Celebramos esses nossos 10 anos de histórias contando sobre criadoras e criadores que passaram por aqui.
Se a internet tivesse um dicionário e escolhesse uma palavra por ano, assim como Oxford faz, seria difícil não escolher “comunidade” repetidamente. É um termo que temos visto com cada vez mais frequência nas conversas online.
Para a Sociologia, "comunidade" significa “um agrupamento social que se caracteriza por acentuada coesão” e, para quem está na rede mundial de computadores, entender essa tal concordância é a alma do negócio.
Uma vez conectada, a multidão de pessoas entra em uma sintonia muito fina e se apoia de verdade, tornando cada vez mais relevante, por exemplo, o financiamento coletivo (crowdfunding).
Apesar de ser uma palavra regularmente nova, o conceito de crowdfunding já orbita o mundo há alguns séculos. Em 1728, por exemplo, Johann Heinrich Zedler ofereceu as obras de Martinho Lutero para publicação em troca de um financiamento coletivo. Em 1882, com doações de 1 a 5 dólares, 102 mil pessoas apoiaram a criação da Estátua da Liberdade, ganhando em casa uma miniatura feita do mesmo material e, em 1920, doações de centenas de católicos brasileiros tornaram possível a construção da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O editor Joseph Pulitzer, que lançara em seu jornal a ideia do levantamento de recursos, imprimiu o nome de todos os apoiadores, sem importar o valor doado por cada um.
Desde 2011, o Catarse tem sido o terreno fértil onde milhares de mentes criativas brasileiras perpetuaram e aprimoraram as práticas de crowdfunding para tornar reais seus projetos criativos. Com a participação de outros milhares de fãs, leitores e apoiadores, a arte, a ciência, o jornalismo, a música, o design e a criatividade têm resistido no Brasil. São estes números, ideias e histórias que vamos contar para sempre nesta página a partir de hoje. Boa leitura!
No ano de 2015 uma campanha da categoria Esporte foi apoiada por 108 pessoas e levantou R$ 4115,00. O título do projeto era: “Ajudar a Rayssa disputar vaga pro Brasileiro 2016”.
A menina de 7 anos de Imperatriz (MA), que ganhou o campeonato brasileiro feminino infantil de skate daquele ano, estava enfrentando dificuldades financeiras para ir até Blumenau (SC), onde ocorreria a “Taça Santa Catarina de Skate Street”. No pé da página de campanha, o parágrafo final profetizava: “Daqui alguns anos, quando ela estiver arrebentando mundo afora, certeza que você sentirá um pouco de orgulho por tê-la ajudado agora”.
Um orgulho danado deve ter sido o sentimento dos mais de 100 apoiadores da campanha no Catarse de 2015 quando assistiram à “fadinha do skate” se tornar a sensação brasileira nas Olimpíadas de 2021.
Pioneiro em trazer o modelo de financiamento coletivo para o Brasil, o Catarse já está na pré-adolescência. Completando 10 anos de idade em 2021, os números são de brilhar os olhos: mais de 188 milhões de reais já foram direcionados a projetos de todas as regiões do Brasil, com o apoio de mais de 949 mil pessoas e mais de 17 mil campanhas de diversos segmentos (design, jornalismo, música, livros, jogos, impacto social) foram financiadas.
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