A Draco é uma das editoras brasileiras que lança todos seus projetos via Catarse. Até novembro de 2021, já tinham sido treze campanhas.
A Editora Skript, de Florianópolis, também tem o Catarse como seu primeiro canal de lançamento e de vendas. Em 2021 foram quarenta e oito projetos inéditos, entre livros, baralhos e quadrinhos. “Buscamos atingir a comunidade da plataforma e a utilizamos como pré-venda”, me explica Douglas Freitas, um dos sócios. “Temos projetos que alcançaram a meta em minutos, enquanto outros levaram algumas semanas”, ele complementa, dizendo que a editora sempre bola “medidas alternativas” para atrair o interesse daqueles mais lentos em atingir o objetivo.
“A comunidade” é a resposta de duas palavras que Douglas me dá quando eu pergunto qual é a vantagem de usar financiamento coletivo. Foi a comunidade da Skript, por exemplo, que sugeriu projetos deste ano da editora, como Zaroff, Rei Kull e Robô Raio-X.
A Editora Figura, que financia todos seus projetos pelo Catarse desde a fundação, em 2017, também seguiu as recomendações dos leitores em duas publicações de 2021: O Colecionador e Perramus. Cada uma destas campanhas superou a marca de mil apoiadores. “Superamos os mil apoiadores nas pré-vendas do final de 2020”, Ivette Girardo, sócia da Figura. “Tivemos um acompanhamento muito legal dos leitores e divulgadores, e graças a isso temos mil planos para o próximo ano.”
As surpresas positivas levaram ao investimento em produtos “nichados”. Ivette comenta que a campanha com o artbook de Frank Frazetta foi uma surpresa, com seus 1266 apoiadores e 240% da meta. “Se tem uma ideia geral de que os artbooks não vendem no Brasil, mas a campanha mostrou que existe público interessado”, ela disse.
“Ficamos muito felizes de apostar no livro e quem sabe de abrir um pouco o caminho para que outras editoras apostem nesta área.”
Mesmo que as três editoras sejam fortemente envolvidas com eventos do mercado de quadrinhos - que não ocorrem presencialmente desde o início da pandemia –, os fundadores consideram 2021 como um bom ano para os negócios. “Conseguimos compensar por meio de lançamentos que alcançaram o interesse do público”, diz Raphael, da Draco. “Por falar neles, os draconianos são os melhores leitores que poderíamos imaginar, pois estão sempre apoiando nossos projetos e viajando pelos mundos que criamos.” É a comunidade, como Douglas, da Skript comentou, e que Ivette, da Figura, reforça. Sem essa comunidade, as histórias de Draco, Skript e Figura seriam outras.