R.I.P Segunda Chance, vida e morte de um teste

Fim da 2ª chance

 

Atenção! A partir de outubro de 2013 não existe mais Segunda Chance no Catarse. Apenas os projetos que foram enviados até dia 30/09/2013 podem solicitar a Segunda Chance.

Mas, pera aí, no Catarse não é Tudo ou Nada? Que história é essa de Segunda Chance?

Se hoje o financiamento coletivo no Brasil é novidade para muitas pessoas, no início de 2012 o número de experiências e referências sobre o assunto era ainda mais escasso por aqui. Foi nesse momento que o Catarse lançou a Segunda Chance.

O lema era: “estamos todos aprendendo com o financiamento coletivo e não existe aprendizado sem erros. Nada mais justo, portanto, do que permitir que os erros sejam corrigidos.”

Para que um projeto pudesse entrar em Segunda Chance foram definidas algumas regras que você pode conferir aqui.

Resumidamente, os projetos que por qualquer motivo não atingissem a meta no prazo estabelecido e acreditassem ser possível corrigir os problemas encontrados poderiam tirar alguns dias para refletir sobre as suas ações e resultados, atuar em cima do feedback de seus primeiros apoiadores e, assim, reformular a campanha para encarar mais uma fase de captação.

E aí, o que rolou?

O primeiro projeto que encarou uma Segunda Chance foi o Festival BaixoCentro e até hoje, cerca de 30 outros projetos incríveis foram realizados através desse processo de aprendizado e reformulação das campanhas. Entre eles: Quem são os proprietários do Brasil , Quando parei de me preocupar com canalhas , Arte Design e Comunicação , Teatro das coisas naturais e fantasiosas do Brasil , Robô Barato , Façanhas em Prosa e Verso , Guias do SEXO ilustrados , Olhando pras Estrelas , Transite - os brasileiros e suas bicicletas , AIESEC - Oasis ,  Projeto Coruja , Efêmero Concreto 4 , Coprólitos , A notícia por quem vive , Revista J’adore , Quem Realmente Somos.

Apenas 6% dos projetos que tentaram novamente realmente não conseguiram ser financiados.

Uhuul!!! Só que não…

Recentemente a Segunda Chance gerou uma série de reflexões muito importantes por conta de alguns ajustes e das mudanças na meta financeira de um projeto.

humm post no fb

Essa discussão (que você pode conferir na íntegra aqui)  nos levou a reconhecer aspectos não tão bacanas que merecem ser tratados com mais carinho pela plataforma. Também conversamos com outros realizadores sobre suas experiências e percepções pessoais sobre as mudanças em seus projetos na Segunda Chance.

Com todo esse material em mãos, juntamos nossa equipe para discutir internamente as questões levantadas no episódio acima.

Percebemos que:

  • A plataforma não oferece uma comunicação clara para os apoiadores sobre a Segunda Chance, ou sobre como agir caso as reformulações não os agradem.

  • Apesar de os realizadores informarem aos apoiadores sua decisão de entrar na Segunda Chance, durante o período de reformulação das campanhas, recebíamos muitos feedbacks de pessoas que ficavam aflitas, sem entender direito o que estava acontecendo.

  • Ao voltar para a segunda fase de captação muitos projetos acabavam extrapolando o limite máximo de 60 dias (40 dias na primeira fase + 30 dias na segunda), o que não é nada justo se pensarmos que projetos que deram certo de primeira não podem estender o prazo e tirar o máximo proveito de todo o esforço aplicado na campanha.

  • Os realizadores só descobriam a Segunda Chance quando o projeto estava prestes a ser dado como não financiado na plataforma (alguns até admitiram que caso soubessem dessa possibilidade de ante mão, talvez não tivessem se esforçado tanto na primeira fase de captação - o que diminuiria ainda mais as chances de atingir a meta). E ao fim do processo demostravam maior entendimento sobre a importância de: definir claramente metas com todos os envolvidos no projeto; traçar o orçamento com base não apenas nas necessidades mas também de acordo com a sua capacidade de captação no prazo estabelecido; não se esquecer do mundo offline - enfatizando os contatos pessoais, físicos e direto; manter o senso de urgência aceso e crescente durante todo o prazo de captação.

  • Se a curto prazo a Segunda Chance exerce um papel “educativo”, fortalece as campanhas e aumenta a taxa de sucesso do modelo como um todo, no longo prazo a possibilidade de um projeto voltar a captar caso não atinja a meta interfere profundamente no conceito do Tudo ou Nada, enfraquecendo o senso de urgência e prejudicando a construção de uma cultura sólida do financiamento coletivo no Brasil.

  • Existem diversas melhorias nas quais precisamos trabalhar para tornar a plataforma cada vez mais funcional e amigável, tanto para apoiadores quanto para realizadores, e a Segunda Chance não está no topo dessa lista de prioridades.

  • Se hoje não temos como arredondar todo o processo, conceitual e operacionalmente, tão pouco podemos seguir em frente com tantas questões mal resolvidas.

E assim decidimos acabar com a Segunda Chance.

Isso significa que o Tudo ou Nada volta a ser o único fio condutor dessa aventura e os projetos que foram enviados a partir do dia 01/10/2013 terão apenas uma chance para acertar na mosca!

Realmente não existem garantias no financiamento coletivo. Durante uma maratona dessas tudo pode acontecer e nada funcionar, mas procurar entender as dinâmicas de uma campanha, planejar o percurso da divulgação e montar uma boa apresentação são atitudes essenciais e podem fazer a diferença para qualquer tipo de projeto. Então, se você está pensando em colocar um projeto no Catarse, vale a pena pesquisar bastante e reforçar o seu planejamento de campanha.

A verdade é que a Segunda Chance foi um grande teste, uma experimentação - coisa que nós adoramos e não pretendemos parar de fazer.

Se você tem alguma crítica ou sugestão sobre isso, estamos loucos para saber. Você pode deixar um comentário nesse post, ou então cadastrar a sua ideia no nosso Fórum de Feedbacks. Aproveite para conhecer e votar nas que já estão lá!

Juntos construímos a plataforma de financiamento coletivo mais ousada do Brasil =D

 

 

 
Luciana Masini
Poeta, curiosa por cultura, desenhista por natureza e curadora por acaso.

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R.I.P Segunda Chance, vida e morte de um teste

Fim da 2ª chance

 

Atenção! A partir de outubro de 2013 não existe mais Segunda Chance no Catarse. Apenas os projetos que foram enviados até dia 30/09/2013 podem solicitar a Segunda Chance.

Mas, pera aí, no Catarse não é Tudo ou Nada? Que história é essa de Segunda Chance?

Se hoje o financiamento coletivo no Brasil é novidade para muitas pessoas, no início de 2012 o número de experiências e referências sobre o assunto era ainda mais escasso por aqui. Foi nesse momento que o Catarse lançou a Segunda Chance.

O lema era: “estamos todos aprendendo com o financiamento coletivo e não existe aprendizado sem erros. Nada mais justo, portanto, do que permitir que os erros sejam corrigidos.”

Para que um projeto pudesse entrar em Segunda Chance foram definidas algumas regras que você pode conferir aqui.

Resumidamente, os projetos que por qualquer motivo não atingissem a meta no prazo estabelecido e acreditassem ser possível corrigir os problemas encontrados poderiam tirar alguns dias para refletir sobre as suas ações e resultados, atuar em cima do feedback de seus primeiros apoiadores e, assim, reformular a campanha para encarar mais uma fase de captação.

E aí, o que rolou?

O primeiro projeto que encarou uma Segunda Chance foi o Festival BaixoCentro e até hoje, cerca de 30 outros projetos incríveis foram realizados através desse processo de aprendizado e reformulação das campanhas. Entre eles: Quem são os proprietários do Brasil , Quando parei de me preocupar com canalhas , Arte Design e Comunicação , Teatro das coisas naturais e fantasiosas do Brasil , Robô Barato , Façanhas em Prosa e Verso , Guias do SEXO ilustrados , Olhando pras Estrelas , Transite - os brasileiros e suas bicicletas , AIESEC - Oasis ,  Projeto Coruja , Efêmero Concreto 4 , Coprólitos , A notícia por quem vive , Revista J’adore , Quem Realmente Somos.

Apenas 6% dos projetos que tentaram novamente realmente não conseguiram ser financiados.

Uhuul!!! Só que não…

Recentemente a Segunda Chance gerou uma série de reflexões muito importantes por conta de alguns ajustes e das mudanças na meta financeira de um projeto.

humm post no fb

Essa discussão (que você pode conferir na íntegra aqui)  nos levou a reconhecer aspectos não tão bacanas que merecem ser tratados com mais carinho pela plataforma. Também conversamos com outros realizadores sobre suas experiências e percepções pessoais sobre as mudanças em seus projetos na Segunda Chance.

Com todo esse material em mãos, juntamos nossa equipe para discutir internamente as questões levantadas no episódio acima.

Percebemos que:

  • A plataforma não oferece uma comunicação clara para os apoiadores sobre a Segunda Chance, ou sobre como agir caso as reformulações não os agradem.

  • Apesar de os realizadores informarem aos apoiadores sua decisão de entrar na Segunda Chance, durante o período de reformulação das campanhas, recebíamos muitos feedbacks de pessoas que ficavam aflitas, sem entender direito o que estava acontecendo.

  • Ao voltar para a segunda fase de captação muitos projetos acabavam extrapolando o limite máximo de 60 dias (40 dias na primeira fase + 30 dias na segunda), o que não é nada justo se pensarmos que projetos que deram certo de primeira não podem estender o prazo e tirar o máximo proveito de todo o esforço aplicado na campanha.

  • Os realizadores só descobriam a Segunda Chance quando o projeto estava prestes a ser dado como não financiado na plataforma (alguns até admitiram que caso soubessem dessa possibilidade de ante mão, talvez não tivessem se esforçado tanto na primeira fase de captação - o que diminuiria ainda mais as chances de atingir a meta). E ao fim do processo demostravam maior entendimento sobre a importância de: definir claramente metas com todos os envolvidos no projeto; traçar o orçamento com base não apenas nas necessidades mas também de acordo com a sua capacidade de captação no prazo estabelecido; não se esquecer do mundo offline - enfatizando os contatos pessoais, físicos e direto; manter o senso de urgência aceso e crescente durante todo o prazo de captação.

  • Se a curto prazo a Segunda Chance exerce um papel “educativo”, fortalece as campanhas e aumenta a taxa de sucesso do modelo como um todo, no longo prazo a possibilidade de um projeto voltar a captar caso não atinja a meta interfere profundamente no conceito do Tudo ou Nada, enfraquecendo o senso de urgência e prejudicando a construção de uma cultura sólida do financiamento coletivo no Brasil.

  • Existem diversas melhorias nas quais precisamos trabalhar para tornar a plataforma cada vez mais funcional e amigável, tanto para apoiadores quanto para realizadores, e a Segunda Chance não está no topo dessa lista de prioridades.

  • Se hoje não temos como arredondar todo o processo, conceitual e operacionalmente, tão pouco podemos seguir em frente com tantas questões mal resolvidas.

E assim decidimos acabar com a Segunda Chance.

Isso significa que o Tudo ou Nada volta a ser o único fio condutor dessa aventura e os projetos que foram enviados a partir do dia 01/10/2013 terão apenas uma chance para acertar na mosca!

Realmente não existem garantias no financiamento coletivo. Durante uma maratona dessas tudo pode acontecer e nada funcionar, mas procurar entender as dinâmicas de uma campanha, planejar o percurso da divulgação e montar uma boa apresentação são atitudes essenciais e podem fazer a diferença para qualquer tipo de projeto. Então, se você está pensando em colocar um projeto no Catarse, vale a pena pesquisar bastante e reforçar o seu planejamento de campanha.

A verdade é que a Segunda Chance foi um grande teste, uma experimentação - coisa que nós adoramos e não pretendemos parar de fazer.

Se você tem alguma crítica ou sugestão sobre isso, estamos loucos para saber. Você pode deixar um comentário nesse post, ou então cadastrar a sua ideia no nosso Fórum de Feedbacks. Aproveite para conhecer e votar nas que já estão lá!

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