Diário de Campanha: Mola 2, foi dada a largada

Sabe aquela história de que é bom aprender com o erro dos outros? A gente acredita nisso, mas também acredita que é bom aprender com os acertos. Para isso, não adianta só fazer resumos, precisamos ir a fundo nas histórias, olhar mais de perto. E é isso que vamos fazer na série Diário de Campanha. Vamos acompanhar e compartilhar, pelos próximos dois meses, o passo-a-passo de planejamento e lançamento de uma campanha no Catarse.

O projeto que escolhemos para essa jornada é o Mola 2, que será lançado dia 7 de novembro no Catarse (anota no caderninho aí!). O arquiteto Márcio Sequeira é o realizador - de segunda viagem - que aceitou ser nossa cobaia. Na sua primeira experiência, em 2014, ele levantou R$603.000 junto a 1526 apoiadores e tirou o Mola 1 do papel.

Vamos primeiro rebobinar a fita e lembrar o que foi o Mola 1 para todos ficarmos na mesma página (já que é um diário, né?).

A 1ª campanha do Mola, em 2014

O Mola é um produto que veio pra resolver um problema bem claro e cabeludo: a abordagem de ensino das disciplinas de estrutura nos cursos de engenharia e arquitetura era muito abstrata. O Márcio passou quase 10 anos desenvolvendo uma solução pra isso e o resultado foi um kit que permite estudar e ensinar sobre comportamento das estruturas de forma tátil e visual.

Para financiar a primeira produção, o paraense escolheu o Catarse, almejando levantar R$50.000 para produzir um primeiro lote e entender se havia mercado para o seu produto.

Em 3 dias ele bateu a meta. Em 45 ele arrecadou 1206% do que tinha planejado.

Essa campanha foi um exemplo de trabalho duro e planejamento bem executado e você pode ler aqui nesse post mais detalhes da trajetória inicial do Márcio.

Repercussão da primeira campanha e começo do novo produto

Hoje, 2 anos após o fim da campanha, o kit Mola já chegou na mão de pessoas em 51 países, com mais de 3000 unidades vendidas. Tem gente que usa o Mola para simular testes sísmicos, para criar uma réplica do Copan, para explicar conceitos de física no ensino médio e por aí vai. O Márcio já deu palestras e workshops em diversas universidades para encantar as pessoas sobre o mundo de possibilidades do Mola.

Seja nas palestras e eventos, seja por email, tem uma pergunta que ele não cansava de ouvir: “E quando vai ter o Mola 2?”.

Aqui tem um truque importante que estimulou o desejo das pessoas: mesmo não dando muitas pistas durante a campanha de que ele já estava pensando no futuro, a caixa do produto destacava que aquele era o número 1. Quando as pessoas recebiam seus kits, ficava fácil chegar à conclusão de que uma hora teria que sair o kit 2.

O Márcio contou pra gente que quando pensou Mola, pensou como um sistema amplo, e que um kit não daria conta de todas as possibilidades. O kit 1 seria um recorte, pois ainda faltariam muitas peças para ter todo o conjunto ideal para o aprendizado sobre estruturas.

Botando pra fazer o Mola 2

Em 2015, quando os primeiros kits para os apoiadores estavam sendo entregues, o Márcio começou a desenvolver o Mola 2. Ele já tinha ideia que algumas peças deveriam fazer parte do kit, mas não tinha tudo definido.

A ideia é que o novo kit dialogasse bem com o primeiro para ampliar inúmeras vezes as possibilidades de construção. Não só isso, era preciso encaixar essas novas peças numa caixa de mesmo tamanho da do kit 1. Todo esse trabalho de arquitetar como seria o novo produto foi iniciado em 2015 e finalizado no início de 2016.

Por que fazer um Catarse novamente

Mesmo que flertasse com a ideia de produzir o Mola 2 por conta própria, a decisão foi adotar novamente o financiamento coletivo.

Na mesma lógica da primeira campanha, o objetivo é entender se as pessoas realmente querem que exista o segundo kit. Outra vantagem é a antecipação de caixa que é possível com o financiamento coletivo. Se a campanha for bem-sucedida,você recebe os recursos antes de começar a produção, ou seja, consegue ter em mãos os investimentos necessários para uma parte custosa do processo de produção: ferramentas como molde de injeção e estampo.

Além disso, o fato de vários projetos pelo mundo darem sequência aos seus produtos também via financiamento coletivo estimulou o Márcio a adotar esse caminho para o Mola 2. Um caso marcante é o Pebble, que em 2012 teve a primeira campanha financiada e desde então lançou mais duas, levantando um total de U$43.385.674.

Nas palavras empolgadas do Márcio: “E se o Catarse já funcionou bem uma vez, então vamos de novo!”

O planejamento da campanha até aqui

Começamos a acompanhar a construção da campanha do Mola 2 mais de perto numa conversa com o Márcio em agosto, embora já tenhamos registros das especulações desde fevereiro:

mola Marcio Sequeira Diego Reeberg  catarse

Meticuloso com o planejamento e os detalhes do produto, dá só uma olhada na lista de coisas que o Márcio já deixou pronta para o lançamento da campanha do Mola 2:

  • 3 vídeos depoimentos de apoiadores do Mola 1, incluindo definição dos personagens, roteiro, gravação, decupagem a partir do áudio e edição (aqui o Márcio conta com o trabalho da Luiza de Castro).

  • landing page para os interessados pelo Mola 2 se cadastrarem e receberem com exclusividade informações sobre o lançamento: https://molamodel.com/mola2/

  • definição da identidade visual do Mola 2, após diveeeeersos testes

  • definição da caixa do kit 2: cor, desenho da estrutura que aparecerá na capa, teste com a gráfica

  • storyboard do vídeo de campanha desenhado tela por tela no caderno

    story board desenho mola Se você nunca viu um story board desenhado tela a tela, chegou a hora de apreciar essa belezinha!
  • fechamento do orçamento da campanha a partir de custos de produção dos fornecedores
  • definição de todas as cotas de recompensas, incluindo as dos early birds

  • conversas iniciais com possíveis empresas patrocinadoras para apoiar a campanha

  • criação de tags no Google Analytics e integração com o Mailchimp para verificar de onde vem as pessoas que estão se inscrevendo na landing page. Para isso, foram estudados três artigos: esse, esse outro e esse aqui.

  • definição da data de lançamento e data final da campanha

  • levantamento de lista de imprensa a partir de contatos que já entrevistaram o Márcio nos últimos dois anos

Ufa! Fazer uma campanha de crowdfunding dá trabalho, ainda mais se você quiser ter um bom resultado. Mas dá ainda mais trabalho se você não planejar bem a campanha.

Bem, essa primeira página deu o tom da história que vamos nos aventurar. Na semana que vem, vamos nos debruçar sobre as ações que o Márcio tem tomado e esmiuçar com detalhes o que tem acontecido no dia-a-dia de preparação da campanha.

O diário agora vai a todo vapor, porque só falta 1 mês para o lançamento do Mola 2!

Diego Reeberg
Adepto voraz do mecenato digital e viciado em Calvino e Saramago, gosta de vasculhar coisas bonitas e pessoas talentosas nos cantos empoeirados da internet.

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Diário de Campanha: Mola 2, foi dada a largada

Sabe aquela história de que é bom aprender com o erro dos outros? A gente acredita nisso, mas também acredita que é bom aprender com os acertos. Para isso, não adianta só fazer resumos, precisamos ir a fundo nas histórias, olhar mais de perto. E é isso que vamos fazer na série Diário de Campanha. Vamos acompanhar e compartilhar, pelos próximos dois meses, o passo-a-passo de planejamento e lançamento de uma campanha no Catarse.

O projeto que escolhemos para essa jornada é o Mola 2, que será lançado dia 7 de novembro no Catarse (anota no caderninho aí!). O arquiteto Márcio Sequeira é o realizador - de segunda viagem - que aceitou ser nossa cobaia. Na sua primeira experiência, em 2014, ele levantou R$603.000 junto a 1526 apoiadores e tirou o Mola 1 do papel.

Vamos primeiro rebobinar a fita e lembrar o que foi o Mola 1 para todos ficarmos na mesma página (já que é um diário, né?).

A 1ª campanha do Mola, em 2014

O Mola é um produto que veio pra resolver um problema bem claro e cabeludo: a abordagem de ensino das disciplinas de estrutura nos cursos de engenharia e arquitetura era muito abstrata. O Márcio passou quase 10 anos desenvolvendo uma solução pra isso e o resultado foi um kit que permite estudar e ensinar sobre comportamento das estruturas de forma tátil e visual.

Para financiar a primeira produção, o paraense escolheu o Catarse, almejando levantar R$50.000 para produzir um primeiro lote e entender se havia mercado para o seu produto.

Em 3 dias ele bateu a meta. Em 45 ele arrecadou 1206% do que tinha planejado.

Essa campanha foi um exemplo de trabalho duro e planejamento bem executado e você pode ler aqui nesse post mais detalhes da trajetória inicial do Márcio.

Repercussão da primeira campanha e começo do novo produto

Hoje, 2 anos após o fim da campanha, o kit Mola já chegou na mão de pessoas em 51 países, com mais de 3000 unidades vendidas. Tem gente que usa o Mola para simular testes sísmicos, para criar uma réplica do Copan, para explicar conceitos de física no ensino médio e por aí vai. O Márcio já deu palestras e workshops em diversas universidades para encantar as pessoas sobre o mundo de possibilidades do Mola.

Seja nas palestras e eventos, seja por email, tem uma pergunta que ele não cansava de ouvir: “E quando vai ter o Mola 2?”.

Aqui tem um truque importante que estimulou o desejo das pessoas: mesmo não dando muitas pistas durante a campanha de que ele já estava pensando no futuro, a caixa do produto destacava que aquele era o número 1. Quando as pessoas recebiam seus kits, ficava fácil chegar à conclusão de que uma hora teria que sair o kit 2.

O Márcio contou pra gente que quando pensou Mola, pensou como um sistema amplo, e que um kit não daria conta de todas as possibilidades. O kit 1 seria um recorte, pois ainda faltariam muitas peças para ter todo o conjunto ideal para o aprendizado sobre estruturas.

Botando pra fazer o Mola 2

Em 2015, quando os primeiros kits para os apoiadores estavam sendo entregues, o Márcio começou a desenvolver o Mola 2. Ele já tinha ideia que algumas peças deveriam fazer parte do kit, mas não tinha tudo definido.

A ideia é que o novo kit dialogasse bem com o primeiro para ampliar inúmeras vezes as possibilidades de construção. Não só isso, era preciso encaixar essas novas peças numa caixa de mesmo tamanho da do kit 1. Todo esse trabalho de arquitetar como seria o novo produto foi iniciado em 2015 e finalizado no início de 2016.

Por que fazer um Catarse novamente

Mesmo que flertasse com a ideia de produzir o Mola 2 por conta própria, a decisão foi adotar novamente o financiamento coletivo.

Na mesma lógica da primeira campanha, o objetivo é entender se as pessoas realmente querem que exista o segundo kit. Outra vantagem é a antecipação de caixa que é possível com o financiamento coletivo. Se a campanha for bem-sucedida,você recebe os recursos antes de começar a produção, ou seja, consegue ter em mãos os investimentos necessários para uma parte custosa do processo de produção: ferramentas como molde de injeção e estampo.

Além disso, o fato de vários projetos pelo mundo darem sequência aos seus produtos também via financiamento coletivo estimulou o Márcio a adotar esse caminho para o Mola 2. Um caso marcante é o Pebble, que em 2012 teve a primeira campanha financiada e desde então lançou mais duas, levantando um total de U$43.385.674.

Nas palavras empolgadas do Márcio: “E se o Catarse já funcionou bem uma vez, então vamos de novo!”

O planejamento da campanha até aqui

Começamos a acompanhar a construção da campanha do Mola 2 mais de perto numa conversa com o Márcio em agosto, embora já tenhamos registros das especulações desde fevereiro:

mola Marcio Sequeira Diego Reeberg  catarse

Meticuloso com o planejamento e os detalhes do produto, dá só uma olhada na lista de coisas que o Márcio já deixou pronta para o lançamento da campanha do Mola 2:

  • 3 vídeos depoimentos de apoiadores do Mola 1, incluindo definição dos personagens, roteiro, gravação, decupagem a partir do áudio e edição (aqui o Márcio conta com o trabalho da Luiza de Castro).

  • landing page para os interessados pelo Mola 2 se cadastrarem e receberem com exclusividade informações sobre o lançamento: https://molamodel.com/mola2/

  • definição da identidade visual do Mola 2, após diveeeeersos testes

  • definição da caixa do kit 2: cor, desenho da estrutura que aparecerá na capa, teste com a gráfica

  • storyboard do vídeo de campanha desenhado tela por tela no caderno

    story board desenho mola Se você nunca viu um story board desenhado tela a tela, chegou a hora de apreciar essa belezinha!
  • fechamento do orçamento da campanha a partir de custos de produção dos fornecedores
  • definição de todas as cotas de recompensas, incluindo as dos early birds

  • conversas iniciais com possíveis empresas patrocinadoras para apoiar a campanha

  • criação de tags no Google Analytics e integração com o Mailchimp para verificar de onde vem as pessoas que estão se inscrevendo na landing page. Para isso, foram estudados três artigos: esse, esse outro e esse aqui.

  • definição da data de lançamento e data final da campanha

  • levantamento de lista de imprensa a partir de contatos que já entrevistaram o Márcio nos últimos dois anos

Ufa! Fazer uma campanha de crowdfunding dá trabalho, ainda mais se você quiser ter um bom resultado. Mas dá ainda mais trabalho se você não planejar bem a campanha.

Bem, essa primeira página deu o tom da história que vamos nos aventurar. Na semana que vem, vamos nos debruçar sobre as ações que o Márcio tem tomado e esmiuçar com detalhes o que tem acontecido no dia-a-dia de preparação da campanha.

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