"Eu criei um livro", por Gui Almeida

Gui Almeida, aos 34 anos, iniciou uma nova jornada em sua vida que inspirou seu livro Acumulus. A obra chegou ao Catarse, contando com o financiamento coletivo, e o autor contou melhor como foi criar esse livro e sua campanha. Vem conferir!

Por Gui Almeida, quadrinista e escritor

Eu criei um livro.

Sei que o verbo criar parece deslocado na sentença, mas Acumulus tem textos, desenhos, quadrinhos, notas e vários recursos que precisei utilizar para expressar o que estava sentindo. Se for pra ser sincero, não sei nem se é justo dizer que eu criei Acumulus, pois às vezes sinto que ele é só um pedaço de mim que eu separei do corpo. Ele tem sentimentos, emoções e coisas tão pessoais e particulares que, inclusive, pensei em guardá-lo só pra mim.

Esse pensamento acabou indo embora após conversas com meus amigos. Ao lerem o Acumulus, vários repetiram a mesma recomendação: essa história precisa ir para o mundo.

Penso que isso aconteceu porque Acumulus, ao mesmo tempo que é uma história minha, também é comumente e dolorosamente compartilhada por muita gente da minha comunidade e pode acabar sendo um espelho de experiências já vividas ou um medo de passar por uma situação semelhante. Nesse sentido, trazer Acumulus para o mundo seria como um acolhimento, uma forma de abraçar, enquanto explico que você não está sozinho e que vai ficar tudo bem.

Ilustrações de Acumulus, por Gui Almeida

Decidi, então, planejar a publicação do livro e, neste caminho, explorar formas de deixá-lo acessível.

Logo de cara, apesar de eu já ter tomado a decisão e de ser uma pessoa com alguns privilégios, me deparei com algumas barreiras: ser um autor desconhecido, ter pouco ou nenhum contato com editoras e estar com uma obra que não se encaixava em nenhum padrão do mercado.

Parecia missão impossível e talvez eu tivesse desistido, se não fosse a minha profissão do horário comercial. De segunda a sexta, sou gerente global de redes sociais e conteúdo para a maior fábrica de lápis do mundo.

Graças ao contato que tenho com diversos artistas como parte do meu trabalho, ouvi histórias suficientes para entender que cada jornada acontece do seu jeito – e a minha começou contando com o apoio de muita gente.

Compartilhei o prólogo de Acumulus no Twitter, alcançando quase 9.000 curtidas e mais de 2.500 retweets. No tweet, eu pedia para encontrar uma editora porque, morando na Alemanha, não conseguiria fazer isso sozinho. Foi assim que encontrei o pessoal da editora independente Varanda, com quem me identifiquei muito e acabei assinando o contrato para o lançamento. Trabalhamos bastante nesse projeto e, durante o desenvolvimento, concluímos que seriaimportante retribuir o apoio que recebi nesse primeiro momento: foi aí que o Catarse entrou na história!

Por meio da plataforma, organizamos uma pré-venda, com preço especial e itens exclusivos, especialmente para quem apoia o Acumulus antes mesmo da sua publicação. E, justamente por ele ainda não estar impresso e ainda estarmos em tempo de alterar o lote de produção, decidimos que era um bom momento para incluirmos recompensas que envolvam a doação do livro. Esse é um ponto muito importante para mim, porque um dos meus maiores objetivos com o Acumulus é fazer com que ele chegue para o maior número de pessoas possível; que alcance as mãos de quem precisa dele.

Consegui, em menos de uma semana, bater 100% da meta, que garantiu, além da capa dura, a doação de cerca de 80 cópias para escolas e bibliotecas públicas. Um grande sucesso!

Acumulus com capa dura e 96 páginas coloridas

Agora, como meta estendida de 130%, estamos tentando levantar a verba para disponibilizar e doar exemplares de Acumulus em versão acessível para pessoas com deficiência visual – mais um passo para refletir o anseio de fazer com que o livro se encontre com mais e mais vidas.

Saber que minha criação vai chegar às mãos de tanta gente, por causa do apoio de tantas pessoas, é muito especial. Era exatamente a jornada que eu queria viver.

E penso que é aqui que minha história também se entrelaça com a sua, que pode estar no caminho de concretizar seu projeto.

Se você criou alguma coisa, qualquer coisa, e quer compartilhá-la com o mundo, existem muitas ferramentas nos dias de hoje pra te ajudar. Não será fácil: dá trabalho, exige dedicação e nem sempre vai dar certo, mas oportunidades existem.

Apesar de tantos pesares, o mundo é cheio de gente disposta a te apoiar, seja com um compartilhamento ou financeiramente, para que você atinja seus objetivos e concretize seu sonho.

Não perca essa oportunidade por falta de tentativa ou medo de falhar.

Campanha do projeto Acumulus no Catarse (Reprodução)

A campanha de Acumulus foi financiada com sucesso, encerrando-se no dia 27/07/21.

Colaborador
Este texto foi escrito por um colaborador do Catarse! Quer ser um colaborador? Mande um email para comunicacao@catarse.me com a sua sugestão de pauta. ;)

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"Eu criei um livro", por Gui Almeida

Por Gui Almeida, quadrinista e escritor

Eu criei um livro.

Sei que o verbo criar parece deslocado na sentença, mas Acumulus tem textos, desenhos, quadrinhos, notas e vários recursos que precisei utilizar para expressar o que estava sentindo. Se for pra ser sincero, não sei nem se é justo dizer que eu criei Acumulus, pois às vezes sinto que ele é só um pedaço de mim que eu separei do corpo. Ele tem sentimentos, emoções e coisas tão pessoais e particulares que, inclusive, pensei em guardá-lo só pra mim.

Esse pensamento acabou indo embora após conversas com meus amigos. Ao lerem o Acumulus, vários repetiram a mesma recomendação: essa história precisa ir para o mundo.

Penso que isso aconteceu porque Acumulus, ao mesmo tempo que é uma história minha, também é comumente e dolorosamente compartilhada por muita gente da minha comunidade e pode acabar sendo um espelho de experiências já vividas ou um medo de passar por uma situação semelhante. Nesse sentido, trazer Acumulus para o mundo seria como um acolhimento, uma forma de abraçar, enquanto explico que você não está sozinho e que vai ficar tudo bem.

Ilustrações de Acumulus, por Gui Almeida

Decidi, então, planejar a publicação do livro e, neste caminho, explorar formas de deixá-lo acessível.

Logo de cara, apesar de eu já ter tomado a decisão e de ser uma pessoa com alguns privilégios, me deparei com algumas barreiras: ser um autor desconhecido, ter pouco ou nenhum contato com editoras e estar com uma obra que não se encaixava em nenhum padrão do mercado.

Parecia missão impossível e talvez eu tivesse desistido, se não fosse a minha profissão do horário comercial. De segunda a sexta, sou gerente global de redes sociais e conteúdo para a maior fábrica de lápis do mundo.

Graças ao contato que tenho com diversos artistas como parte do meu trabalho, ouvi histórias suficientes para entender que cada jornada acontece do seu jeito – e a minha começou contando com o apoio de muita gente.

Compartilhei o prólogo de Acumulus no Twitter, alcançando quase 9.000 curtidas e mais de 2.500 retweets. No tweet, eu pedia para encontrar uma editora porque, morando na Alemanha, não conseguiria fazer isso sozinho. Foi assim que encontrei o pessoal da editora independente Varanda, com quem me identifiquei muito e acabei assinando o contrato para o lançamento. Trabalhamos bastante nesse projeto e, durante o desenvolvimento, concluímos que seriaimportante retribuir o apoio que recebi nesse primeiro momento: foi aí que o Catarse entrou na história!

Por meio da plataforma, organizamos uma pré-venda, com preço especial e itens exclusivos, especialmente para quem apoia o Acumulus antes mesmo da sua publicação. E, justamente por ele ainda não estar impresso e ainda estarmos em tempo de alterar o lote de produção, decidimos que era um bom momento para incluirmos recompensas que envolvam a doação do livro. Esse é um ponto muito importante para mim, porque um dos meus maiores objetivos com o Acumulus é fazer com que ele chegue para o maior número de pessoas possível; que alcance as mãos de quem precisa dele.

Consegui, em menos de uma semana, bater 100% da meta, que garantiu, além da capa dura, a doação de cerca de 80 cópias para escolas e bibliotecas públicas. Um grande sucesso!

Acumulus com capa dura e 96 páginas coloridas

Agora, como meta estendida de 130%, estamos tentando levantar a verba para disponibilizar e doar exemplares de Acumulus em versão acessível para pessoas com deficiência visual – mais um passo para refletir o anseio de fazer com que o livro se encontre com mais e mais vidas.

Saber que minha criação vai chegar às mãos de tanta gente, por causa do apoio de tantas pessoas, é muito especial. Era exatamente a jornada que eu queria viver.

E penso que é aqui que minha história também se entrelaça com a sua, que pode estar no caminho de concretizar seu projeto.

Se você criou alguma coisa, qualquer coisa, e quer compartilhá-la com o mundo, existem muitas ferramentas nos dias de hoje pra te ajudar. Não será fácil: dá trabalho, exige dedicação e nem sempre vai dar certo, mas oportunidades existem.

Apesar de tantos pesares, o mundo é cheio de gente disposta a te apoiar, seja com um compartilhamento ou financeiramente, para que você atinja seus objetivos e concretize seu sonho.

Não perca essa oportunidade por falta de tentativa ou medo de falhar.

Campanha do projeto Acumulus no Catarse (Reprodução)

A campanha de Acumulus foi financiada com sucesso, encerrando-se no dia 27/07/21.

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