Conheça a história da Nintendo no Brasil e confira novidades!

Você é da época dos anos 90 e 2000 e lembra da Nintendo World, ou faz parte da nova geração e tem curiosidade sobre ela? Então você precisa conhecer o Projeto Nintendistas, que surgiu para manter vivo o legado de uma publicação que foi muito mais do que uma simples revista sobre videogames.

E prepare-se, pois você fará parte da missão de preservar esse legado, que vai emocionar tanto os fãs de longa data quanto os novos entusiastas. Confira! 👀

O legado da Nintendo em Nintendistas

Tudo que faz história merece ser registrado para a posteridade e, acima de tudo, homenageado. E é justamente isso que André Forastieri – jornalista e editor com vasta experiência em diversos veículos (como a mítica revista Herói), cofundador da editora Conrad, que teve a coragem de lançar a revista Nintendo World em 1998 – e Pablo Miyazawa – ex-editor da Nintendo World, EGM Brasil, IGN, Rolling Stone e parte da equipe da Power Lineestão fazendo com o Projeto Nintendistas.

Esses dois gigantes do jornalismo de games no Brasil lideram uma iniciativa jornalística independente, que conta com o apoio da comunidade na campanha de financiamento coletivo para a produção de um livro e, também, para dar início à produção de um documentário.

Este projeto é feito para os fãs e entusiastas da cultura dos videogames e, especialmente, para os apaixonados pela Nintendo! Assim, você entenderá como uma revista foi essencial para criar uma comunidade que continua a ser uma parte fundamental da cultura gamer brasileira, e como esse legado ainda influencia a geração de hoje.

Imagem provisória do livro do Projeto Nintendistas

E caso não esteja sabendo, a campanha do Projeto Nintendistas está quase entrando em sua reta final, e algo que muitos pediram finalmente se tornou realidade: a mítica Edição Zero da Nintendo World está disponível para os apoiadores! Esta edição inédita pode agora ser adquirida em uma reprodução fac-símile em papel couchê brilho 115g – exatamente como foi impressa originalmente, mas nunca distribuída aos leitores da revista.

E para tornar isso ainda mais especial, essa edição será autografada pelos editores do projeto e estará disponível exclusivamente nesta campanha do Catarse. Então já sabe, né? Não perca a oportunidade de garantir um pedaço único da história da Nintendo no Brasil!

Agora que você sabe a importância da Nintendo e estar a par do Projeto Nintendistas, descubra mais com os visionários responsáveis por reviver esse legado. 👇

Origem, desenvolvimento e power-up do projeto Nintendistas

Lorena: Como surgiu a ideia de lançar o Projeto Nintendistas para celebrar os 25 anos da Nintendo World e os 30 anos da Nintendo no Brasil?

Pablo: Durante a pandemia, tive a ideia de criar uma live com o Rodrigo Coelho, reunindo atrações para celebrar essas datas importantes com os fãs da Nintendo e da Nintendo World. Apesar de não ter avançado na época, em 2023 decidi retomar o projeto com um olhar mais jornalístico. Queria contar a história da entrada oficial da Nintendo no Brasil e o impacto cultural da marca.

Percebi que um livro-reportagem seria o formato ideal e convidei o Rodrigo Coelho e o André Forastieri para o projeto. O André foi meu chefe na Conrad e liderou o lançamento da Nintendo World em 1998. A ideia do livro Nintendistas começou a ganhar forma, priorizando entrevistas com pessoas que vivenciaram essa história.

Minha experiência pessoal também foi um incentivo: antes de ser jornalista, trabalhei no marketing da Nintendo brasileira, o que me deu acesso direto a muitas das pessoas envolvidas. Essa proximidade me motivou a investigar e registrar essa história de forma única e aprofundada.

Lorena: Qual é a principal inspiração para o livro e o documentário do projeto?

Pablo: Não consigo apontar uma inspiração específica de alguma obra… Mas sou fã de jornalismo investigativo, sou um adepto desse formato de reportagem, desde os tempos em que eu trabalhei como editor na revista Rolling Stone Brasil. Sempre apreciei biografias e relatos baseados em fatos reais, principalmente no formato de texto.

Para o livro, escolhemos a narrativa de história oral, conduzida pelas falas dos personagens. Um exemplo que me inspira é Mate-me por favor, do Lex McNeil e Gillian McCain, sobre a cena punk dos anos 70, que dá protagonismo às vozes das pessoas envolvidas.

Já o documentário será um complemento, com uma abordagem mais artística. Ele aproveitará entrevistas gravadas para o livro e incluirá material inédito, como vídeos antigos de eventos internacionais e cenas da redação da Nintendo World. Nossa ideia é oferecer uma visão diferente, com elementos que não cabem no formato do livro.

Lorena: O Projeto Nintendistas foi anunciado na Retrocon 2024, reunindo figuras importantes da época da Nintendo World, como você, André Forastieri, Eduardo Trivella e Rodrigo Coelho. Como foi o reencontro com esses colegas de longa data para iniciar esse projeto, e o que cada um traz de especial para a realização do livro e documentário?

Pablo: No caso de alguns deles, eu nunca perdi o vínculo. Com o André Forastieri, que foi meu primeiro chefe e com quem trabalhei por quase oito anos, sempre mantive contato. Trabalhar novamente com ele em um projeto tão significativo é como reviver os tempos da Nintendo World, mas em uma nova fase.

Já o Eduardo Trivella foi meu primeiro grande parceiro profissional. Trabalhamos juntos na Nintendo e na Conrad, criando revistas de games. Estávamos afastados nos últimos anos, mas eu sabia que o projeto só seria possível com ele. O Trivella é uma lenda viva no jornalismo de games, com um texto impecável e um conhecimento profundo sobre a Nintendo. Ele também é alguém com quem sempre trabalhei muito bem, o que trouxe confiança para seguir adiante com o projeto.

O Rodrigo Coelho, por outro lado, é um amigo mais recente, mas logo nos conectamos pela paixão mútua pela Nintendo. Como influenciador, ele traz uma visão moderna e interativa que complementa perfeitamente minha experiência como jornalista.

Com cada um trazendo sua expertise e outros colaboradores ainda a serem revelados, Nintendistas será uma combinação de jornalismo investigativo, celebração e homenagem à história da Nintendo no Brasil e à devoção de seus fãs.

Impacto da Nintendo World: um game changer no Brasil

Nintendo World não acabou", diz André Martins sobre futuro da revista em  entrevista exclusiva - Nintendo Blast

Lorena: Como foi a experiência de trazer o formato da Nintendo Power para o Brasil com um toque nacional? Que influência o apoio da Gradiente e da Nintendo of America teve no projeto?

André: Adaptar a Nintendo Power ao Brasil foi mais uma inspiração do que uma reprodução. A revista americana funcionava principalmente com assinaturas, algo barato nos EUA, enquanto aqui o foco era o mercado de bancas, o que exigiu um formato mais atrativo para o público local.

Nos EUA, a Nintendo Power era feita diretamente pela Nintendo em Redmond, muito baseada em press releases, com cada edição revisada no Japão. Já a Nintendo World precisava refletir a realidade brasileira, mesclando elementos oficiais com uma abordagem editorial mais independente.

Recebemos suporte da Nintendo of America, especialmente da Karen Wu Martin, que falava português e facilitou as aprovações iniciais. A Gradiente também foi crucial: figuras como Regina Macedo, Gilson Lima e especialmente Eduardo Trivella ajudaram a ajustar o tom da revista e mediaram as necessidades da empresa com o que o público brasileiro realmente queria. Foi um trabalho colaborativo para equilibrar as demandas comerciais com o apelo editorial.

Lorena: A Nintendo World teve um papel importante em um período em que o acesso à informação era mais limitado. Como você enxerga o impacto da revista na formação da comunidade de fãs da Nintendo no Brasil?

André: A Nintendo World foi crucial para a formação da comunidade de fãs da Nintendo no Brasil, assim como a Nintendo Power nos EUA e a revista oficial no Japão. Além disso, tínhamos a Powerline, onde os fãs podiam ligar e pedir dicas, e fazíamos muitas promoções e interações com os leitores, fortalecendo esse sentimento de pertencimento ao universo Nintendo.

A revista também gerou um impacto com Pokémon Clube, que surgiu como um desdobramento e teve enorme sucesso. Ambas ajudaram a criar uma base apaixonada de fãs, que hoje é alimentada por plataformas digitais, como sites, canais no YouTube e influenciadores como o Coelho, que continuam essa tradição, inclusive com um olhar crítico, como nós fazíamos.

Curadoria de conteúdo: o combo perfeito para os fãs brasileiros

Lorena: Quais eram os maiores desafios ao criar conteúdo focado na Nintendo para o público brasileiro? Você poderia compartilhar um momento marcante ou história de bastidor que mostre a importância da revista para os fãs?

Pablo: A Nintendo sempre teve um apelo muito especial no Brasil, algo que não era apenas sobre os jogos, mas sobre a própria personalidade da marca. As pessoas eram devotas à Nintendo, e a revista Nintendo World se tornou uma extensão dessa devoção. Um exemplo claro disso foi uma promoção chamada “Eu amo a Nintendo World”, onde um fã invadiu um estádio de futebol, com uma enorme bandeira no centro do campo, com essa chamada. Esse tipo de manifestação mostrou o quanto a revista representava para o público. A Nintendo era distante fisicamente, no Japão, mas a Nintendo World funcionava como um ponto de contato direto e acessível para os fãs brasileiros. Isso nos ensinou que o nosso papel era muito mais do que informar: era estar lá para atender a uma paixão muito pessoal de cada fã. O desafio, portanto, era não decepcionar essas pessoas que, de certa forma, viam a revista como uma representação da própria Nintendo aqui no Brasil.

Lorena: Que tipo de conteúdo vocês priorizavam para conectar com os leitores brasileiros? Como era a interação com a comunidade?

Pablo: No final dos anos 90 e começo dos 2000, a internet ainda estava começando a se expandir no Brasil, e a comunidade digital, como fóruns ou redes sociais, ainda não existia. Então, nossa comunidade eram os leitores da revista, e a forma de contato era mais direta e tradicional. Sabíamos da existência deles através das vendas, mas principalmente pela interação com cartas enviadas pelo correio, telefonemas ou até visitas inesperadas à redação. Isso nos dava uma ideia de quem eram os leitores, mas de forma muito empírica, sem dados concretos ou pesquisas.

Não havia eventos como a BGS ou a Gamescom para encontrá-los. Por isso, quem se dava ao trabalho de nos escrever ou visitar a redação tinha um papel fundamental na nossa interação. Tratávamos esses leitores com um carinho especial, pois eles nos ofereciam as informações que não podíamos adivinhar de outra forma. A Nintendo World não só informava, mas criava uma relação pessoal com os fãs, algo que sentimos até hoje. Muitos dos leitores de então continuam se conectando com o universo da Nintendo por meio da campanha do Nintendistas, o que tem sido muito legal. A reconexão com esses fãs é um processo muito gratificante.

Level Up para o futuro do projeto Nintendistas

Lorena: Qual é o objetivo do financiamento coletivo do Projeto Nintendistas? Além do livro e documentário, há planos de expandir o projeto de outras formas?

André: O foco agora é realmente o livro e a entrega do documentário, mas já temos ideias de como tornar a entrega desse material algo mais interessante, algo que envolva a paixão dos fãs e o colecionável, conectando tudo isso ao conceito de Nintendista. Estamos criando recompensas que ampliem a experiência, e temos planos para expandir o projeto, mas no momento estamos totalmente concentrados nas metas do livro e nas entrevistas em vídeo que vão iniciar o documentário.

Lorena: Como você enxerga o legado da Nintendo World e da Nintendo no Brasil, e de que forma o Projeto Nintendistas contribui para a preservação e fortalecimento dessa história?

André: O Projeto Nintendistas recupera e materializa o legado da Nintendo World de maneira muito significativa. O legado está presente nas pessoas que continuam falando sobre a Nintendo nas redes sociais, em profissionais formados na nossa redação, e em outras iniciativas como o Game World e eventos que realizamos. Embora o projeto não seja exclusivamente sobre a história da Nintendo World, ele a resgata como uma parte importante desse legado, e para quem fez parte dessa história, é um grande orgulho vê-lo sendo preservado.

Gostou da campanha e das recompensas? Então agora é com você: ajude a upar o legado da Nintendo no Brasil! Apoie e faça parte dessa jornada épica! 🎮💥

Lorena Camilo
Mestra em Estudos Literários na área de pesquisa Literaturas Modernas e Contemporâneas; e bacharel em Letras em duas ênfases, Estudos sobre Edição com formação complementar em Comunicação Social e em Estudos Literários pela UFMG. É editora, revisora e redatora, além de aficionada por arte e cultura pop.

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E prepare-se, pois você fará parte da missão de preservar esse legado, que vai emocionar tanto os fãs de longa data quanto os novos entusiastas. Confira! 👀

O legado da Nintendo em Nintendistas

Tudo que faz história merece ser registrado para a posteridade e, acima de tudo, homenageado. E é justamente isso que André Forastieri – jornalista e editor com vasta experiência em diversos veículos (como a mítica revista Herói), cofundador da editora Conrad, que teve a coragem de lançar a revista Nintendo World em 1998 – e Pablo Miyazawa – ex-editor da Nintendo World, EGM Brasil, IGN, Rolling Stone e parte da equipe da Power Lineestão fazendo com o Projeto Nintendistas.

Esses dois gigantes do jornalismo de games no Brasil lideram uma iniciativa jornalística independente, que conta com o apoio da comunidade na campanha de financiamento coletivo para a produção de um livro e, também, para dar início à produção de um documentário.

Este projeto é feito para os fãs e entusiastas da cultura dos videogames e, especialmente, para os apaixonados pela Nintendo! Assim, você entenderá como uma revista foi essencial para criar uma comunidade que continua a ser uma parte fundamental da cultura gamer brasileira, e como esse legado ainda influencia a geração de hoje.

Imagem provisória do livro do Projeto Nintendistas

E caso não esteja sabendo, a campanha do Projeto Nintendistas está quase entrando em sua reta final, e algo que muitos pediram finalmente se tornou realidade: a mítica Edição Zero da Nintendo World está disponível para os apoiadores! Esta edição inédita pode agora ser adquirida em uma reprodução fac-símile em papel couchê brilho 115g – exatamente como foi impressa originalmente, mas nunca distribuída aos leitores da revista.

E para tornar isso ainda mais especial, essa edição será autografada pelos editores do projeto e estará disponível exclusivamente nesta campanha do Catarse. Então já sabe, né? Não perca a oportunidade de garantir um pedaço único da história da Nintendo no Brasil!

Agora que você sabe a importância da Nintendo e estar a par do Projeto Nintendistas, descubra mais com os visionários responsáveis por reviver esse legado. 👇

Origem, desenvolvimento e power-up do projeto Nintendistas

Lorena: Como surgiu a ideia de lançar o Projeto Nintendistas para celebrar os 25 anos da Nintendo World e os 30 anos da Nintendo no Brasil?

Pablo: Durante a pandemia, tive a ideia de criar uma live com o Rodrigo Coelho, reunindo atrações para celebrar essas datas importantes com os fãs da Nintendo e da Nintendo World. Apesar de não ter avançado na época, em 2023 decidi retomar o projeto com um olhar mais jornalístico. Queria contar a história da entrada oficial da Nintendo no Brasil e o impacto cultural da marca.

Percebi que um livro-reportagem seria o formato ideal e convidei o Rodrigo Coelho e o André Forastieri para o projeto. O André foi meu chefe na Conrad e liderou o lançamento da Nintendo World em 1998. A ideia do livro Nintendistas começou a ganhar forma, priorizando entrevistas com pessoas que vivenciaram essa história.

Minha experiência pessoal também foi um incentivo: antes de ser jornalista, trabalhei no marketing da Nintendo brasileira, o que me deu acesso direto a muitas das pessoas envolvidas. Essa proximidade me motivou a investigar e registrar essa história de forma única e aprofundada.

Lorena: Qual é a principal inspiração para o livro e o documentário do projeto?

Pablo: Não consigo apontar uma inspiração específica de alguma obra… Mas sou fã de jornalismo investigativo, sou um adepto desse formato de reportagem, desde os tempos em que eu trabalhei como editor na revista Rolling Stone Brasil. Sempre apreciei biografias e relatos baseados em fatos reais, principalmente no formato de texto.

Para o livro, escolhemos a narrativa de história oral, conduzida pelas falas dos personagens. Um exemplo que me inspira é Mate-me por favor, do Lex McNeil e Gillian McCain, sobre a cena punk dos anos 70, que dá protagonismo às vozes das pessoas envolvidas.

Já o documentário será um complemento, com uma abordagem mais artística. Ele aproveitará entrevistas gravadas para o livro e incluirá material inédito, como vídeos antigos de eventos internacionais e cenas da redação da Nintendo World. Nossa ideia é oferecer uma visão diferente, com elementos que não cabem no formato do livro.

Lorena: O Projeto Nintendistas foi anunciado na Retrocon 2024, reunindo figuras importantes da época da Nintendo World, como você, André Forastieri, Eduardo Trivella e Rodrigo Coelho. Como foi o reencontro com esses colegas de longa data para iniciar esse projeto, e o que cada um traz de especial para a realização do livro e documentário?

Pablo: No caso de alguns deles, eu nunca perdi o vínculo. Com o André Forastieri, que foi meu primeiro chefe e com quem trabalhei por quase oito anos, sempre mantive contato. Trabalhar novamente com ele em um projeto tão significativo é como reviver os tempos da Nintendo World, mas em uma nova fase.

Já o Eduardo Trivella foi meu primeiro grande parceiro profissional. Trabalhamos juntos na Nintendo e na Conrad, criando revistas de games. Estávamos afastados nos últimos anos, mas eu sabia que o projeto só seria possível com ele. O Trivella é uma lenda viva no jornalismo de games, com um texto impecável e um conhecimento profundo sobre a Nintendo. Ele também é alguém com quem sempre trabalhei muito bem, o que trouxe confiança para seguir adiante com o projeto.

O Rodrigo Coelho, por outro lado, é um amigo mais recente, mas logo nos conectamos pela paixão mútua pela Nintendo. Como influenciador, ele traz uma visão moderna e interativa que complementa perfeitamente minha experiência como jornalista.

Com cada um trazendo sua expertise e outros colaboradores ainda a serem revelados, Nintendistas será uma combinação de jornalismo investigativo, celebração e homenagem à história da Nintendo no Brasil e à devoção de seus fãs.

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Nintendo World não acabou", diz André Martins sobre futuro da revista em  entrevista exclusiva - Nintendo Blast

Lorena: Como foi a experiência de trazer o formato da Nintendo Power para o Brasil com um toque nacional? Que influência o apoio da Gradiente e da Nintendo of America teve no projeto?

André: Adaptar a Nintendo Power ao Brasil foi mais uma inspiração do que uma reprodução. A revista americana funcionava principalmente com assinaturas, algo barato nos EUA, enquanto aqui o foco era o mercado de bancas, o que exigiu um formato mais atrativo para o público local.

Nos EUA, a Nintendo Power era feita diretamente pela Nintendo em Redmond, muito baseada em press releases, com cada edição revisada no Japão. Já a Nintendo World precisava refletir a realidade brasileira, mesclando elementos oficiais com uma abordagem editorial mais independente.

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Lorena: A Nintendo World teve um papel importante em um período em que o acesso à informação era mais limitado. Como você enxerga o impacto da revista na formação da comunidade de fãs da Nintendo no Brasil?

André: A Nintendo World foi crucial para a formação da comunidade de fãs da Nintendo no Brasil, assim como a Nintendo Power nos EUA e a revista oficial no Japão. Além disso, tínhamos a Powerline, onde os fãs podiam ligar e pedir dicas, e fazíamos muitas promoções e interações com os leitores, fortalecendo esse sentimento de pertencimento ao universo Nintendo.

A revista também gerou um impacto com Pokémon Clube, que surgiu como um desdobramento e teve enorme sucesso. Ambas ajudaram a criar uma base apaixonada de fãs, que hoje é alimentada por plataformas digitais, como sites, canais no YouTube e influenciadores como o Coelho, que continuam essa tradição, inclusive com um olhar crítico, como nós fazíamos.

Curadoria de conteúdo: o combo perfeito para os fãs brasileiros

Lorena: Quais eram os maiores desafios ao criar conteúdo focado na Nintendo para o público brasileiro? Você poderia compartilhar um momento marcante ou história de bastidor que mostre a importância da revista para os fãs?

Pablo: A Nintendo sempre teve um apelo muito especial no Brasil, algo que não era apenas sobre os jogos, mas sobre a própria personalidade da marca. As pessoas eram devotas à Nintendo, e a revista Nintendo World se tornou uma extensão dessa devoção. Um exemplo claro disso foi uma promoção chamada “Eu amo a Nintendo World”, onde um fã invadiu um estádio de futebol, com uma enorme bandeira no centro do campo, com essa chamada. Esse tipo de manifestação mostrou o quanto a revista representava para o público. A Nintendo era distante fisicamente, no Japão, mas a Nintendo World funcionava como um ponto de contato direto e acessível para os fãs brasileiros. Isso nos ensinou que o nosso papel era muito mais do que informar: era estar lá para atender a uma paixão muito pessoal de cada fã. O desafio, portanto, era não decepcionar essas pessoas que, de certa forma, viam a revista como uma representação da própria Nintendo aqui no Brasil.

Lorena: Que tipo de conteúdo vocês priorizavam para conectar com os leitores brasileiros? Como era a interação com a comunidade?

Pablo: No final dos anos 90 e começo dos 2000, a internet ainda estava começando a se expandir no Brasil, e a comunidade digital, como fóruns ou redes sociais, ainda não existia. Então, nossa comunidade eram os leitores da revista, e a forma de contato era mais direta e tradicional. Sabíamos da existência deles através das vendas, mas principalmente pela interação com cartas enviadas pelo correio, telefonemas ou até visitas inesperadas à redação. Isso nos dava uma ideia de quem eram os leitores, mas de forma muito empírica, sem dados concretos ou pesquisas.

Não havia eventos como a BGS ou a Gamescom para encontrá-los. Por isso, quem se dava ao trabalho de nos escrever ou visitar a redação tinha um papel fundamental na nossa interação. Tratávamos esses leitores com um carinho especial, pois eles nos ofereciam as informações que não podíamos adivinhar de outra forma. A Nintendo World não só informava, mas criava uma relação pessoal com os fãs, algo que sentimos até hoje. Muitos dos leitores de então continuam se conectando com o universo da Nintendo por meio da campanha do Nintendistas, o que tem sido muito legal. A reconexão com esses fãs é um processo muito gratificante.

Level Up para o futuro do projeto Nintendistas

Lorena: Qual é o objetivo do financiamento coletivo do Projeto Nintendistas? Além do livro e documentário, há planos de expandir o projeto de outras formas?

André: O foco agora é realmente o livro e a entrega do documentário, mas já temos ideias de como tornar a entrega desse material algo mais interessante, algo que envolva a paixão dos fãs e o colecionável, conectando tudo isso ao conceito de Nintendista. Estamos criando recompensas que ampliem a experiência, e temos planos para expandir o projeto, mas no momento estamos totalmente concentrados nas metas do livro e nas entrevistas em vídeo que vão iniciar o documentário.

Lorena: Como você enxerga o legado da Nintendo World e da Nintendo no Brasil, e de que forma o Projeto Nintendistas contribui para a preservação e fortalecimento dessa história?

André: O Projeto Nintendistas recupera e materializa o legado da Nintendo World de maneira muito significativa. O legado está presente nas pessoas que continuam falando sobre a Nintendo nas redes sociais, em profissionais formados na nossa redação, e em outras iniciativas como o Game World e eventos que realizamos. Embora o projeto não seja exclusivamente sobre a história da Nintendo World, ele a resgata como uma parte importante desse legado, e para quem fez parte dessa história, é um grande orgulho vê-lo sendo preservado.

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