alguém me diz que conseguiu ter sucesso com uma coisa que eu fiz funcionar.

Gostou do projeto do Gustavo? Faça ele acontecer clicando aqui e apoiando!

Catarse
A comunidade de financiamento coletivo mais charmosa do Brasil! Desde 17 de janeiro de 2011 contribuimos para que, cada vez mais, um monte de projetos fabulosos possam acontecer no Brasil e no mundo.

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Criadores Respondem: Gustavo Carneiro e o Ajude um Repórter

Vamos lá! 3° post da série Criadores Respondem.

1 - A gente é apaixonado por projetos que envolvam colaboração, como o Ajude um Repórter. Mas acho que pra entender um pouco melhor o porquê dele ser tão importante, que tal você contar um pouco como é o processo tradicional de um repórter conseguir suas fontes e porque o ARPO pode melhorar bastante esse processo.

A busca de fontes é o processo em que o repórter vai atrás de pessoas ou instituições que possam fornecer mais informações sobre o assunto que esse profissional deseja tratar no conteúdo que está sendo produzido.

O processo tradicional não tem muito segredo, mas pode ser extremamente trabalhoso e depende de certa habilidade e da rede de relacionamentos do repórter. Normalmente, ele irá buscar primeiro entre os recursos mais próximos e rápidos, e depois partirá para explorar contatos que ele criou ao longo da carreira e que possam indicar soluções.

Em pautas simples e bem manjadas, o repórter pode achar facilmente as fontes até pelo Google, e aqui você já vê a importância de ter alguma presença na internet. De qualquer forma, uma busca pelo Google irá gerar os mesmos prováveis resultados e o contato será feito com os melhores colocados no mecanismo de busca. Se o assunto é popular, a oferta de opções também será grande.

Quando a pauta não é das mais fáceis, o repórter irá buscar entre seus relacionamentos. Isso já figuraria como um sistema de crowdsourcing, mas em uma rede que não é bem estruturada para essa busca. Geralmente, ele envia um pedido para amigos, colegas e assessores de imprensa que agirão como conectores indicando pessoas ou repassando para outros colegas e elevando o alcance da mensagem. Isso costuma ser feito por todo tipo de ferramenta e também passou a ser prática comum no Twitter.

Já os profissionais que vão atrás dos assuntos desejados visitando fóruns de discussão, comunidades, ou mesmo in loco, investem um bom tempo tentando encontrar as pessoas certas no meio do caos de mensagens que costuma estar por ali. Apesar do tempo investido, esses provavelmente serão os mais bem sucedidos. Porém, com as redações cada vez mais enxutas e a exigência sobre a produtividade do repórter, o tempo para ir atrás disso tudo está ficando cada vez mais escasso.

Com o ARPO, o repórter e o produtor de conteúdo ganharam um canal específico para mobilizar uma comunidade que os levará às fontes que eles precisam, no momento em que eles precisam. Essa comunidade é formada por assessores que aproveitam para construir novos relacionamentos com repórteres, por outros jornalistas que trazem novas informações aos colegas que precisam e pelas próprias fontes que estão interessadas em mostrar a cara na imprensa.

Existem pessoas que utilizam o serviço, hoje, e conseguem respostas em apenas 5 minutos! Muitas vezes, resolvemos em 10 minutos o que o repórter não conseguiu em uma manhã inteira de busca. Isso é o poder dos relacionamentos em tempo real, da tecnologia aplicada à comunicação da sociedade em rede. É um ganho de produtividade imenso!

2 - A gente acredita que, hoje em dia, essa coisa de ficar enviando um milhão de emails e lotando um monte de caixas já não cola mais. Os jornalistas também sofrem com isso? Como que o ARPO ajuda nesse caso?

O SPAM é um mal que veio com a internet e a aplicação de técnicas “dinossáuricas” de publicidade em um meio novo e digital. É como sair por aí panfletando todas as casas da vizinhança, mas em escala muito maior e a um custo muito menor.

O jornalista deve ser um dos profissionais que mais sofre com isso, porque ele é tradicionalmente o guardião da notícia. Aquele que define como, e geralmente o quê, será publicado. Então, só por isso, o assédio já é naturalmente grande e a caixa de entrada precisa de um bom filtro todos os dias.

O que acontece, em muitos casos, é que enquanto o jornalista está lá buscando a fonte para a matéria que ele está escrevendo, com o deadline em vista, ele está sendo bombardeado com milhares de releases que não o ajudam em nada. Nesse momento, imagina que felicidade seria encontrar alguém que pudesse dar a ele exatamente o que ele precisa? É o que o ARPO veio fazer.

Quando informamos a nossa comunidade sobre o que o jornalista está buscando e como eles podem ajudar, cobrimos um gap histórico entre repórteres e fontes, e motivamos relacionamentos mais consistentes entre ambas as partes. As chances da fonte ser publicada também aumenta muito. O próprio número de fontes também aumenta, já que o acesso ficou muito mais simples.

Ainda existe um problema ao utilizar o Twitter, que é a proteção da identidade dos usuários. No momento, ainda divulgamos o email do jornalista em diversas ocasiões e sabemos que essa exposição aumenta a incidência de SPAM. Com o desenvolvimento da nova plataforma, com recursos arrecadados pelo Catarse, vamos conseguir cobrir esse tipo de falha e evitar ainda mais que os repórteres recebam mensagens desnecessárias.

3 - A gente ficou curioso pra saber qual é a reação dos jornalistas quando eles conhecem o Ajude um Repórter e, principalmente, quando eles conseguem uma boa fonte para suas reportagens por lá. O que eles dizem?

As reações são as mais diversas. Muitos estranham de início, até acham graça do nome ou das pautas que aparecem, mas a grande maioria dos feedbacks já sai indicando para colegas como um grande achado. Essas pessoas enxergam o valor do serviço e são as que nos motivam a ir além.

Ao longo do tempo, recebemos a adesão dos maiores veículos de imprensa do Brasil. Alguns usam regularmente, outros só quando a coisa está realmente difícil. Outro dia mesmo, como citei antes, uma repórter de um grande jornal de São Paulo disse que depois de enviar o pedido para nós, resolveu em 10 minutos o que não tinha conseguido durante uma manhã inteira. Isso é uma das coisas mais sensacionais de se ouvir.

Os feedbacks ainda são dispersos, não existe uma forma de trabalhar isso sistematicamente pelo Twitter, mas é outro ponto que a plataforma irá ajudar a mensurar muito melhor.

 4 - E como você se sentiu quando o primeiro repórter conseguiu uma fonte através do Ajude um Repórter?

Quando você tem uma idéia e coloca para funcionar, tudo é uma grande experiência. Por mais que o modelo seja bem aceito fora do país, nada dá a certeza de que vai funcionar com você. Mas quando funciona, deve ser algo muito próximo a ter acertado na loteria.

Da primeira vez, devo ter falado pra mim mesmo “Caralho, isso funciona de verdade!”. E creio que sinto isso toda vez que alguém me diz que conseguiu ter sucesso com uma coisa que eu fiz funcionar.

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