“Quem é que vai pagar para ficar vendo as coisas que eu faço?”. Essa era a dúvida da ilustradora Renata Nolasco sempre que pensava em criar um clube de assinaturas. Hoje, entre outras campanhas pontuais bem sucedidas no Catarse, Renata conta com dezenas de apoiadores recorrentes, tem uma comunidade que a incentiva de perto e vive da produção de quadrinhos e ilustrações.
A quadrinista potiguar sempre gostou de quadrinhos, mas foi na faculdade que esse interesse começou a crescer. Renata ainda estava nos períodos iniciais de Jornalismo, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, quando um professor, para que se familiarizassem com a escrita científica, sugeriu que os alunos escrevessem sobre um assunto que lhes interessasse. A quadrinista decidiu falar sobre representatividade feminina a partir da análise de uma HQ.
Pouco tempo depois, quando trabalhava em uma agência de marketing, aos 20 anos, Renata pegou catapora. Foi esse o motivo que fez com que ela passasse um tempo em casa e, olhando para sua mesa digitalizadora, decidisse começar a desenhar.
Naquela época, entre 2013 e 2015, o Brasil passava por um boom de quadrinistas mulheres reivindicando mais espaço e produzindo diferentes publicações, como Lady’s Comics e o Zine XXX, duas inspirações para a artista. “Eu não desenhava. Quando vi aquelas mulheres naquele papel e comecei a acompanhar o trabalho delas, me deu vontade de participar do movimento. Foi quando criei minha página no Facebook”, conta Renata.
2015 também foi o ano em que a ilustradora trabalhou em um primeiro projeto no Catarse. Junto a um grupo composto por Anelise do Pinho Cossio, Lila Cruz, Lorena Balbino, Luiza de Souza e Raquel Vitorelo, Renata atuou como editora da revista Farpa, uma publicação que tinha o objetivo de apresentar conteúdos produzidos por mulheres.
Três anos mais tarde, veio ao mundo sua primeira graphic novel, "Só Ana", uma HQ protagonizada por uma personagem com deficiência e LGBTQIA+. Para financiar a publicação, a artista escolheu o Catarse.