Como vive um mecenas do Catarse?

É curioso pensar que um homem como Humberto Pereira Figueira está descrente da humanidade. Ainda assim, o usuário de número 3439 já apoiou, sozinho, quase 500 projetos no Catarse, “eu achei esse conceito de financiamento coletivo fascinante. Imagine isso: A pessoa tem um sonho que vai trazer felicidade, você pode participar e ainda vai receber algo em troca. É o melhor dos mundos: você feliz, a pessoa feliz e a humanidade melhor”, diz Humberto.

Muitos criadores do Catarse têm algo a dizer sobre Humberto. E é com muita emoção que ele fala sobre cada projeto que já apoiou, como se narrasse causos de amigos próximos (que inclusive vários se tornaram). E foi uma dessas histórias que fez sua relação com o mundo ser alterada. Depois da campanha “As Aventuras de Léca e Seus Amigos” (2013), uma série com protagonistas cadeirantes concebida dirigida por Paulo e Eliana (casal que, desde a infância, mora no Hospital das Clínicas devido à paralisia infantil) Humberto ficou desesperado. Essa foi a palavra usada por ele, "Eu fiquei muito mal e desesperado quando vi que a meta não seria alcançada. Fiz mais de 100 e-mails personalizados para todos os que eu conhecia, pedindo ajuda. A taxa de retorno foi tão baixa que isso me frustrou como ser humano, mudou minha maneira de enxergar o mundo e hoje acredito menos na humanidade”, completa.

Mas, ainda assim o projeto alcançou a meta, também graças a esses esforços.

Tatiany Leite
Tatiany Leite é jornalista formada pela FMU. Já trabalhou na MTV e também como coordenadora de produção do Youtube Space em São Paulo. Atualmente, é youtuber do canal Vá Ler um Livro em parceria com Augusto Assis.

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Como vive um mecenas do Catarse?

É curioso pensar que um homem como Humberto Pereira Figueira está descrente da humanidade. Ainda assim, o usuário de número 3439 já apoiou, sozinho, quase 500 projetos no Catarse, “eu achei esse conceito de financiamento coletivo fascinante. Imagine isso: A pessoa tem um sonho que vai trazer felicidade, você pode participar e ainda vai receber algo em troca. É o melhor dos mundos: você feliz, a pessoa feliz e a humanidade melhor”, diz Humberto.

Muitos criadores do Catarse têm algo a dizer sobre Humberto. E é com muita emoção que ele fala sobre cada projeto que já apoiou, como se narrasse causos de amigos próximos (que inclusive vários se tornaram). E foi uma dessas histórias que fez sua relação com o mundo ser alterada. Depois da campanha “As Aventuras de Léca e Seus Amigos” (2013), uma série com protagonistas cadeirantes concebida dirigida por Paulo e Eliana (casal que, desde a infância, mora no Hospital das Clínicas devido à paralisia infantil) Humberto ficou desesperado. Essa foi a palavra usada por ele, "Eu fiquei muito mal e desesperado quando vi que a meta não seria alcançada. Fiz mais de 100 e-mails personalizados para todos os que eu conhecia, pedindo ajuda. A taxa de retorno foi tão baixa que isso me frustrou como ser humano, mudou minha maneira de enxergar o mundo e hoje acredito menos na humanidade”, completa.

Mas, ainda assim o projeto alcançou a meta, também graças a esses esforços.

“Não tinha como deixar não ser financiado, né? Conseguimos fazer a história repercutir em diversos jornais e sites de notícias. Eu ficava atualizando a página de hora em hora depois que as matérias saíam. E aí fomos de 8 para 148 mil reais. Com certeza foi minha maior luta e felicidade no Catarse até hoje”.

Assim, no plural, "conseguimos e fomos", como se fosse ele mesmo o idealizador da campanha, que com sua ajuda alcançou 123% e, parafraseando a jornalista Eliane Brum, “a revolução de Humberto foi a redenção dos pacientes do hospital das Clínicas”.

Humberto, que começou apoiando duas estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina na criação da “São Paulo Polifônica”, entra todos os dias no Catarse desde quando se cadastrou, em 2011. "Inclusive, não tenho nenhum limite para apoiar mas acredito que deveria, porque em alguns meses eu extrapolo financeiramente. Ainda assim acho importante apoiar no mínimo 1 projeto por mês”.

E a recíproca é verdadeira: “A galera da Intercept veio até tirar foto comigo. Fiz tantos apoios no decorrer da primeira campanha, que eles me mandaram cartas, e-mails, presentes...”, relembra, “eu sou um apaixonado, quer dizer, não é mais paixão, é amor, né? Tantos anos, desde 2011, é a única coisa da minha vida que segue igual”.

Ele está certo. Em 2011 tinha trocado a universidade de Medicina e a Marinha pela Odontologia. Figueira entrou na universidade de Direito, se formou, se casou e se separou depois de 6 anos. De lá, entrou na Procuradoria Geral da República e lançou até um livro de poesias escrito por sua avó. “Namorei, casei, descasei, mudei. Só os apoios que se mantiveram. Acho que sou casado com o Catarse”, brinca.

A gente costuma falar muito sobre quem são, onde vivem e o que comem os idealizadores dos projetos de financiamento coletivo. Mas, o que seria de cada destes sem o próprio público que apoia?

Ou, ainda, o que aconteceria se a gente desconsiderasse que existe alguém do outro lado que pode, de acordo com seus próprios gostos, fazer um projeto ter sucesso ou não?

No final, sobretudo em tempos atuais de maior desespero, os artistas (e a gente) são salvos todos os dias por gestos de gente como Humberto.

Tatiany Leite
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Humberto Pereira Figueira

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