“Quando comecei a fazer a tira, meu objetivo era constranger branco rico”, conta o quadrinista Leandro Assis. “Mais especificamente branco rico da zona sul do Rio. Ainda mais especificamente os que votaram no Bolsonaro. Aquele pessoal que reclamava porque ‘aeroporto virou rodoviária’, era contra cotas e contra a PEC das empregadas.”
O quadrinho era publicado no Instagram e chamava-se “Os Bolsominions”. O autor passou a sofrer fortes críticas dos próprios, que o taxavam de preconceituoso e diziam que nem todos os eleitores do atual presidente eram racistas e intolerantes como estavam sendo retratados.
A resposta de Leandro foi mudar o nome da série, que passou a se chamar “Os Santos”.
Mas não foi a única mudança. A trama em que a influenciadora digital de bem-estar e #gratiluz Fran Clemente decide demitir suas três trabalhadoras domésticas e ficar só com uma, Ju, com quem vai passar a pandemia, acabou ganhando repercussão inimaginável. O contraste de classes, cores, temperamentos e de Brasis virou símbolo do que se passava em muitos edifícios de luxo. A mudança na série rendeu inclusive uma parceria nos roteiros.