Essa semana
falamos de urbanismo no Blog e mobilidade nas mídias sociais do Catarse.
Mas ninguém se move se não comer. E cada vez mais queremos nossas necessidades sendo supridas por mercados locais, o que de fato diminuiria necessidades de deslocamento. Portanto, hoje, como bom amante de uma boa comida que sou, e consequentemente de bons ingredientes , resolvi mostrar um projeto de horta urbana bem legal que está rolando no Kickstarter.
O
The Farmery não é só um projeto. É um modelo de negócios. The Farmery é uma horta urbana modular com um conceito incrível, que entende as limitações de cadeias produtivas locais e une a ideia de uma fazenda aliada a uma loja. Ao adaptar containers para se transformarem em hortas, a The Farmery transporta a fazenda até a loja, o que resulta num casamento incrível. Você adquire o que deseja onde o produto é cultivado (mais fresco) e ainda tem uma incrível experiência sensorial repleta de cheiros e texturas enquanto faz suas compras.
Saca o vídeo do projeto!
Vale também ver um
pequeno documentário sobre a iniciativa!Este e outros projetos dão a entender que estamos vivendo uma espécie de "momento de Pesquisa e Desenvolvimento" que vem de baixo pra cima, onde a sociedade civil passa a assumir um papel de proponente, e vem mais carregada de ideais comunitários e da noção de compartilhamento e distribuição de valores do que os governos propriamente ditos. Isso certamente vai colocar pressão sobre os políticos , e nesse ponto o crowdfunding parece ser um instrumento essencial dentro desse movimento.
Gosto muito do sabor provocado por essa noção iminente de que vamos presenciar uma mudança drástica nas nossas cadeias produtivas. Uma mudança que vem se infiltrando aos poucos e chega de mansinho, como quem não quer nada. É uma mudança da paz, que valoriza o comércio local, questões locais, e se volta para aquilo que o ser humano sabe fazer de melhor, apesar da descrença contemporânea: espalhar afeto, e ver beleza em tudo quanto é canto. Ao nutrirmos sentimentos positivos, ao invés de darmos atenção aos desesperançosos-telejornais-bitolantes, teremos grandes chances de fazer germinar um certo amor pelos ideais de comunidade e espaços compartilhados.
E ao que tudo indica, com essa pegada colaborativa em ascensão, que compartilha valores, e reparte ao invés de acumular, as cidades tenderão a se tornarem mais coletivas e participativas do que a realidade que vivemos hoje. Claro que os obstáculos serão muitos, mas acredito do fundo do meu coração que paciência tem limite.
Até Paciência Coletiva.
Por
Rodrigo Maia@rmaiafoto