Nosferatu: o filme que virou livro que virou filme (de novo) em 2024

Descubra a história de “Nosferatu”, do filme de 1922 ao remake de 2025, e como essa obra icônica do terror continua viva no cinema e na literatura.

A origem do mito dos vampiros talvez seja mais nebulosa do que a existência - ou não - desses seres. Alguns estudiosos especulam que os bebedores de sangue surgiram na Grécia antiga, outros apontam que o surgimento se deu a partir de períodos históricos importantes da Inglaterra. No entanto, algo que não nos deixa dúvida alguma é a motivação por trás desse fascínio. Esses seres brincam com a ideia de morte e envelhecimento, oferecendo a dádiva da imortalidade para poucos. Por um preço, é claro. 

Para além do mistério do seu surgimento, essas figuras demonstram que bons clássicos não envelhecem. Para provar isso, "Nosferatu" se coloca como uma das maiores referências no cinema e na literatura de horror.

No post de hoje, você descobrirá mais sobre:

🍿 A origem polêmica deste clássico do cinema mudo
🎞️ As mudanças por trás do remake de 2024
📢 A edição revista e atualizada da novelização! Quer garantir sua edição exclusiva de "Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror (1925)"?  Apoie a campanha no Catarse aqui.

O que torna uma obra um clássico? 

Clássico
adjetivo

  • 1. que segue ou está de acordo com os cânones ou usos estabelecidos ou que é conforme com um ideal; tradicional.
  • 2. relativo à literatura, às artes ou à cultura da Antiguidade greco-latina.

A ideia de clássico, tanto na literatura quanto no cinema, precede a máxima de que é preciso que a obra represente não só os anseios da época, mas também inspire outras obras. É justamente o que acontece com "Nosferatu". Apesar do início conturbado, dos processos devido à acusação de plágio, a obra ganhou vida e garante o assombro de leitores e telespectadores há mais de um século.

"Nosferatu" (1922): da proibição ao renascimento

A Prana Film iniciou seus trabalhos em 1920. A ideia era se tornar uma referência na produção do cinema de horror. O primeiro projeto, “Drácula”, adaptaria o romance de Bram Stoker. Nesse período, o autor já havia falecido e a viúva de Stoker, Florence Stoker, decidiu não ceder qualquer direito para a produtora do filme. 

Apesar da proibição, a Prana Film seguiu adiante com o projeto, fazendo pequenas adaptações para que a referência ao clássico não ficasse tão evidente. Foi assim que, dois anos depois, o longa-metragem de "Nosferatu" foi lançado e Florence deu início a um processo por plágio.

A viúva venceu o processo, ficando com parte do lucro do lançamento e exigindo que as cópias do longa fossem destruídas. Esse foi o único trabalho da produtora que, anos depois, declarou falência.

No entanto, nem todas as cópias foram destruídas. Após a morte de Florence, "Nosferatu" ressurgiu das cinzas com mais sede de sangue do que nunca. Devido ao sucesso, a obra que nasceu no audiovisual acabou ganhando sua própria novelização, e passou a fazer sucesso (dessa vez da forma mais original possível) também na literatura.

O remake de 2024: o que muda na versão de Eggers?

Vampiros nunca saíram de moda. Seja pela ideia de seres sobrenaturais da alta classe, pelo conceito da imortalidade ou até mesmo a dicotomia entre o que somos e o que alguns desejam ser, de tempos em tempos as figuras vampirescas voltam ao centro do debate: "O vampiro, de Polidori, "Drácula", "Nosferatu", "Blácula", "Crepúsculo"… Existem referências para todos os gostos.

Lançado no final de 2024, "Nosferatu" é o novo filme de Robert Eggers que apresenta o clássico com considerações importantes. Apesar do ar de remake, Eggers recria no imaginário coletivo o mito do vampiro e oferece um ar humanizado para o personagem. Diferente da versão produzida pela Prana Film, o Conde Orlok, aqui interpretado por Bill Skarsgård, deixou de lado o visual de rato e ganhou ares que remontam à descendência original do personagem. Nessa versão, o personagem se parece com figuras históricas medievais da Ucrânia e da Romênia - com um ar mais cadavérico, é claro.

Outras mudanças também são evidentes: o vampiro deixa o pescoço de lado e decide atacar diretamente no peito, sem dar chance alguma às vítimas. Além disso, um novo personagem surge, o professor Albin Eberhart Von Franz, que é interpretado por Willem Dafoe.

Com excelente recepção do público e dos críticos do cinema, a obra tem tudo para se tornar um novo clássico. E, para acompanhar esse sucesso, a literatura de horror também vem se remodelando.

Uma edição atualizada da novela clássica

Em 2022 o Sebo Clepsidra lançou no Brasil a versão novelizada da história, originalmente publicada em 1925: "Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror". A campanha no Catarse foi um sucesso e celebrou os 100 anos do filme, garantindo 365% da meta inicial.

Agora, três anos depois, o famoso vampiro do expressionismo voltou! A editora está lançando a segunda edição da obra, revista e atualizada. Confira a campanha Nosferatu (1925), de Hughes Chelton.

As diferenças entre as edições de 2022 e 2025

As diferenças entre as duas edições são significativas:

  • Prefácio de Carlos Primati atualizado com novos textos.
  • Texto crítico de Rita von Hunty.
  • Investigação de referências por Cid Vale Ferreira.
  • Biografia do ator Max Schreck, pela professora e pesquisadora de cinema de horror Laura Cánepa;
  • Um possível texto feito por um dos participantes do filme de 1922.

O Sebo Clepsidra não só garante que os estudos a respeito de "Nosferatu" se mantenham atualizados, como também corrobora para que o mito dos vampiros siga mais imortal do que nunca.

___________

Gostou desse conteúdo? Compartilhe com um mortal que você sabe que também adora esses bebedores de sangue e não deixe de apoiar o projeto no Catarse. A campanha segue ativa até 02/02/2025.

Dayhara Martins
Redatora e revisora, fala de livros na internet há mais de 10 anos. Criadora do Raízes do Horror, um clube de leitura que foca em literatura de horror com o olhar para raça, classe e gênero.

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A origem do mito dos vampiros talvez seja mais nebulosa do que a existência - ou não - desses seres. Alguns estudiosos especulam que os bebedores de sangue surgiram na Grécia antiga, outros apontam que o surgimento se deu a partir de períodos históricos importantes da Inglaterra. No entanto, algo que não nos deixa dúvida alguma é a motivação por trás desse fascínio. Esses seres brincam com a ideia de morte e envelhecimento, oferecendo a dádiva da imortalidade para poucos. Por um preço, é claro. 

Para além do mistério do seu surgimento, essas figuras demonstram que bons clássicos não envelhecem. Para provar isso, "Nosferatu" se coloca como uma das maiores referências no cinema e na literatura de horror.

No post de hoje, você descobrirá mais sobre:

🍿 A origem polêmica deste clássico do cinema mudo
🎞️ As mudanças por trás do remake de 2024
📢 A edição revista e atualizada da novelização! Quer garantir sua edição exclusiva de "Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror (1925)"?  Apoie a campanha no Catarse aqui.

O que torna uma obra um clássico? 

Clássico
adjetivo

  • 1. que segue ou está de acordo com os cânones ou usos estabelecidos ou que é conforme com um ideal; tradicional.
  • 2. relativo à literatura, às artes ou à cultura da Antiguidade greco-latina.

A ideia de clássico, tanto na literatura quanto no cinema, precede a máxima de que é preciso que a obra represente não só os anseios da época, mas também inspire outras obras. É justamente o que acontece com "Nosferatu". Apesar do início conturbado, dos processos devido à acusação de plágio, a obra ganhou vida e garante o assombro de leitores e telespectadores há mais de um século.

"Nosferatu" (1922): da proibição ao renascimento

A Prana Film iniciou seus trabalhos em 1920. A ideia era se tornar uma referência na produção do cinema de horror. O primeiro projeto, “Drácula”, adaptaria o romance de Bram Stoker. Nesse período, o autor já havia falecido e a viúva de Stoker, Florence Stoker, decidiu não ceder qualquer direito para a produtora do filme. 

Apesar da proibição, a Prana Film seguiu adiante com o projeto, fazendo pequenas adaptações para que a referência ao clássico não ficasse tão evidente. Foi assim que, dois anos depois, o longa-metragem de "Nosferatu" foi lançado e Florence deu início a um processo por plágio.

A viúva venceu o processo, ficando com parte do lucro do lançamento e exigindo que as cópias do longa fossem destruídas. Esse foi o único trabalho da produtora que, anos depois, declarou falência.

No entanto, nem todas as cópias foram destruídas. Após a morte de Florence, "Nosferatu" ressurgiu das cinzas com mais sede de sangue do que nunca. Devido ao sucesso, a obra que nasceu no audiovisual acabou ganhando sua própria novelização, e passou a fazer sucesso (dessa vez da forma mais original possível) também na literatura.

O remake de 2024: o que muda na versão de Eggers?

Vampiros nunca saíram de moda. Seja pela ideia de seres sobrenaturais da alta classe, pelo conceito da imortalidade ou até mesmo a dicotomia entre o que somos e o que alguns desejam ser, de tempos em tempos as figuras vampirescas voltam ao centro do debate: "O vampiro, de Polidori, "Drácula", "Nosferatu", "Blácula", "Crepúsculo"… Existem referências para todos os gostos.

Lançado no final de 2024, "Nosferatu" é o novo filme de Robert Eggers que apresenta o clássico com considerações importantes. Apesar do ar de remake, Eggers recria no imaginário coletivo o mito do vampiro e oferece um ar humanizado para o personagem. Diferente da versão produzida pela Prana Film, o Conde Orlok, aqui interpretado por Bill Skarsgård, deixou de lado o visual de rato e ganhou ares que remontam à descendência original do personagem. Nessa versão, o personagem se parece com figuras históricas medievais da Ucrânia e da Romênia - com um ar mais cadavérico, é claro.

Outras mudanças também são evidentes: o vampiro deixa o pescoço de lado e decide atacar diretamente no peito, sem dar chance alguma às vítimas. Além disso, um novo personagem surge, o professor Albin Eberhart Von Franz, que é interpretado por Willem Dafoe.

Com excelente recepção do público e dos críticos do cinema, a obra tem tudo para se tornar um novo clássico. E, para acompanhar esse sucesso, a literatura de horror também vem se remodelando.

Uma edição atualizada da novela clássica

Em 2022 o Sebo Clepsidra lançou no Brasil a versão novelizada da história, originalmente publicada em 1925: "Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror". A campanha no Catarse foi um sucesso e celebrou os 100 anos do filme, garantindo 365% da meta inicial.

Agora, três anos depois, o famoso vampiro do expressionismo voltou! A editora está lançando a segunda edição da obra, revista e atualizada. Confira a campanha Nosferatu (1925), de Hughes Chelton.

As diferenças entre as edições de 2022 e 2025

As diferenças entre as duas edições são significativas:

  • Prefácio de Carlos Primati atualizado com novos textos.
  • Texto crítico de Rita von Hunty.
  • Investigação de referências por Cid Vale Ferreira.
  • Biografia do ator Max Schreck, pela professora e pesquisadora de cinema de horror Laura Cánepa;
  • Um possível texto feito por um dos participantes do filme de 1922.

O Sebo Clepsidra não só garante que os estudos a respeito de "Nosferatu" se mantenham atualizados, como também corrobora para que o mito dos vampiros siga mais imortal do que nunca.

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