Dá para fazer uma turnê nacional de forma independente? Apanhador Só mostra que sim

Poucos são os artistas que sem uma gravadora ou mega produtora por trás conseguem rodar os milhares de quilômetros que compõe nosso país de dimensões continentais. É preciso ter muita grana nos bolsos para investir: deslocamento, hospedagem, aluguel de espaço para os shows, equipamento, divulgação. Como driblar esses obstáculos? A Apanhador Só ensina:

O financiamento coletivo que nasceu do financiamento coletivo

O segundo álbum de inéditas do grupo, o revelador "Antes que tu Conte Outra", foi produzido graças a 716 pessoas que colaboraram financeiramente com a produção do disco através do Catarse. Como na maioria das campanhas da plataforma, cada faixa de valor de apoio dava direito a uma recompensa oferecida pela banda como forma de agradecimento. Quem colaborasse com R$ 500 recebia em troca um “show acústico sucateiro” na sua casa.

O que era mais uma recompensa na campanha de financiamento coletivo do disco superou as expectativas em termos de interesse do público. A Apanhador Só apresentou-se em 4 diferentes salas para algumas dezenas de pessoas que curtiam o show a poucos metros de distância. A proximidade com o público gerava uma intensa troca de energia que inspirou os músicos:

“e se fizéssemos uma turnê inteira tocando apenas nas salas das pessoas?”.

A turnê mais "crowd" do que "funding”

Sem querer querendo a Apanhador Só cortou do orçamento uma das maiores despesas em uma turnê independente: o aluguel de espaços para shows. Na verdade duas, já que a maioria das casas que toparam receber os shows também hospedaram os integrantes da banda. Além de reduzir gastos, a forma como a tudo aconteceu trouxe um legado ainda maior. “A gente não simplesmente saia de um hotel fazia o show e depois ia embora. O contato com os fãs era constante e isso, com certeza, reflete muito na forma que tocamos”, conta o  vocalista Alexandre Kumpinski.

Família que recebeu Apanhador Só em Maceió

Despedida da família que recebeu a banda em Maceió

Fazendo a grana rodar

O transporte da banda e do equipamento foi feito com um carro e o reboque comprados com os mais de R$ 103 mil arrecadados com o financiamento coletivo. O veículo agora foi colocado a venda e o todo o valor adquirido na transação será reinvestido na produção do terceiro álbum do grupo com lançamento previsto para 2017. Em vez de gastar o dinheiro com passagens, a trupe aplicou ele em um bem durável que traria algum retorno futuro. Saber aproveitar ao máximo todos os recursos é essencial.

Planejamento da turnê

Para definir a rota de "Na Sala de Estar" a solução foi simples: a banda perguntou para os fãs onde eles deveriam tocar. Através de uma enquete na fanpage do Apanhador Só no Facebook o público votou nas cidades que deveriam receber os shows. As mais votadas entraram no planejamento prévio da turnê. Uma vez definida as cidades, o próprio público atendeu a convocação e ofereceu suas casas e espaços para os shows. Teve até quem pediu emprestada a casa do avô que só escuta sertanejo.

Conselho: Cuidado com os jegues

Um jegue se jogou na frente do carro enquanto o grupo cruzava as estradas do Nordeste e quase colocou um fim na turnê. No final das contas tudo ocorreu bem e ninguém, incluindo o jegue, saiu ferido.

Esse não foi o único contratempo com o qual a banda teve de lidar. Em julho de 2015, pouco antes de partir em turnê, o grupo teve sua van arrombada e diversos equipamentos roubados em Santa Maria (RS). Porém, mais uma vez a colaboração de fãs e desconhecidos veio em auxílio aos meninos e eles conseguiram realizar o show com instrumentos emprestados e seguiram em frente com a viagem.

Tá, o grande conselho é… vá!

Exatamente dessas situações que a Apanhador Só tira o maior conselho que poderia dar a outros músicos que desejem se inspirar no projeto deles:

“A estrada parece ter um poder místico que faz com que todas as peças se encaixem. Mesmo que no inicio pareça que nada vai dar certo, depois tudo se ajeita com os encontros e oportunidades que aparecem pelo caminho. Apenas vá, acredite e caia na estrada.”

Provavelmente a banda gaúcha não descobriu a fórmula perfeita para uma turnê independente ou como financiar um disco no novo cenário da música. Mas junto do financiamento coletivo ela está trazendo novas soluções e uma coisa parece clara: a colaboração é o caminho. Experimente você também uma nova forma de realizar uma turnê e produzir um disco.

Catarse
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Poucos são os artistas que sem uma gravadora ou mega produtora por trás conseguem rodar os milhares de quilômetros que compõe nosso país de dimensões continentais. É preciso ter muita grana nos bolsos para investir: deslocamento, hospedagem, aluguel de espaço para os shows, equipamento, divulgação. Como driblar esses obstáculos? A Apanhador Só ensina:

O financiamento coletivo que nasceu do financiamento coletivo

O segundo álbum de inéditas do grupo, o revelador "Antes que tu Conte Outra", foi produzido graças a 716 pessoas que colaboraram financeiramente com a produção do disco através do Catarse. Como na maioria das campanhas da plataforma, cada faixa de valor de apoio dava direito a uma recompensa oferecida pela banda como forma de agradecimento. Quem colaborasse com R$ 500 recebia em troca um “show acústico sucateiro” na sua casa.

O que era mais uma recompensa na campanha de financiamento coletivo do disco superou as expectativas em termos de interesse do público. A Apanhador Só apresentou-se em 4 diferentes salas para algumas dezenas de pessoas que curtiam o show a poucos metros de distância. A proximidade com o público gerava uma intensa troca de energia que inspirou os músicos:

“e se fizéssemos uma turnê inteira tocando apenas nas salas das pessoas?”.

A turnê mais "crowd" do que "funding”

Sem querer querendo a Apanhador Só cortou do orçamento uma das maiores despesas em uma turnê independente: o aluguel de espaços para shows. Na verdade duas, já que a maioria das casas que toparam receber os shows também hospedaram os integrantes da banda. Além de reduzir gastos, a forma como a tudo aconteceu trouxe um legado ainda maior. “A gente não simplesmente saia de um hotel fazia o show e depois ia embora. O contato com os fãs era constante e isso, com certeza, reflete muito na forma que tocamos”, conta o  vocalista Alexandre Kumpinski.

Família que recebeu Apanhador Só em Maceió

Despedida da família que recebeu a banda em Maceió

Fazendo a grana rodar

O transporte da banda e do equipamento foi feito com um carro e o reboque comprados com os mais de R$ 103 mil arrecadados com o financiamento coletivo. O veículo agora foi colocado a venda e o todo o valor adquirido na transação será reinvestido na produção do terceiro álbum do grupo com lançamento previsto para 2017. Em vez de gastar o dinheiro com passagens, a trupe aplicou ele em um bem durável que traria algum retorno futuro. Saber aproveitar ao máximo todos os recursos é essencial.

Planejamento da turnê

Para definir a rota de "Na Sala de Estar" a solução foi simples: a banda perguntou para os fãs onde eles deveriam tocar. Através de uma enquete na fanpage do Apanhador Só no Facebook o público votou nas cidades que deveriam receber os shows. As mais votadas entraram no planejamento prévio da turnê. Uma vez definida as cidades, o próprio público atendeu a convocação e ofereceu suas casas e espaços para os shows. Teve até quem pediu emprestada a casa do avô que só escuta sertanejo.

Conselho: Cuidado com os jegues

Um jegue se jogou na frente do carro enquanto o grupo cruzava as estradas do Nordeste e quase colocou um fim na turnê. No final das contas tudo ocorreu bem e ninguém, incluindo o jegue, saiu ferido.

Esse não foi o único contratempo com o qual a banda teve de lidar. Em julho de 2015, pouco antes de partir em turnê, o grupo teve sua van arrombada e diversos equipamentos roubados em Santa Maria (RS). Porém, mais uma vez a colaboração de fãs e desconhecidos veio em auxílio aos meninos e eles conseguiram realizar o show com instrumentos emprestados e seguiram em frente com a viagem.

Tá, o grande conselho é… vá!

Exatamente dessas situações que a Apanhador Só tira o maior conselho que poderia dar a outros músicos que desejem se inspirar no projeto deles:

“A estrada parece ter um poder místico que faz com que todas as peças se encaixem. Mesmo que no inicio pareça que nada vai dar certo, depois tudo se ajeita com os encontros e oportunidades que aparecem pelo caminho. Apenas vá, acredite e caia na estrada.”

Provavelmente a banda gaúcha não descobriu a fórmula perfeita para uma turnê independente ou como financiar um disco no novo cenário da música. Mas junto do financiamento coletivo ela está trazendo novas soluções e uma coisa parece clara: a colaboração é o caminho. Experimente você também uma nova forma de realizar uma turnê e produzir um disco.

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