O fim de plataformas do nicho de jornalismo no mundo e o ciclo de inovação no Catarse

end

Este que vos escreve, antes de toda essa Catarse se instaurar, costumava ser fotógrafo. Depois de fotógrafo, estudei para ser jornalista. Nada mais óbvio do que me encantar por fotojornalismo. E por isso vibrei quando a plataforma Emphas.is apareceu, em março de 2011, no cenário do crowdfunding mundial. Uma plataforma focada em transformar ensaios fotojornalísticos de alta qualidade em livros. O experimento Emphas.is parecia promissor porque trabalhava dois novos aspectos na época: a mobilização de um nicho específico e o foco do modelo baseado em uma recompensa apenas: livros de fotojornalistas. Recentemente fui checar como o Emphas.is andava, pensando até mesmo em apoiar um dos projetos que por lá estavam hospedados. Me deparei com uma notícia de outubro de 2013, publicada no British Journal of Photography, de que a plataforma havia fechado.

Imagem do site de financiamento coletivo Emphas.is, hoje fora do ar

Para a gente que respira o assunto, ver uma plataforma de financiamento coletivo sair do cenário sempre traz reflexões. Quando lançado, o Emphas.is chegou a ser chamado de o “Kickstarter para fotojornalistas”. O Kickstarter hoje é o grande gigante do crowdfunding mundial, com mais de U$ 1 bilhão doados por 5,7 milhões de pessoas através da plataforma em cerca de cinco anos de operação. O Emphas.is infelizmente não conseguiu ultrapassar o período crítico para qualquer site de crowdfunding baseado no modelo de comissão: alcançar um ponto onde o negócio se torna sustentável. No Brasil, sites como Motiva.me, O Incentivador, Movere.me e Mini Mecenas são alguns dos exemplos de plataformas que cessaram operações, foram vendidas ou simplesmente desapareceram da imensidão de bits e bytes da internet.

Mas vou me ater ao jornalismo por aqui. O Emphas.is não foi o único na categoria que teve sua ascensão e queda no cenário do financiamento coletivo. Outro website, um dos pioneiros do crowdfunding no mundo, passa por uma situação similar atualmente. O Spot.us é uma plataforma de jornalismo independente financiado por pessoas comuns. Foi lançado meses antes do Kickstarter, em 2008, mas hoje encontra-se com as portas fechadas para novos projetos.

 

Status do site Spot.us Status do site Spot.us

Um página de status indica que o site está parado para uma reavaliação de seu modelo de negócios e que até primeiro de junho de 2014 chegarão a uma conclusão sobre como prosseguir.  

Quem já passou pela experiência de ter de fechar um negócio sabe que o fim é resultado de uma junção de acontecimentos diluídos ao longo do tempo, uma sucessão de escolhas e decisões que formam um fragmentado caminho rumo ao término das atividades de um negócio. E pensar num possível fim do Catarse sempre nos deu um certo arrepio.

O fim é o novo início

Acreditamos que para evitar o fim derradeiro temos de gerar recomeços constantes, retroalimentar nossos esforços com aprendizado, substituir a ideia de fim pela de transformação. Criar loops que possam servir continuamente como propulsores.

Para sistematizar esse processo e gerar ciclos de inovação contínuos, adotamos o Lean Startup, ou Startup Enxuta. Utilizamos essa metodologia de gestão e desenvolvimento de negócios como linha guia para conduzir as ações do Catarse. Na prática significa que sempre trabalhamos em ciclos curtos de tempo, focados em experimentos, ações e projetos de impacto para a comunidade. Esses projetos geram dados que, ao serem analisados, validam o nosso aprendizado com o projeto, independentemente do sucesso ou do fracasso da ação. Se resume a construir, medir e aprender.

O loop metodológico que sintetiza a proposta do Lean Startup O loop metodológico que sintetiza a proposta do Lean Startup

Loops têm como fim o ponto de partida do próximo ciclo. Em uma analogia simples, o fechamento das plataformas Emphas.is e Spot.us com certeza encerrou um ciclo e, por consequência, gerou perguntas. Em última instância, esses eventos nos nutrem com informação, insights, respostas e indícios que nos ajudam a formular novas hipóteses e ideias.

E apesar de não existir uma ligação causal direta com os casos citados, foi em 2013 que começamos a implementar o projeto Canais dentro do Catarse. Um experimento, cujo fim é testar se é possível que várias comunidades, segmentos e nichos, atuem em sinergia dentro de uma plataforma de escopo aberto como o Catarse.

Novo ciclo no jornalismo e o fortalecimento de nichos no Catarse

Enquanto o Emphas.is e o Spot.us fechavam as portas em 2013, um novo set de iniciativas na área do jornalismo ganhava vida. Dois mil e treze foi um ano rico para a o jornalismo. Observamos o surgimento da Mídia Ninja, vimos a Agência Pública de Jornalismo fazer seu primeiro experimento com financiamento coletivo através do projeto Reportagem Pública. No cenário mundial, a Freedom of the Press Foundation iniciou experimentos com crowdfunding a fim de financiar projetos relacionados a liberdade de atuação dos jornalistas. Observamos também os profissionais holandeses do The Correspondent baterem um recorde mundial no crowdfunding de jornalismo. Eles captaram, em plataforma própria, cerca de 1 milhão de euros de 15 mil doadores. O The Correspondent apostou em uma estratégia de assinatura direta apenas com leitores e nenhuma participação de anunciantes. Em 2014, veremos mais lançamentos: o site Uncoverage, focado em jornalismo investigativo, e a iniciativa brasileira Indie Journalism.

Com tanta efervescência no cenário, porque essas plataformas pioneiras como o Spot.us e Emphas.is fecharam as portas? A primeira coisa que diríamos é: faltou volume de projetos. Óbvio.

Mas, se pensarmos no caso de uma plataforma de nicho em estágio inicial, na qual é mais difícil ganhar volume de projetos, daí começamos a compreender melhor o problema. E entendendo o problema formulamos outros questionamentos: e se as únicas preocupações dos gestores de plataformas de nicho fossem a gestão da comunidade, busca por projetos e auxílio na captação de recursos? E se nós cuidássemos da parte chata, da burocracia, e eles apenas cuidassem dos projetos?

A burocracia, desenvolvimento tecnológico e manutenção de uma plataforma de financiamento coletivo são processos custosos, trabalhosos. Em um ambiente onde qualquer deslize estratégico pode comprometer o funcionamento geral do negócio, esse tipo de complexidade dificulta bastante. Durante nossos três anos de atuação fomos muito procurados por pessoas que queriam “ter” plataformas de crowdfunding mais segmentadas. Muito poucas vingaram.

Foi nesse contexto que, em 2013, lançamos o experimento Canais do Catarse. Começamos com o pioneiríssimo Canal Asas (Impacto Social) , seguido do Canal Eu Maior (distribuição independente em salas de cinema). Em 2013, 24 projetos foram financiados no Asas, movimentando um total de R$428 mil e com uma taxa de sucesso de 92%. Já o Eu maior financiou 31 exibições do filme em 19 cidades, teve uma taxa de sucesso de 94% e levantou R$ 150 mil. No mesmo ano, foram financiados no Catarse 453 campanhas. Só esses dois canais reuniram 12% dos projetos bem-sucedidos que passaram pela plataforma, com uma taxa de sucesso mais de 30 pontos percentuais superior aos 61% do total.

o Sujeito

Mais recentemente foi ao ar o Canal O Sujeito , iniciativa para empoderar jornalistas que foi anunciada há pouco tempo em um de nossos posts do Blog. O Sujeito em algum nível é como o Emphas.is, uma plataforma de nicho focada em projetos específicos. A diferença reside no que citamos anteriormente: os gestores do Sujeito se preocupam exclusivamente com atividades referentes aos projetos e não com todo o operacional por detrás de um site de financiamento coletivo. O Sujeito é, portanto, representante dessa nova leva de iniciativas jornalísticas que se unem ao financiamento coletivo para buscar novos caminhos. Uma inovação. Uma continuidade. Operando de forma diferente do Emphas.is, esperamos identificar uma solução para a sustentabilidade de plataformas de nicho. Podemos dizer que O Sujeito é uma iteração natural, um novo experimento que pode trazer mais dados e aprendizados inéditos.

Os canais têm outra finalidade muito importante: facilitar a formação de comunidades ao redor de interesses comuns. E comunidades parecem ter tudo a ver com o ponto de sustentabilidade de uma plataforma. Qualquer site de financiamento coletivo depende do volume de projetos circulando, que por sua vez depende de pessoas confiando na plataforma a ponto de inscreverem seus projetos, que só serão realizados se apoiadores confiarem nos realizadores e na plataforma a ponto de doarem dinheiro. Se eles forem apoiadores recorrentes — apoiarem projetos com frequência —  melhor ainda.

Essa junção de ações ocorre dentro de uma ou mais comunidades presentes no Catarse. Os Canais são uma das maneiras que achamos de tornar essas comunidades mais visíveis. No momento, estamos buscando maneiras de entender como potencializar ainda mais o processo de visibilidade tanto nos canais como no próprio Catarse. E se muitas questões estão no ar é porque há indicadores de que chegamos ao final de um ciclo e um novo se iniciará.

Com o lançamento do Sujeito, inauguramos um novo momento no qual precisamos entender como construir um modelo de negócios efetivo para os canais, e consequentemente para seus gestores. A queda de sites como o Emphas.is e Spot.us ajuda a reforçar essa necessidade, assim como os próprios feedbacks dos gestores atuais e prospectos, que identificam custos em suas operações.

De quebra, porque beleza é fundamental e todos os gestores de canais nos forneceram esse feedback , estamos avaliando como deixar a interface dos canais mais bonita e mais customizável visualmente. Entraremos em um novo ciclo nos canais do Catarse.

Assim como no jornalismo, podemos identificar forças de renovação em diversos outros setores. O cenário do financiamento coletivo no mundo ainda é um campo aberto, um caldeirão de experimentos constantes que nos dá respostas sobre que caminhos seguir e quais rotas evitar. Para além do Kickstarter, todos os meses novas plataformas e variações do modelo surgem e temos segurança de que ainda há muita estrada pela frente.

E chegamos a mais um fim de post. Nem estava tão próximo assim. Mas se você não quiser parar por aqui, recomendamos uma olhada na categoria de jornalismo do Catarse. Se você nunca apoiou um projeto, inicie esse novo ciclo na sua vida. Vale a pena. ;)

P.S: Os canais do Catarse evoluíram para os perfis de usuários, onde agora também é possível reunir os projetos que você apoia e realizar uma série de alterações para customizar sua página. Leia mais aqui.
Rodrigo Machado
Cofundador e CEO do Catarse. Gosta de falar através de imagens e ouvir bons livros. Não sobrevive sem doses periódicas de água do mar.

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O fim de plataformas do nicho de jornalismo no mundo e o ciclo de inovação no Catarse

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Este que vos escreve, antes de toda essa Catarse se instaurar, costumava ser fotógrafo. Depois de fotógrafo, estudei para ser jornalista. Nada mais óbvio do que me encantar por fotojornalismo. E por isso vibrei quando a plataforma Emphas.is apareceu, em março de 2011, no cenário do crowdfunding mundial. Uma plataforma focada em transformar ensaios fotojornalísticos de alta qualidade em livros. O experimento Emphas.is parecia promissor porque trabalhava dois novos aspectos na época: a mobilização de um nicho específico e o foco do modelo baseado em uma recompensa apenas: livros de fotojornalistas. Recentemente fui checar como o Emphas.is andava, pensando até mesmo em apoiar um dos projetos que por lá estavam hospedados. Me deparei com uma notícia de outubro de 2013, publicada no British Journal of Photography, de que a plataforma havia fechado.

Imagem do site de financiamento coletivo Emphas.is, hoje fora do ar

Para a gente que respira o assunto, ver uma plataforma de financiamento coletivo sair do cenário sempre traz reflexões. Quando lançado, o Emphas.is chegou a ser chamado de o “Kickstarter para fotojornalistas”. O Kickstarter hoje é o grande gigante do crowdfunding mundial, com mais de U$ 1 bilhão doados por 5,7 milhões de pessoas através da plataforma em cerca de cinco anos de operação. O Emphas.is infelizmente não conseguiu ultrapassar o período crítico para qualquer site de crowdfunding baseado no modelo de comissão: alcançar um ponto onde o negócio se torna sustentável. No Brasil, sites como Motiva.me, O Incentivador, Movere.me e Mini Mecenas são alguns dos exemplos de plataformas que cessaram operações, foram vendidas ou simplesmente desapareceram da imensidão de bits e bytes da internet.

Mas vou me ater ao jornalismo por aqui. O Emphas.is não foi o único na categoria que teve sua ascensão e queda no cenário do financiamento coletivo. Outro website, um dos pioneiros do crowdfunding no mundo, passa por uma situação similar atualmente. O Spot.us é uma plataforma de jornalismo independente financiado por pessoas comuns. Foi lançado meses antes do Kickstarter, em 2008, mas hoje encontra-se com as portas fechadas para novos projetos.

 

Status do site Spot.us Status do site Spot.us

Um página de status indica que o site está parado para uma reavaliação de seu modelo de negócios e que até primeiro de junho de 2014 chegarão a uma conclusão sobre como prosseguir.  

Quem já passou pela experiência de ter de fechar um negócio sabe que o fim é resultado de uma junção de acontecimentos diluídos ao longo do tempo, uma sucessão de escolhas e decisões que formam um fragmentado caminho rumo ao término das atividades de um negócio. E pensar num possível fim do Catarse sempre nos deu um certo arrepio.

O fim é o novo início

Acreditamos que para evitar o fim derradeiro temos de gerar recomeços constantes, retroalimentar nossos esforços com aprendizado, substituir a ideia de fim pela de transformação. Criar loops que possam servir continuamente como propulsores.

Para sistematizar esse processo e gerar ciclos de inovação contínuos, adotamos o Lean Startup, ou Startup Enxuta. Utilizamos essa metodologia de gestão e desenvolvimento de negócios como linha guia para conduzir as ações do Catarse. Na prática significa que sempre trabalhamos em ciclos curtos de tempo, focados em experimentos, ações e projetos de impacto para a comunidade. Esses projetos geram dados que, ao serem analisados, validam o nosso aprendizado com o projeto, independentemente do sucesso ou do fracasso da ação. Se resume a construir, medir e aprender.

O loop metodológico que sintetiza a proposta do Lean Startup O loop metodológico que sintetiza a proposta do Lean Startup

Loops têm como fim o ponto de partida do próximo ciclo. Em uma analogia simples, o fechamento das plataformas Emphas.is e Spot.us com certeza encerrou um ciclo e, por consequência, gerou perguntas. Em última instância, esses eventos nos nutrem com informação, insights, respostas e indícios que nos ajudam a formular novas hipóteses e ideias.

E apesar de não existir uma ligação causal direta com os casos citados, foi em 2013 que começamos a implementar o projeto Canais dentro do Catarse. Um experimento, cujo fim é testar se é possível que várias comunidades, segmentos e nichos, atuem em sinergia dentro de uma plataforma de escopo aberto como o Catarse.

Novo ciclo no jornalismo e o fortalecimento de nichos no Catarse

Enquanto o Emphas.is e o Spot.us fechavam as portas em 2013, um novo set de iniciativas na área do jornalismo ganhava vida. Dois mil e treze foi um ano rico para a o jornalismo. Observamos o surgimento da Mídia Ninja, vimos a Agência Pública de Jornalismo fazer seu primeiro experimento com financiamento coletivo através do projeto Reportagem Pública. No cenário mundial, a Freedom of the Press Foundation iniciou experimentos com crowdfunding a fim de financiar projetos relacionados a liberdade de atuação dos jornalistas. Observamos também os profissionais holandeses do The Correspondent baterem um recorde mundial no crowdfunding de jornalismo. Eles captaram, em plataforma própria, cerca de 1 milhão de euros de 15 mil doadores. O The Correspondent apostou em uma estratégia de assinatura direta apenas com leitores e nenhuma participação de anunciantes. Em 2014, veremos mais lançamentos: o site Uncoverage, focado em jornalismo investigativo, e a iniciativa brasileira Indie Journalism.

Com tanta efervescência no cenário, porque essas plataformas pioneiras como o Spot.us e Emphas.is fecharam as portas? A primeira coisa que diríamos é: faltou volume de projetos. Óbvio.

Mas, se pensarmos no caso de uma plataforma de nicho em estágio inicial, na qual é mais difícil ganhar volume de projetos, daí começamos a compreender melhor o problema. E entendendo o problema formulamos outros questionamentos: e se as únicas preocupações dos gestores de plataformas de nicho fossem a gestão da comunidade, busca por projetos e auxílio na captação de recursos? E se nós cuidássemos da parte chata, da burocracia, e eles apenas cuidassem dos projetos?

A burocracia, desenvolvimento tecnológico e manutenção de uma plataforma de financiamento coletivo são processos custosos, trabalhosos. Em um ambiente onde qualquer deslize estratégico pode comprometer o funcionamento geral do negócio, esse tipo de complexidade dificulta bastante. Durante nossos três anos de atuação fomos muito procurados por pessoas que queriam “ter” plataformas de crowdfunding mais segmentadas. Muito poucas vingaram.

Foi nesse contexto que, em 2013, lançamos o experimento Canais do Catarse. Começamos com o pioneiríssimo Canal Asas (Impacto Social) , seguido do Canal Eu Maior (distribuição independente em salas de cinema). Em 2013, 24 projetos foram financiados no Asas, movimentando um total de R$428 mil e com uma taxa de sucesso de 92%. Já o Eu maior financiou 31 exibições do filme em 19 cidades, teve uma taxa de sucesso de 94% e levantou R$ 150 mil. No mesmo ano, foram financiados no Catarse 453 campanhas. Só esses dois canais reuniram 12% dos projetos bem-sucedidos que passaram pela plataforma, com uma taxa de sucesso mais de 30 pontos percentuais superior aos 61% do total.

o Sujeito

Mais recentemente foi ao ar o Canal O Sujeito , iniciativa para empoderar jornalistas que foi anunciada há pouco tempo em um de nossos posts do Blog. O Sujeito em algum nível é como o Emphas.is, uma plataforma de nicho focada em projetos específicos. A diferença reside no que citamos anteriormente: os gestores do Sujeito se preocupam exclusivamente com atividades referentes aos projetos e não com todo o operacional por detrás de um site de financiamento coletivo. O Sujeito é, portanto, representante dessa nova leva de iniciativas jornalísticas que se unem ao financiamento coletivo para buscar novos caminhos. Uma inovação. Uma continuidade. Operando de forma diferente do Emphas.is, esperamos identificar uma solução para a sustentabilidade de plataformas de nicho. Podemos dizer que O Sujeito é uma iteração natural, um novo experimento que pode trazer mais dados e aprendizados inéditos.

Os canais têm outra finalidade muito importante: facilitar a formação de comunidades ao redor de interesses comuns. E comunidades parecem ter tudo a ver com o ponto de sustentabilidade de uma plataforma. Qualquer site de financiamento coletivo depende do volume de projetos circulando, que por sua vez depende de pessoas confiando na plataforma a ponto de inscreverem seus projetos, que só serão realizados se apoiadores confiarem nos realizadores e na plataforma a ponto de doarem dinheiro. Se eles forem apoiadores recorrentes — apoiarem projetos com frequência —  melhor ainda.

Essa junção de ações ocorre dentro de uma ou mais comunidades presentes no Catarse. Os Canais são uma das maneiras que achamos de tornar essas comunidades mais visíveis. No momento, estamos buscando maneiras de entender como potencializar ainda mais o processo de visibilidade tanto nos canais como no próprio Catarse. E se muitas questões estão no ar é porque há indicadores de que chegamos ao final de um ciclo e um novo se iniciará.

Com o lançamento do Sujeito, inauguramos um novo momento no qual precisamos entender como construir um modelo de negócios efetivo para os canais, e consequentemente para seus gestores. A queda de sites como o Emphas.is e Spot.us ajuda a reforçar essa necessidade, assim como os próprios feedbacks dos gestores atuais e prospectos, que identificam custos em suas operações.

De quebra, porque beleza é fundamental e todos os gestores de canais nos forneceram esse feedback , estamos avaliando como deixar a interface dos canais mais bonita e mais customizável visualmente. Entraremos em um novo ciclo nos canais do Catarse.

Assim como no jornalismo, podemos identificar forças de renovação em diversos outros setores. O cenário do financiamento coletivo no mundo ainda é um campo aberto, um caldeirão de experimentos constantes que nos dá respostas sobre que caminhos seguir e quais rotas evitar. Para além do Kickstarter, todos os meses novas plataformas e variações do modelo surgem e temos segurança de que ainda há muita estrada pela frente.

E chegamos a mais um fim de post. Nem estava tão próximo assim. Mas se você não quiser parar por aqui, recomendamos uma olhada na categoria de jornalismo do Catarse. Se você nunca apoiou um projeto, inicie esse novo ciclo na sua vida. Vale a pena. ;)

P.S: Os canais do Catarse evoluíram para os perfis de usuários, onde agora também é possível reunir os projetos que você apoia e realizar uma série de alterações para customizar sua página. Leia mais aqui.

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