Ivan Freitas: co-criador da CCXP volta ao Catarse com mais um sucesso

Depois de fazer história no Catarse com a campanha Ícones dos quadrinhos em 2013, Ivan Freitas está de volta para tirar mais ideias do papel. Nesse ano, o fundador da Chiaroscuro Studios lança o Yearbook com artes inéditas dos artistas da agência. Batemos um papo com ele para entender o que mudou nesses três anos, quais foram os aprendizados sobre financiamento coletivo e ainda sentimos um gostinho do que será a Comic Con Experience 2016.

Três anos depois de financiar o Ícones, você está de volta ao Catarse com o Yearbook da Chiaroscuro Studios. Quais são as principais diferenças que você percebe nesse segundo projeto em relação ao mercado nacional de quadrinhos, à cultura de financiamento coletivo e à própria plataforma do Catarse?

A primeira percepção é que a plataforma está mais robusta, com mais funcionalidades. Especialmente em termos de acompanhamento dos apoios. Muita coisa que eu precisei fazer na mão com um controle paralelo na campanha do Ícones, agora eu pude organizar pelos relatórios. Outra questão essencial foi a disponibilização da modalidade Flex, que inclusive funciona melhor para o tipo de projeto que eu proponho.

Do ponto de vista de quadrinhos e cultura de financiamento coletivo, o mais notório é que as pessoas já estão mais acostumadas a financiar projetos, não precisam de tantas explicações. Na campanha do Ícones eu tive que explicar muitas vezes como funcionava o tudo-ou-nada, o que ia acontecer caso não batesse a meta. Dessa vez o processo já foi muito mais tranquilo.

De maneira geral, o que mais mudou foi o cenário econômico. Em 2013 vivíamos um momento de otimismo, definitivamente não é mais assim e eu vejo isso se refletindo no número de apoiadores de projeto. Só não refletiu tanto no total arrecadado porque o segundo projeto foi baseado em recompensas de maior valor.

De onde surgiu a iniciativa de um Yearbook com os artistas da Chiaroscuro Studios? E por que torná-lo acessível para os fãs e não só para clientes e fornecedores?

Olha, o Ícones tem a ver diretamente com esse processo. Foi o sucesso da campanha e especialmente os feedbacks positivos em relação ao livro depois de pronto que motivaram o Yearbook. Ali eu percebi que havia interesse por um esse tipo de produto: um livro de arte em edição de luxo. Foram 2 mil exemplares vendidos e inúmeros pedidos de um “Ícones 2”. Apesar de não ser exatamente uma continuação, ele segue o mesmo formato e proposta um livro de arte no universo dos quadrinhos. Além de ser pensado como um presente de final de ano para clientes e fornecedores, o Yearbook tem como objetivo promover os artistas e o envolvimento do público é muito bacana nesse sentido.

Vocês tiveram algum cuidado específico com a campanha do Yearbook por se tratar de uma campanha da Chiaroscuro Studios?

O mais importante foi a transparência, além de uma boa dose de humildade e criar uma oferta que fizesse sentido para os apoiadores. Publicar o projeto na modalidade flex reforçou essa questão de “jogar limpo”. Deixamos claro desde que o começo que o projeto aconteceria de qualquer maneira e que a arrecadação era para cobrir os custos da impressão daquelas unidades. E outro aspecto que faz parte de todo o tipo de projeto, mas que foi ainda mais sensível para nós foi conhecer o público primário e desenhar uma campanha que fizesse sentido para essa galera. Tudo isso nos blindou de críticas pelo fato de sermos uma empresa realizando uma campanha de financiamento coletivo.

Depois de dois projetos que já atingiram a meta no Catarse, o que você considera essencial para o sucesso de uma campanha?

“Não é só bater a meta, é ter uma entrega bacana.”

O principal é entender público, especialmente na hora de criar as recompensas e definir o valor das recompensas. É essencial criar oportunidades vantajosas para o público. Se não criar uma oferta bacana, você vai ficar muito restrito a pessoas do seu círculo pessoal e isso vai tornar muito mais difícil alcançar a meta.

Outro desafio central é comunicação: manter 45 dias de campanha viva é um grande desafio de criatividade e planejamento. No caso do Yearbook eu tenho uma vantagem, porque são 50 artes inéditas para ir revelando durante esse tempo. Existem outras estratégias também: humor, memes, making of.

E uma coisa importante não só para a campanha, mas para o projeto como um todo, para sua reputação e projetos futuros: comprometimento com prazos. Na hora de definir o seu cronograma, a estimativa de entrega das recompensas, você precisa levar tudo em consideração e deixar uma folga  para imprevistos. Se você atrasa, vai criar um problema muito maior.

O cronograma que você cria não é só uma estimativa, é um compromisso. Você promete uma coisa para seus apoiadores e gera um sentimento além de uma mera expectativa, uma questão de confiança mesmo. O atraso gera uma animosidade, as pessoas vão te cobrar explicações publicamente. Numa fase de reta final da produção você ainda tem que lidar com outro tipo de pressão e administrar essas cobranças e críticas.

Por outro lado, jogar sua entrega um mês para frente não vai te causar problema nenhum e te dá a chance de entregar antes do tempo e surpreender positivamente seus apoiadores. Você vai revisar o material com cuidado e garantir a qualidade do resultado da sua campanha. Porque aí sim você vai ter sucesso. Não é só bater a meta, é ter uma entrega bacana.

 Para encerrar: parte das entregas do Yearbook será feita na CCXP, criada também pela Chiaroscuro Studios. O que podemos esperar do evento esse ano?

Temos tudo para ser o maior evento do mundo, tanto em tamanho físico como em número de pessoas. Serão 100 mil m² (o dobro do tamanho do evento de San Diego) para receber mais de 180 mil pessoas. Mais do que isso, a Comic Con Experience oferece uma experiência completamente diferente. Já visitei diferentes eventos no exterior e não existem estandes com tantas atividades e atrações como temos aqui. É uma produção à brasileira (no melhor sentido), montamos uma Disneylândia que dura 4 dias. E por isso o evento já está no calendário mundial e está entre os eventos que mais movimentam hotelaria em São Paulo.
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Depois de fazer história no Catarse com a campanha Ícones dos quadrinhos em 2013, Ivan Freitas está de volta para tirar mais ideias do papel. Nesse ano, o fundador da Chiaroscuro Studios lança o Yearbook com artes inéditas dos artistas da agência. Batemos um papo com ele para entender o que mudou nesses três anos, quais foram os aprendizados sobre financiamento coletivo e ainda sentimos um gostinho do que será a Comic Con Experience 2016.

Três anos depois de financiar o Ícones, você está de volta ao Catarse com o Yearbook da Chiaroscuro Studios. Quais são as principais diferenças que você percebe nesse segundo projeto em relação ao mercado nacional de quadrinhos, à cultura de financiamento coletivo e à própria plataforma do Catarse?

A primeira percepção é que a plataforma está mais robusta, com mais funcionalidades. Especialmente em termos de acompanhamento dos apoios. Muita coisa que eu precisei fazer na mão com um controle paralelo na campanha do Ícones, agora eu pude organizar pelos relatórios. Outra questão essencial foi a disponibilização da modalidade Flex, que inclusive funciona melhor para o tipo de projeto que eu proponho.

Do ponto de vista de quadrinhos e cultura de financiamento coletivo, o mais notório é que as pessoas já estão mais acostumadas a financiar projetos, não precisam de tantas explicações. Na campanha do Ícones eu tive que explicar muitas vezes como funcionava o tudo-ou-nada, o que ia acontecer caso não batesse a meta. Dessa vez o processo já foi muito mais tranquilo.

De maneira geral, o que mais mudou foi o cenário econômico. Em 2013 vivíamos um momento de otimismo, definitivamente não é mais assim e eu vejo isso se refletindo no número de apoiadores de projeto. Só não refletiu tanto no total arrecadado porque o segundo projeto foi baseado em recompensas de maior valor.

De onde surgiu a iniciativa de um Yearbook com os artistas da Chiaroscuro Studios? E por que torná-lo acessível para os fãs e não só para clientes e fornecedores?

Olha, o Ícones tem a ver diretamente com esse processo. Foi o sucesso da campanha e especialmente os feedbacks positivos em relação ao livro depois de pronto que motivaram o Yearbook. Ali eu percebi que havia interesse por um esse tipo de produto: um livro de arte em edição de luxo. Foram 2 mil exemplares vendidos e inúmeros pedidos de um “Ícones 2”. Apesar de não ser exatamente uma continuação, ele segue o mesmo formato e proposta um livro de arte no universo dos quadrinhos. Além de ser pensado como um presente de final de ano para clientes e fornecedores, o Yearbook tem como objetivo promover os artistas e o envolvimento do público é muito bacana nesse sentido.

Vocês tiveram algum cuidado específico com a campanha do Yearbook por se tratar de uma campanha da Chiaroscuro Studios?

O mais importante foi a transparência, além de uma boa dose de humildade e criar uma oferta que fizesse sentido para os apoiadores. Publicar o projeto na modalidade flex reforçou essa questão de “jogar limpo”. Deixamos claro desde que o começo que o projeto aconteceria de qualquer maneira e que a arrecadação era para cobrir os custos da impressão daquelas unidades. E outro aspecto que faz parte de todo o tipo de projeto, mas que foi ainda mais sensível para nós foi conhecer o público primário e desenhar uma campanha que fizesse sentido para essa galera. Tudo isso nos blindou de críticas pelo fato de sermos uma empresa realizando uma campanha de financiamento coletivo.

Depois de dois projetos que já atingiram a meta no Catarse, o que você considera essencial para o sucesso de uma campanha?

“Não é só bater a meta, é ter uma entrega bacana.”

O principal é entender público, especialmente na hora de criar as recompensas e definir o valor das recompensas. É essencial criar oportunidades vantajosas para o público. Se não criar uma oferta bacana, você vai ficar muito restrito a pessoas do seu círculo pessoal e isso vai tornar muito mais difícil alcançar a meta.

Outro desafio central é comunicação: manter 45 dias de campanha viva é um grande desafio de criatividade e planejamento. No caso do Yearbook eu tenho uma vantagem, porque são 50 artes inéditas para ir revelando durante esse tempo. Existem outras estratégias também: humor, memes, making of.

E uma coisa importante não só para a campanha, mas para o projeto como um todo, para sua reputação e projetos futuros: comprometimento com prazos. Na hora de definir o seu cronograma, a estimativa de entrega das recompensas, você precisa levar tudo em consideração e deixar uma folga  para imprevistos. Se você atrasa, vai criar um problema muito maior.

O cronograma que você cria não é só uma estimativa, é um compromisso. Você promete uma coisa para seus apoiadores e gera um sentimento além de uma mera expectativa, uma questão de confiança mesmo. O atraso gera uma animosidade, as pessoas vão te cobrar explicações publicamente. Numa fase de reta final da produção você ainda tem que lidar com outro tipo de pressão e administrar essas cobranças e críticas.

Por outro lado, jogar sua entrega um mês para frente não vai te causar problema nenhum e te dá a chance de entregar antes do tempo e surpreender positivamente seus apoiadores. Você vai revisar o material com cuidado e garantir a qualidade do resultado da sua campanha. Porque aí sim você vai ter sucesso. Não é só bater a meta, é ter uma entrega bacana.

 Para encerrar: parte das entregas do Yearbook será feita na CCXP, criada também pela Chiaroscuro Studios. O que podemos esperar do evento esse ano?

Temos tudo para ser o maior evento do mundo, tanto em tamanho físico como em número de pessoas. Serão 100 mil m² (o dobro do tamanho do evento de San Diego) para receber mais de 180 mil pessoas. Mais do que isso, a Comic Con Experience oferece uma experiência completamente diferente. Já visitei diferentes eventos no exterior e não existem estandes com tantas atividades e atrações como temos aqui. É uma produção à brasileira (no melhor sentido), montamos uma Disneylândia que dura 4 dias. E por isso o evento já está no calendário mundial e está entre os eventos que mais movimentam hotelaria em São Paulo.
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