Quando o imaginário encontra o real: uma entrevista com Verena Cavalcante, tradutora de O Ninho do Terror

Convidamos Dayhara Martins para entrevistar Venera Cavalcante, tradutora de O Ninho do Terror, e ela nos contou algumas curiosidades sobre o projeto!

Não é segredo que a literatura de horror é capaz de tirar o sono de qualquer leitor. Seja pela construção de seus personagens densos, o enredo que ultrapassa qualquer barreira da nossa imaginação ou até mesmo a possibilidade de narrativas que soam absurdas, mas que nos deixam com medos reais. Afinal, há medo maior do que baratas mutantes dominando o mundo?

Gregory A. Douglas, pseudônimo de Eli Cantor, não apenas pensou sobre isso; ele de fato escreveu. O Ninho do Terror faz parte de uma importante coletânea das décadas de 1970 e 1980, e finalmente chega ao Brasil em uma edição da Tai Editora!

Afinal, o que é o Ninho do Terror?

Imagine só, um depósito de lixo em uma ilha pacífica que ninguém nunca imaginou ser uma verdadeira incubadora... No entanto, quando um pequeno detalhe no controle de venenos dá errado, uma imprevisível mutação surge. E claro, o pior acontece: baratas mutantes estão prontas para saírem de seus ninhos e estão famintas por carne humana. Essa é a sinopse de Ninho de Terror, obra de Gregory A. Douglas.

Leia também: Quem tem medo do terror, horror e mistério?

Uma entrevista com a tradutora

Convidamos Dayhara Martins para entrevistar Venera Cavalcante, tradutora da obra, e ela nos contou algumas curiosidades sobre o projeto:

Dayhara: Qual a importância desse clássico dos anos 80 para o horror?

Verena Cavalcante: Ninho do Terror faz parte de uma coleção de mais de 500 livros de horror lançados entre as décadas de 1970 e 1990, nos Estados Unidos. Por serem livros de horror publicados em formato de bolso e brochura (paperbacks), com o tempo receberam a alcunha de Paperbacks From Hell. Foram graças a essas edições populares que o gênero vicejou na literatura e, posteriormente, no cinema, ganhando destaque e fãs. Ninho do Terror, além de fazer parte desta safra, ainda é responsável pela popularização de uma subcategoria muito querida entre os leitores: o “animal attack” ou “creatures features”. Em Ninho do Terror, baratas assassinas e sedentas por carne humana aterrorizam os moradores de uma ilha. Foi um sucesso tão grande que ganhou até mesmo adaptação homônima para o cinema. Como fã, estou muito emocionada de poder fazer parte deste projeto da Tai Editora e trazer para os brasileiros, este catálogo dos sonhos.

D: Enquanto autora e amante do horror, qual o papel de Gregory A. Douglas na sua literatura e na sua estante?

VC: Apesar de já ter lido diversos “Paperbacks from hell” ao longo da minha trajetória como leitora, só tive a oportunidade de conhecer o autor ao ser convidada para traduzir o livro para a Tai Editora. Mesmo assim, foi um presente inusitado. Antes de ler Ninho do Terror eu não tinha medo de baratas – agora eu tenho.

D: O que os leitores podem esperar da obra?

VC: (...) É um livro muito ambivalente. Ao mesmo tempo que resume perfeitamente o horror da década de 1980 – é trash, violento, divertido e asqueroso –, também é meio fora da curva. O autor era acadêmico, um homem de letras, e isso se reflete na escrita que, por vezes, chega até mesmo a ser poética. Como estamos falando de baratas assassinas, o fato de Gregory A. Douglas narrar a cena de insetos subindo pelo reto de alguém de maneira quase-lírica é muito surpreendente. Além disso, o leitor também pode esperar encontrar diversas curiosidades sobre o universo dos insetos e detalhes sobre a vida de trabalhadores do mar. É um livro único. Nunca li nada igual.

D: O processo de tradução de uma obra como O Ninho do Terror, exige alguma preparação ou ritual específico?

VC: Sempre que vou traduzir alguma obra pesquiso sobre ela e, caso tenha adaptação cinematográfica (como no caso de Ninho do Terror), vejo o filme para observar que escolhas ou mudanças foram feitas para o cinema. Também gosto de criar uma playlist de música atmosférica que se encaixe com a obra do momento (a de Ninho do Terror é cheia de hits dos anos 80). Outra coisa que fiz durante a tradução foi espalhar armadilhas de baratas pela casa para não ter nenhuma surpresa desagradável, risos.

D: Existe algum projeto, tanto de obras quanto de clubes no Catarse, que você indica para quem curte a vibe O Ninho do Terror?

VC: Para quem gosta de livros como Ninho do Terror, indico todos os projetos de Catarse da Tai Editora, d’O Grifo, da Editora Diário Macabro e do Sebo Clepsidra.

A boa notícia é que O Ninho do Terror pode ser apoiado até 17/02/2024 e conta com recompensas disponíveis. Essa é a chance de fãs do terror, do grotesco e de criaturas macabras, apoiarem um projeto que tem tudo para dominar o mundo, com ou sem baratas mutantes.

Saiba mais sobre o projeto clicando aqui.

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Verena Cavalcante é autora, revisora de textos e tradutora (ING/PT/ES). Bacharel e licenciada em Letras (Português/Inglês e suas Literaturas) pela PUC Campinas, trabalha no mercado editorial há mais de dez anos. Atualmente, atua como profissional freelancer, prestando serviços para editoras e autores independentes.

Já revisou para editoras como Grupo Átomo e Alínea, Editora Bestiário, Editora Patuá, Editora Penalux, Editora Rua do Sabão, DBA Editora e Darkside Books; e traduziu livros para Grupo Átomo e Alínea, Editora Astral Cultural e Darkside Books.

É autora de gênero e considerada uma das maiores expoentes do horror brasileiro. Escreveu “Larva” (Editora Oito e Meio, 2015), “O Berro do Bode” (Editora Penalux, 2018), “Inventário de Predadores Domésticos”(Darkside Books, 2021), e participou de diversas antologias e revistas literárias.

Dayhara Martins
Redatora e revisora, fala de livros na internet há mais de 10 anos. Criadora do Raízes do Horror, um clube de leitura que foca em literatura de horror com o olhar para raça, classe e gênero.

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Quando o imaginário encontra o real: uma entrevista com Verena Cavalcante, tradutora de O Ninho do Terror

Não é segredo que a literatura de horror é capaz de tirar o sono de qualquer leitor. Seja pela construção de seus personagens densos, o enredo que ultrapassa qualquer barreira da nossa imaginação ou até mesmo a possibilidade de narrativas que soam absurdas, mas que nos deixam com medos reais. Afinal, há medo maior do que baratas mutantes dominando o mundo?

Gregory A. Douglas, pseudônimo de Eli Cantor, não apenas pensou sobre isso; ele de fato escreveu. O Ninho do Terror faz parte de uma importante coletânea das décadas de 1970 e 1980, e finalmente chega ao Brasil em uma edição da Tai Editora!

Afinal, o que é o Ninho do Terror?

Imagine só, um depósito de lixo em uma ilha pacífica que ninguém nunca imaginou ser uma verdadeira incubadora... No entanto, quando um pequeno detalhe no controle de venenos dá errado, uma imprevisível mutação surge. E claro, o pior acontece: baratas mutantes estão prontas para saírem de seus ninhos e estão famintas por carne humana. Essa é a sinopse de Ninho de Terror, obra de Gregory A. Douglas.

Leia também: Quem tem medo do terror, horror e mistério?

Uma entrevista com a tradutora

Convidamos Dayhara Martins para entrevistar Venera Cavalcante, tradutora da obra, e ela nos contou algumas curiosidades sobre o projeto:

Dayhara: Qual a importância desse clássico dos anos 80 para o horror?

Verena Cavalcante: Ninho do Terror faz parte de uma coleção de mais de 500 livros de horror lançados entre as décadas de 1970 e 1990, nos Estados Unidos. Por serem livros de horror publicados em formato de bolso e brochura (paperbacks), com o tempo receberam a alcunha de Paperbacks From Hell. Foram graças a essas edições populares que o gênero vicejou na literatura e, posteriormente, no cinema, ganhando destaque e fãs. Ninho do Terror, além de fazer parte desta safra, ainda é responsável pela popularização de uma subcategoria muito querida entre os leitores: o “animal attack” ou “creatures features”. Em Ninho do Terror, baratas assassinas e sedentas por carne humana aterrorizam os moradores de uma ilha. Foi um sucesso tão grande que ganhou até mesmo adaptação homônima para o cinema. Como fã, estou muito emocionada de poder fazer parte deste projeto da Tai Editora e trazer para os brasileiros, este catálogo dos sonhos.

D: Enquanto autora e amante do horror, qual o papel de Gregory A. Douglas na sua literatura e na sua estante?

VC: Apesar de já ter lido diversos “Paperbacks from hell” ao longo da minha trajetória como leitora, só tive a oportunidade de conhecer o autor ao ser convidada para traduzir o livro para a Tai Editora. Mesmo assim, foi um presente inusitado. Antes de ler Ninho do Terror eu não tinha medo de baratas – agora eu tenho.

D: O que os leitores podem esperar da obra?

VC: (...) É um livro muito ambivalente. Ao mesmo tempo que resume perfeitamente o horror da década de 1980 – é trash, violento, divertido e asqueroso –, também é meio fora da curva. O autor era acadêmico, um homem de letras, e isso se reflete na escrita que, por vezes, chega até mesmo a ser poética. Como estamos falando de baratas assassinas, o fato de Gregory A. Douglas narrar a cena de insetos subindo pelo reto de alguém de maneira quase-lírica é muito surpreendente. Além disso, o leitor também pode esperar encontrar diversas curiosidades sobre o universo dos insetos e detalhes sobre a vida de trabalhadores do mar. É um livro único. Nunca li nada igual.

D: O processo de tradução de uma obra como O Ninho do Terror, exige alguma preparação ou ritual específico?

VC: Sempre que vou traduzir alguma obra pesquiso sobre ela e, caso tenha adaptação cinematográfica (como no caso de Ninho do Terror), vejo o filme para observar que escolhas ou mudanças foram feitas para o cinema. Também gosto de criar uma playlist de música atmosférica que se encaixe com a obra do momento (a de Ninho do Terror é cheia de hits dos anos 80). Outra coisa que fiz durante a tradução foi espalhar armadilhas de baratas pela casa para não ter nenhuma surpresa desagradável, risos.

D: Existe algum projeto, tanto de obras quanto de clubes no Catarse, que você indica para quem curte a vibe O Ninho do Terror?

VC: Para quem gosta de livros como Ninho do Terror, indico todos os projetos de Catarse da Tai Editora, d’O Grifo, da Editora Diário Macabro e do Sebo Clepsidra.

A boa notícia é que O Ninho do Terror pode ser apoiado até 17/02/2024 e conta com recompensas disponíveis. Essa é a chance de fãs do terror, do grotesco e de criaturas macabras, apoiarem um projeto que tem tudo para dominar o mundo, com ou sem baratas mutantes.

Saiba mais sobre o projeto clicando aqui.

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Verena Cavalcante é autora, revisora de textos e tradutora (ING/PT/ES). Bacharel e licenciada em Letras (Português/Inglês e suas Literaturas) pela PUC Campinas, trabalha no mercado editorial há mais de dez anos. Atualmente, atua como profissional freelancer, prestando serviços para editoras e autores independentes.

Já revisou para editoras como Grupo Átomo e Alínea, Editora Bestiário, Editora Patuá, Editora Penalux, Editora Rua do Sabão, DBA Editora e Darkside Books; e traduziu livros para Grupo Átomo e Alínea, Editora Astral Cultural e Darkside Books.

É autora de gênero e considerada uma das maiores expoentes do horror brasileiro. Escreveu “Larva” (Editora Oito e Meio, 2015), “O Berro do Bode” (Editora Penalux, 2018), “Inventário de Predadores Domésticos”(Darkside Books, 2021), e participou de diversas antologias e revistas literárias.

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