Que futuro passa aqui?

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Presente no Congresso Nacional desde 1955, José Sarney, presidente do Senado Federal, abriu com o tradicional discurso os trabalhos na casa no último dia 02 de fevereiro e destacou que a democracia representativa pode estar no seu quarto minguante e que os 513 deputados e 81 senadores podem ser substituídos (com a devida inclusão digital), em breve, pelos 190 milhões de brasileiros.

“Com os novos processos de comunicação via internet, das mídias sociais, podemos vislumbrar um futuro não muito distante em que voltaremos a uma democracia direta, como no mundo grego, com a participação de todo o povo, de todos os cidadãos, na confecção das leis e, pela chegada que também me parece inevitável do parlamentarismo, no próprio Poder Executivo”, discursou Sarney.

Três dias depois do discurso do Sarney, foi ao ar no Catarse o projeto “Que ônibus passa aqui?”, do coletivo criativo de Porto Alegre Shoot The Shit.

Como na capital gaúcha poucos pontos de ônibus têm sinalização sobre as linhas que passam por ali, eles tiveram a ideia de colar nas paradas um adesivo com um grande espaço em branco para que os passageiros escrevessem de forma colaborativa os números dos coletivos que passam pelo local e, assim, ajudassem aqueles que desconhecem a região.

Em um dia o projeto alcançou a meta de R$ 500 para a impressão dos adesivos, um recorde de arrecadação no Catarse. Está certo que o coletivo queria R$ 6.000 para cobrir toda a cidade e que botou uma meta baixa para não perder as contribuições caso o objetivo final não fosse alcançado por causa da nossa política de tudo ou nada para os projetos, mas ainda é assim é um recorde válido.

E a quebra de paradigmas não fica restrita à velocidade de arrecadação. O projeto também foi o que mais superou proporcionalmente a meta. Em 12 dias de campanha, 64 pessoas apoiaram com R$ 1.758, superando em 352% o orçamento planejado.

Além dos apoiadores, que seriam os beneficiários diretos da iniciativa, a ideia também chamou atenção de quem justamente originou a falha impulsora do projeto: a prefeitura de Porto Alegre.

Dois dias depois do projeto entrar no Catarse, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre decidiu adotar a ideia do coletivo e convidou os autores para discutir a melhor forma de exibição das informações sobre as linhas nos pontos de ônibus.

“Não podemos aceitar a adesivagem, pois é irregular, mas iremos aceitar a ideia”, disse  o diretor-presidente em exercício da EPTC, Carlos Pires.

Como o projeto foi incorporado e será pago pela prefeitura, o coletivo Shoot The Shit vai entrar em contato com cada um dos seus 64 apoiadores para decidir o que fazer com o dinheiro das contribuições.

O que José Sarney, parlamentar mais antigo em atividade no Congresso, esqueceu de dizer em seu discurso é que a mobilização coletiva permitida pela internet pode ignorar o “inevitável parlamentarismo” no Executivo, ocupar os vácuos deixados pela lentidão das políticas públicas e levar-nos, não só a uma democracia direta, mas a um Executivo direto.

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Presente no Congresso Nacional desde 1955, José Sarney, presidente do Senado Federal, abriu com o tradicional discurso os trabalhos na casa no último dia 02 de fevereiro e destacou que a democracia representativa pode estar no seu quarto minguante e que os 513 deputados e 81 senadores podem ser substituídos (com a devida inclusão digital), em breve, pelos 190 milhões de brasileiros.

“Com os novos processos de comunicação via internet, das mídias sociais, podemos vislumbrar um futuro não muito distante em que voltaremos a uma democracia direta, como no mundo grego, com a participação de todo o povo, de todos os cidadãos, na confecção das leis e, pela chegada que também me parece inevitável do parlamentarismo, no próprio Poder Executivo”, discursou Sarney.

Três dias depois do discurso do Sarney, foi ao ar no Catarse o projeto “Que ônibus passa aqui?”, do coletivo criativo de Porto Alegre Shoot The Shit.

Como na capital gaúcha poucos pontos de ônibus têm sinalização sobre as linhas que passam por ali, eles tiveram a ideia de colar nas paradas um adesivo com um grande espaço em branco para que os passageiros escrevessem de forma colaborativa os números dos coletivos que passam pelo local e, assim, ajudassem aqueles que desconhecem a região.

Em um dia o projeto alcançou a meta de R$ 500 para a impressão dos adesivos, um recorde de arrecadação no Catarse. Está certo que o coletivo queria R$ 6.000 para cobrir toda a cidade e que botou uma meta baixa para não perder as contribuições caso o objetivo final não fosse alcançado por causa da nossa política de tudo ou nada para os projetos, mas ainda é assim é um recorde válido.

E a quebra de paradigmas não fica restrita à velocidade de arrecadação. O projeto também foi o que mais superou proporcionalmente a meta. Em 12 dias de campanha, 64 pessoas apoiaram com R$ 1.758, superando em 352% o orçamento planejado.

Além dos apoiadores, que seriam os beneficiários diretos da iniciativa, a ideia também chamou atenção de quem justamente originou a falha impulsora do projeto: a prefeitura de Porto Alegre.

Dois dias depois do projeto entrar no Catarse, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre decidiu adotar a ideia do coletivo e convidou os autores para discutir a melhor forma de exibição das informações sobre as linhas nos pontos de ônibus.

“Não podemos aceitar a adesivagem, pois é irregular, mas iremos aceitar a ideia”, disse  o diretor-presidente em exercício da EPTC, Carlos Pires.

Como o projeto foi incorporado e será pago pela prefeitura, o coletivo Shoot The Shit vai entrar em contato com cada um dos seus 64 apoiadores para decidir o que fazer com o dinheiro das contribuições.

O que José Sarney, parlamentar mais antigo em atividade no Congresso, esqueceu de dizer em seu discurso é que a mobilização coletiva permitida pela internet pode ignorar o “inevitável parlamentarismo” no Executivo, ocupar os vácuos deixados pela lentidão das políticas públicas e levar-nos, não só a uma democracia direta, mas a um Executivo direto.

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