Quadrinistas solo: os pioneiros

O quadrinista Eduardo Damasceno estava ligado na comunidade do software livre e nas conversas sobre financiamento coletivo que aconteciam em 2010. Foi nessa época que ouviu falar do Catarse pela primeira vez. Coincidência ou não, ele e o colega Luis Felipe Garrocho tinham um projeto de HQ para tirar da gaveta.

“O Catarse dava a sensação que fazer aquilo dependia só da gente”, ele me contou, depois de comentar que achava as leis de incentivo públicos muito distantes e burocráticas. “A ideia de não ter intermediários entre o que a gente queria mostrar e o que as pessoas iam ver era muito interessante. Ainda é, na verdade.”

"Achados e Perdidos", de Damasceno e Garrocho, acompanhado de uma trilha sonora de Bruno Ito, foi o primeiro projeto de quadrinhos no Catarse. Foi apoiado com sucesso por 520 pessoas em outubro de 2011.

Projetos como os dezoito que Felipe Cagno já financiou por meio da plataforma. O universo de Os Poucos e Amaldiçoados, ou Few and Cursed, que Cagno criou junto vários colaboradores, é 100% - e às vezes mais de 500% - financiado por meio do Catarse e, para os fãs estrangeiros, via Kickstarter.

Érico Assis
Érico Assis é jornalista da área de quadrinhos desde que o Omelete era mato. Também é autor do livro Balões de Pensamento.

Talvez você se interesse...

Quadrinistas solo: os pioneiros

O quadrinista Eduardo Damasceno estava ligado na comunidade do software livre e nas conversas sobre financiamento coletivo que aconteciam em 2010. Foi nessa época que ouviu falar do Catarse pela primeira vez. Coincidência ou não, ele e o colega Luis Felipe Garrocho tinham um projeto de HQ para tirar da gaveta.

“O Catarse dava a sensação que fazer aquilo dependia só da gente”, ele me contou, depois de comentar que achava as leis de incentivo públicos muito distantes e burocráticas. “A ideia de não ter intermediários entre o que a gente queria mostrar e o que as pessoas iam ver era muito interessante. Ainda é, na verdade.”

"Achados e Perdidos", de Damasceno e Garrocho, acompanhado de uma trilha sonora de Bruno Ito, foi o primeiro projeto de quadrinhos no Catarse. Foi apoiado com sucesso por 520 pessoas em outubro de 2011.

Projetos como os dezoito que Felipe Cagno já financiou por meio da plataforma. O universo de Os Poucos e Amaldiçoados, ou Few and Cursed, que Cagno criou junto vários colaboradores, é 100% - e às vezes mais de 500% - financiado por meio do Catarse e, para os fãs estrangeiros, via Kickstarter.

“A sensação de comunidade entre eu, leitores, fãs e entusiastas que se forma em torno de cada projeto é a grande vantagem de fazer financiamento coletivo”, ele comentou.

Mesmo tendo lançado projetos por editoras e outros parceiros, Cagno diz que o contato direto com os leitores no financiamento coletivo é insubstituível e que é essa empolgação que leva a mais projetos. Além de uma série de quadrinhos, a obra Os Poucos e Amaldiçoados virou jogo de tabuleiro, um curta-metragem e em breve virá em audiobook.

O baiano Hugo Canuto também é um dos destaques na plataforma. "Contos dos Orixás", seu mash-up da mitologia yorubá com os quadrinhos clássicos explosivos de Jack Kirby, chamou a atenção de três mil apoiadores nas suas três campanhas no Catarse desde 2016 – e começa a ganhar destaque também no exterior.

“Hoje, quando sigo para a quarta impressão da obra e novos projetos no Catarse, eu penso na importância fundamental que a plataforma possui na jornada de tantos artistas como eu, um baiano pardo, contando histórias sobre deuses negros de uma religião atacada e hostilizada pelo racismo estrutural que permeia as relações e que também influencia a cultura e as escolhas editoriais na cena das HQs”, conta Hugo.

Canuto diz que, durante as campanhas, aprendeu a engajar público, divulgar seu processo e a surpreender os apoiadores com mais do que o prometido.

Felipe Cagno, que faz de cinco a sete campanhas de crowdfunding por ano, acompanha as métricas de visitas e engajamento dos leitores, está sempre de ouvidos atentos ao público e diz que ainda sente um friozinho na barriga quando abre um projeto novo.

Damasceno, que desbravou os quadrinhos na plataforma, é modesto: “se não fosse a gente, em pouco tempo alguém teria aparecido no Catarse fazendo quadrinhos, com certeza.” Ele diz ainda que "Achados e Perdidos" é a experiência da qual ele tem mais orgulho entre suas publicações, pela quantidade de apoios que teve durante a criação.

“Não é tanto orgulho, mas uma felicidade enorme de ter tido essa chance”, ele corrige. “Pensar que o Achados e Perdidos comemora 10 anos quase junto com o Catarse é muito legal.”

Érico Assis
 conversou com
Eduardo Damasceno
Felipe Cagno
Hugo Canuto

Sobre quem falamos nessa história

Eduardo Damasceno
Felipe Cagno
Hugo Canuto

Sobre quem falamos nessa história

Eduardo Damasceno
Felipe Cagno
Hugo Canuto

Traga seu projeto criativo ao mundo!

Comece seu projeto