A importância do jornalismo a serviço dos direitos das mulheres

O jornalismo nunca parou no tempo. Já passou pelo papel impresso, pelo rádio, pela TV e agora vive também nas redes, plataformas e nas telas que carregamos no bolso. Mudaram as ferramentas, mudaram os formatos e, junto com eles, mudou também a forma de entender o que é fazer jornalismo.

O dicionário tem uma definição oficial para a palavra, e ela até cumpre seu papel; mas o jornalismo, na prática, é muito mais do que isso.

Interface gráfica do usuário, Texto, Aplicativo, EmailO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.
Reprodução: Dicionário Michaelis.

Até porque existe uma forma de fazer, entender e viver o jornalismo que não está escrita em nenhum dicionário. Um significado que é vivido todos os dias pelo Instituto AzMina, que em 2025 completa 10 anos transformando informação em ação, defendendo direitos e dando voz a quem quase nunca tem espaço.

AzMina: elas por elas, e também todos nós

Ao longo das décadas, movimentos feministas de diferentes épocas e lugares – das sufragistas que lutaram pelo voto das mulheres no século XIX, passando pelas vozes negras que denunciaram o racismo estrutural dentro e fora do feminismo, Marcha das Mulheres, Ni Una A Menos e muito mais – mostram que a transformação social é construída coletivamente, em rede, por quem se recusa a aceitar o silêncio e a invisibilidade.

Nesse cenário, o jornalismo independente se coloca como ferramenta fundamental: não apenas para informar, mas para dar voz, denunciar desigualdades e conectar pessoas em torno de causas que importam.

É exatamente esse compromisso coletivo que está no centro da atuação da AzMina, que desde 2015 mantém uma relação profunda com seu público. Natali Carvalho, Analista de Comunidade do Instituto AzMina, relata que: 

A conexão com a comunidade sempre esteve no nosso DNA. A maioria das nossas apoiadoras é feminista, acompanha nossa trajetória e entende que nosso jornalismo parte de princípios inegociáveis de equidade e justiça de gênero.

Essa sintonia com a comunidade reflete diretamente na abrangência do trabalho da AzMina, que vai além da produção de conteúdo. O Instituto atua para dialogar e fortalecer as causas das mulheres, pessoas negras e da comunidade LGBTQIAPN+ em todo o Brasil, ampliando vozes que historicamente foram silenciadas. Dessa forma, a AzMina se posiciona como parte de um movimento maior, construído coletivamente, em que a luta por direitos e reconhecimento ganha força e visibilidade.

Jornalismo construído para e pela comunidade

O jornalismo independente vive e respira por meio da participação ativa de quem acredita em seu impacto. Para a AzMina, essa relação vai muito além do simples ato de apoiar financeiramente. Natali conta:

Mantemos uma escuta ativa e aberta: ouvimos sugestões, observamos demandas, mas sem abrir mão da coerência editorial que guia a AzMina desde o início. Isso não quer dizer que não enfrentamos críticas e, inclusive, mensagens ofensivas – afinal, nosso trabalho incomoda e tensiona os padrões sociais.

Contudo, entre prós e contras, fato é que este modelo trouxe muitos pontos positivos e fortaleceu a relação da equipe do Instituto. Natali explica que, além de considerar a proximidade com as apoiadoras, “isso mudou nossa rotina: passamos a tomar decisões editoriais e estratégicas considerando também esse diálogo com quem acredita e investe no nosso trabalho.”

E para engajar e manter essa base, desde o início, a AzMina faz uso da nossa plataforma do Catarse para viabilizar o financiamento direto do público. Natali ressalta a importância do crowfunding:

Plataformas que facilitam esse tipo de financiamento coletivo são essenciais para a sustentabilidade do jornalismo independente. Elas nos permitem construir uma relação de confiança e transparência com nossas apoiadoras, algo fundamental para nosso trabalho.

Além disso, a AzMina transforma o ato de apoiar. Natali enfatiza: “Nossa principal estratégia é transformar o apoio em experiência de comunidade. As recompensas que oferecemos carregam significado – não são apenas brindes, mas símbolos da nossa missão.” Essas iniciativas incluem descontos em livros de editoras parceiras, acesso a oficinas, conteúdos exclusivos e uma comunicação próxima, reforçando que as apoiadoras são muito mais do que uma base financeira. A analista de comunidade faz jus ao seu cargo ao afirmar que: “Não vemos nossas apoiadoras apenas como base financeira; elas são uma extensão viva da nossa identidade.”

Para Natali, o sucesso das campanhas também está no envolvimento da equipe:

Todo ano, em março, lançamos uma nova campanha, e cada uma é um exercício de reinvenção. Mas o que mais faz diferença é o envolvimento da equipe inteira: ao final de cada campanha, fazemos uma reunião de balanço, em que todo mundo compartilha percepções e ideias para melhorar no próximo ciclo. Isso cria senso de pertencimento e fortalece nossas estratégias.

E para nós, do Catarse, é um orgulho fazer parte desses 10 anos da AzMina, garantindo a independência necessária para que sigam produzindo um jornalismo engajado, comprometido com a defesa dos direitos humanos e das causas sociais.

🤔 Quer entender melhor sobre financiamento coletivo? Confira porque campanhas são modelos de negócios sustentáveis

O passado, presente e futuro é d’AzMina

Uma década de jornalismo se passou e Natali lembra que “quando os direitos das mulheres ainda não eram pauta frequente, a gente já fazia questão de destacar esses temas com profundidade e compromisso.”

Ao longo desse tempo, o Instituto construiu uma trajetória marcada por transparência, prêmios, diversos projetos, campanhas e reportagens sobre política, sexualidade e saúde, maternidade, meio ambiente, raça e etnia, comportamento, cultura, ciência, esporte, dinheiro, feminismos, e um espaço acolhedor para leitoras compartilharem suas vivências – sempre com um olhar interseccional que dá voz a quem mais precisa.

Mas o olhar está também no presente e futuro. Agora AzMina tem um clube de leitura em parceria com o projeto História Guardada, para criar um espaço dedicado à discussão de literatura e feminismo – mais uma forma de fortalecer a conexão com as suas apoiadoras que amam ler.

Prometem colunas para trazerem temas inéditos com recorte racial com editorias para ampliar as pautas, sempre com participação ativa do público. E não para por aí: a AzMina investe em novos formatos e canais, como newsletter, Instagram, WhatsApp, TikTok, além de preparar seu primeiro longa documentário, que promete ser um marco na história do Instituto.

Na interseção entre tecnologia e feminismo, a AzMina também avança. Em breve, será lançada uma inteligência artificial com abordagem feminista, e um chatbot para democratizar informações sobre direitos reprodutivos. O trabalho de combate à violência de gênero segue com a expansão do app PenhaS e a criação de uma hub de tecnologias cívicas livres, iniciativas que contam com o apoio constante da comunidade.

Com essa força e compromisso, convidamos você a fazer parte dessa história. Por isso, reforçamos o emblema: Apoie. Leia. Lute com AzMina.

Lorena Camilo
Mestra em Estudos Literários na área de pesquisa Literaturas Modernas e Contemporâneas; e bacharel em Letras em duas ênfases, Estudos sobre Edição com formação complementar em Comunicação Social e em Estudos Literários pela UFMG. É editora, revisora e redatora, além de aficionada por arte e cultura pop.

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O jornalismo nunca parou no tempo. Já passou pelo papel impresso, pelo rádio, pela TV e agora vive também nas redes, plataformas e nas telas que carregamos no bolso. Mudaram as ferramentas, mudaram os formatos e, junto com eles, mudou também a forma de entender o que é fazer jornalismo.

O dicionário tem uma definição oficial para a palavra, e ela até cumpre seu papel; mas o jornalismo, na prática, é muito mais do que isso.

Interface gráfica do usuário, Texto, Aplicativo, EmailO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.
Reprodução: Dicionário Michaelis.

Até porque existe uma forma de fazer, entender e viver o jornalismo que não está escrita em nenhum dicionário. Um significado que é vivido todos os dias pelo Instituto AzMina, que em 2025 completa 10 anos transformando informação em ação, defendendo direitos e dando voz a quem quase nunca tem espaço.

AzMina: elas por elas, e também todos nós

Ao longo das décadas, movimentos feministas de diferentes épocas e lugares – das sufragistas que lutaram pelo voto das mulheres no século XIX, passando pelas vozes negras que denunciaram o racismo estrutural dentro e fora do feminismo, Marcha das Mulheres, Ni Una A Menos e muito mais – mostram que a transformação social é construída coletivamente, em rede, por quem se recusa a aceitar o silêncio e a invisibilidade.

Nesse cenário, o jornalismo independente se coloca como ferramenta fundamental: não apenas para informar, mas para dar voz, denunciar desigualdades e conectar pessoas em torno de causas que importam.

É exatamente esse compromisso coletivo que está no centro da atuação da AzMina, que desde 2015 mantém uma relação profunda com seu público. Natali Carvalho, Analista de Comunidade do Instituto AzMina, relata que: 

A conexão com a comunidade sempre esteve no nosso DNA. A maioria das nossas apoiadoras é feminista, acompanha nossa trajetória e entende que nosso jornalismo parte de princípios inegociáveis de equidade e justiça de gênero.

Essa sintonia com a comunidade reflete diretamente na abrangência do trabalho da AzMina, que vai além da produção de conteúdo. O Instituto atua para dialogar e fortalecer as causas das mulheres, pessoas negras e da comunidade LGBTQIAPN+ em todo o Brasil, ampliando vozes que historicamente foram silenciadas. Dessa forma, a AzMina se posiciona como parte de um movimento maior, construído coletivamente, em que a luta por direitos e reconhecimento ganha força e visibilidade.

Jornalismo construído para e pela comunidade

O jornalismo independente vive e respira por meio da participação ativa de quem acredita em seu impacto. Para a AzMina, essa relação vai muito além do simples ato de apoiar financeiramente. Natali conta:

Mantemos uma escuta ativa e aberta: ouvimos sugestões, observamos demandas, mas sem abrir mão da coerência editorial que guia a AzMina desde o início. Isso não quer dizer que não enfrentamos críticas e, inclusive, mensagens ofensivas – afinal, nosso trabalho incomoda e tensiona os padrões sociais.

Contudo, entre prós e contras, fato é que este modelo trouxe muitos pontos positivos e fortaleceu a relação da equipe do Instituto. Natali explica que, além de considerar a proximidade com as apoiadoras, “isso mudou nossa rotina: passamos a tomar decisões editoriais e estratégicas considerando também esse diálogo com quem acredita e investe no nosso trabalho.”

E para engajar e manter essa base, desde o início, a AzMina faz uso da nossa plataforma do Catarse para viabilizar o financiamento direto do público. Natali ressalta a importância do crowfunding:

Plataformas que facilitam esse tipo de financiamento coletivo são essenciais para a sustentabilidade do jornalismo independente. Elas nos permitem construir uma relação de confiança e transparência com nossas apoiadoras, algo fundamental para nosso trabalho.

Além disso, a AzMina transforma o ato de apoiar. Natali enfatiza: “Nossa principal estratégia é transformar o apoio em experiência de comunidade. As recompensas que oferecemos carregam significado – não são apenas brindes, mas símbolos da nossa missão.” Essas iniciativas incluem descontos em livros de editoras parceiras, acesso a oficinas, conteúdos exclusivos e uma comunicação próxima, reforçando que as apoiadoras são muito mais do que uma base financeira. A analista de comunidade faz jus ao seu cargo ao afirmar que: “Não vemos nossas apoiadoras apenas como base financeira; elas são uma extensão viva da nossa identidade.”

Para Natali, o sucesso das campanhas também está no envolvimento da equipe:

Todo ano, em março, lançamos uma nova campanha, e cada uma é um exercício de reinvenção. Mas o que mais faz diferença é o envolvimento da equipe inteira: ao final de cada campanha, fazemos uma reunião de balanço, em que todo mundo compartilha percepções e ideias para melhorar no próximo ciclo. Isso cria senso de pertencimento e fortalece nossas estratégias.

E para nós, do Catarse, é um orgulho fazer parte desses 10 anos da AzMina, garantindo a independência necessária para que sigam produzindo um jornalismo engajado, comprometido com a defesa dos direitos humanos e das causas sociais.

🤔 Quer entender melhor sobre financiamento coletivo? Confira porque campanhas são modelos de negócios sustentáveis

O passado, presente e futuro é d’AzMina

Uma década de jornalismo se passou e Natali lembra que “quando os direitos das mulheres ainda não eram pauta frequente, a gente já fazia questão de destacar esses temas com profundidade e compromisso.”

Ao longo desse tempo, o Instituto construiu uma trajetória marcada por transparência, prêmios, diversos projetos, campanhas e reportagens sobre política, sexualidade e saúde, maternidade, meio ambiente, raça e etnia, comportamento, cultura, ciência, esporte, dinheiro, feminismos, e um espaço acolhedor para leitoras compartilharem suas vivências – sempre com um olhar interseccional que dá voz a quem mais precisa.

Mas o olhar está também no presente e futuro. Agora AzMina tem um clube de leitura em parceria com o projeto História Guardada, para criar um espaço dedicado à discussão de literatura e feminismo – mais uma forma de fortalecer a conexão com as suas apoiadoras que amam ler.

Prometem colunas para trazerem temas inéditos com recorte racial com editorias para ampliar as pautas, sempre com participação ativa do público. E não para por aí: a AzMina investe em novos formatos e canais, como newsletter, Instagram, WhatsApp, TikTok, além de preparar seu primeiro longa documentário, que promete ser um marco na história do Instituto.

Na interseção entre tecnologia e feminismo, a AzMina também avança. Em breve, será lançada uma inteligência artificial com abordagem feminista, e um chatbot para democratizar informações sobre direitos reprodutivos. O trabalho de combate à violência de gênero segue com a expansão do app PenhaS e a criação de uma hub de tecnologias cívicas livres, iniciativas que contam com o apoio constante da comunidade.

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