10 anos de Mola: o projeto financiado no Catarse que revolucionou o setor de tecnologia

Há vinte anos, Márcio Sequeira percebeu uma lacuna no ensino de engenharia e arquitetura: a dificuldade de entender o comportamento das estruturas, que era ensinado de forma abstrata e teórica. A solução? Criar uma ferramenta prática e interativa que simulasse o comportamento real de estruturas, como vigas, pilares e treliças, usando peças físicas. Assim nasceu o Mola, um sistema que transformou o ensino de estruturas e se consolidou como um marco na tecnologia educacional.

Ao longo dos anos, o Mola evoluiu e alcançou um impacto imenso, tornando-se uma referência tanto no Brasil quanto internacionalmente. O Catarse se orgulha de ter feito parte dessa trajetória inovadora, impulsionando o projeto desde suas primeiras campanhas de financiamento. Quer saber mais sobre essa história? Vem com a gente!

Do conceito ao sucesso: a trajetória do Mola

Em 2004, Márcio Sequeira teve uma visão inovadora para o ensino de estruturas, buscando uma alternativa à teoria abstrata e à dificuldade de visualização que predominava na educação dos cursos de Engenharia e Arquitetura. Inicialmente, idealizou a solução e criou protótipos usando madeira, plástico e até borracha. Mas foi ao descobrir a combinação de molas, ímãs e conectores que encontrou a peça-chave para desenvolver seu projeto. Ele continuou a aprimorar a ideia durante seu mestrado, e persistiu em transformar sua visão em realidade.

Em 2014, Márcio lançou o Mola por meio de uma campanha de financiamento coletivo aqui, no Catarse. O projeto rapidamente conquistou a atenção de engenheiros, arquitetos e educadores, tornando-se a maior campanha de crowdfunding do Brasil na época, com mais de 1500 apoiadores de 30 países. O sucesso com o uso da nossa plataforma inspirou Márcio a seguir apostando no financiamento coletivo, que se tornou um pilar fundamental para o Mola, permitindo não apenas arrecadar os recursos necessários, mas também engajar uma comunidade global de apoiadores.

Dois anos depois, em 2016, foi o momento de lançar Mola 2, projeto que introduziu novos tamanhos e funcionalidades, ampliando a flexibilidade e criatividade do projeto estrutural inicial. A campanha arrecadou R$ 700.273, superando a meta estabelecida e demonstrando o forte suporte de pesquisadores, estudantes e comunidade de apoiadores.

Em 2019, o Mola fez sua estreia internacional ao migrar para a plataforma Kickstarter, visando ampliar seu alcance global. “O projeto evoluiu muito desde o início. A demanda excedeu nossas expectativas, e continuamos aprimorando o sistema para atender às necessidades de estudantes e profissionais”, reflete Márcio. O Mola 3, nessa terceira versão do projeto, trouxe refinamentos adicionais e se consolidou como uma ferramenta essencial para o ensino de estruturas.

Com o crescimento exponencial, Márcio percebeu a necessidade de expandir o projeto. “Após a campanha do Mola 3, conseguimos estruturar melhor a operação da empresa. Hoje, em 2024, somos nove pessoas no time”, conta Márcio.

Agora, após uma década de inovação e sucesso, o Mola se preparou para seu próximo grande passo: o Mola 4. Esta nova versão promete levar o ensino de estruturas a um nível ainda mais avançado, continuando a transformar a educação e a prática profissional.

Até o momento em que envio este texto para ser publicado, a meta não apenas foi alcançada, como também foi ultrapassada em 25%, com apoiadores de 37 países diferentes. Reforço aqui o convite, tanto para quem já conhece quanto para quem nunca ouviu falar do Mola, para conferir a campanha e dar o seu apoio.

A importância do Mola no ensino e nos projetos estruturais

A fama do Mola chegou até instituições de ensino de renome, e uma delas é o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em 2017, a professora Tal Cohen entrou em contato com Márcio após ter visto o Mola sendo utilizado em uma universidade na Suíça. Ela relatou o interesse em adotar o sistema em suas aulas, já que o ensino de estruturas no MIT seguia métodos tradicionais, distantes da realidade prática. 

Esses kits cuidadosamente projetados permitem que alunos de todos os níveis aprendam de forma interativa os princípios básicos do projeto estrutural. Esta experiência prática inestimável capacita-os a aplicar estes princípios básicos ao projeto de estruturas em grande escala.
- Dr. Eng. Tal Cohen, Prof. at MIT, USA.

Desde então, o Mola é usado em diferentes disciplinas, onde os alunos utilizam o sistema para simular terremotos em mesas vibratórias no laboratório de estruturas. “Hoje o trabalho final de conclusão da disciplina de dinâmica no MIT é um projeto onde os aulos trabalham durante aproximadamente um mês utilizando o Sistema Estrutural Mola, fazendo simulações de terremotos em mesas vibratórias no laboratório de estruturas”, conta Márcio, que, em setembro deste ano, voltará ao MIT como professor convidado para ministrar uma aula na disciplina Dinâmica das Estruturas (Structural Dynamics) sobre o uso do sistema.

E o reconhecimento internacional não para por aí. Um projeto particularmente interessante, que Márcio considera revolucionário, está em andamento na Espanha: a passarela pênsil que conectará Portugal à Espanha. O Mola foi utilizado como ferramenta de design no desenvolvimento desta estrutura inovadora. Este projeto destaca como o Mola pode transformar ideias abstratas em soluções reais e tangíveis. Para saber mais sobre essa aplicação, você pode conferir o artigo do blog do Mola detalhado aqui.

Inclusive, diversos estudantes e profissionais já relataram o impacto positivo do Mola em suas carreiras, enfatizando como ele torna o entendimento das estruturas mais claro e prático, e vale a pena conferir na seção “Depoimentos” no site

O futuro do Mola: mais que um modelo, uma metodologia

Ao explorar a evolução do Mola, aproveitei para perguntar ao Márcio sobre suas visões passadas e futuras para o projeto. Ele refletiu sobre o início do Mola, quando o foco era estabelecer a ferramenta como um recurso eficaz para o ensino e simulação de estruturas. “Naquele tempo, nossa energia estava concentrada em resolver o desafio do modelo físico e em como simular estruturas reais”, compartilhou o idealizador.

Sobre o futuro, Márcio revelou que, além da campanha do Mola 4, que conta com seu apoio, as inovações continuam. “Estamos com o Mola 5 bem planejado e também desenvolvendo novos produtos e acessórios para complementar o sistema”, adiantou ele. “Temos muitas novidades a caminho e estamos empolgados com o que vem por aí.”

Essas palavras não apenas destacam a evolução contínua do Mola, como consolidam a alma desse projeto, que é oferecer um vislumbre de um futuro dinâmico e inovador, prometendo avanços significativos no ensino e na prática das estruturas.

Lorena Camilo
Mestra em Estudos Literários na área de pesquisa Literaturas Modernas e Contemporâneas; e bacharel em Letras em duas ênfases, Estudos sobre Edição com formação complementar em Comunicação Social e em Estudos Literários pela UFMG. É editora, revisora e redatora, além de aficionada por arte e cultura pop.

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10 anos de Mola: o projeto financiado no Catarse que revolucionou o setor de tecnologia

Há vinte anos, Márcio Sequeira percebeu uma lacuna no ensino de engenharia e arquitetura: a dificuldade de entender o comportamento das estruturas, que era ensinado de forma abstrata e teórica. A solução? Criar uma ferramenta prática e interativa que simulasse o comportamento real de estruturas, como vigas, pilares e treliças, usando peças físicas. Assim nasceu o Mola, um sistema que transformou o ensino de estruturas e se consolidou como um marco na tecnologia educacional.

Ao longo dos anos, o Mola evoluiu e alcançou um impacto imenso, tornando-se uma referência tanto no Brasil quanto internacionalmente. O Catarse se orgulha de ter feito parte dessa trajetória inovadora, impulsionando o projeto desde suas primeiras campanhas de financiamento. Quer saber mais sobre essa história? Vem com a gente!

Do conceito ao sucesso: a trajetória do Mola

Em 2004, Márcio Sequeira teve uma visão inovadora para o ensino de estruturas, buscando uma alternativa à teoria abstrata e à dificuldade de visualização que predominava na educação dos cursos de Engenharia e Arquitetura. Inicialmente, idealizou a solução e criou protótipos usando madeira, plástico e até borracha. Mas foi ao descobrir a combinação de molas, ímãs e conectores que encontrou a peça-chave para desenvolver seu projeto. Ele continuou a aprimorar a ideia durante seu mestrado, e persistiu em transformar sua visão em realidade.

Em 2014, Márcio lançou o Mola por meio de uma campanha de financiamento coletivo aqui, no Catarse. O projeto rapidamente conquistou a atenção de engenheiros, arquitetos e educadores, tornando-se a maior campanha de crowdfunding do Brasil na época, com mais de 1500 apoiadores de 30 países. O sucesso com o uso da nossa plataforma inspirou Márcio a seguir apostando no financiamento coletivo, que se tornou um pilar fundamental para o Mola, permitindo não apenas arrecadar os recursos necessários, mas também engajar uma comunidade global de apoiadores.

Dois anos depois, em 2016, foi o momento de lançar Mola 2, projeto que introduziu novos tamanhos e funcionalidades, ampliando a flexibilidade e criatividade do projeto estrutural inicial. A campanha arrecadou R$ 700.273, superando a meta estabelecida e demonstrando o forte suporte de pesquisadores, estudantes e comunidade de apoiadores.

Em 2019, o Mola fez sua estreia internacional ao migrar para a plataforma Kickstarter, visando ampliar seu alcance global. “O projeto evoluiu muito desde o início. A demanda excedeu nossas expectativas, e continuamos aprimorando o sistema para atender às necessidades de estudantes e profissionais”, reflete Márcio. O Mola 3, nessa terceira versão do projeto, trouxe refinamentos adicionais e se consolidou como uma ferramenta essencial para o ensino de estruturas.

Com o crescimento exponencial, Márcio percebeu a necessidade de expandir o projeto. “Após a campanha do Mola 3, conseguimos estruturar melhor a operação da empresa. Hoje, em 2024, somos nove pessoas no time”, conta Márcio.

Agora, após uma década de inovação e sucesso, o Mola se preparou para seu próximo grande passo: o Mola 4. Esta nova versão promete levar o ensino de estruturas a um nível ainda mais avançado, continuando a transformar a educação e a prática profissional.

Até o momento em que envio este texto para ser publicado, a meta não apenas foi alcançada, como também foi ultrapassada em 25%, com apoiadores de 37 países diferentes. Reforço aqui o convite, tanto para quem já conhece quanto para quem nunca ouviu falar do Mola, para conferir a campanha e dar o seu apoio.

A importância do Mola no ensino e nos projetos estruturais

A fama do Mola chegou até instituições de ensino de renome, e uma delas é o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em 2017, a professora Tal Cohen entrou em contato com Márcio após ter visto o Mola sendo utilizado em uma universidade na Suíça. Ela relatou o interesse em adotar o sistema em suas aulas, já que o ensino de estruturas no MIT seguia métodos tradicionais, distantes da realidade prática. 

Esses kits cuidadosamente projetados permitem que alunos de todos os níveis aprendam de forma interativa os princípios básicos do projeto estrutural. Esta experiência prática inestimável capacita-os a aplicar estes princípios básicos ao projeto de estruturas em grande escala.
- Dr. Eng. Tal Cohen, Prof. at MIT, USA.

Desde então, o Mola é usado em diferentes disciplinas, onde os alunos utilizam o sistema para simular terremotos em mesas vibratórias no laboratório de estruturas. “Hoje o trabalho final de conclusão da disciplina de dinâmica no MIT é um projeto onde os aulos trabalham durante aproximadamente um mês utilizando o Sistema Estrutural Mola, fazendo simulações de terremotos em mesas vibratórias no laboratório de estruturas”, conta Márcio, que, em setembro deste ano, voltará ao MIT como professor convidado para ministrar uma aula na disciplina Dinâmica das Estruturas (Structural Dynamics) sobre o uso do sistema.

E o reconhecimento internacional não para por aí. Um projeto particularmente interessante, que Márcio considera revolucionário, está em andamento na Espanha: a passarela pênsil que conectará Portugal à Espanha. O Mola foi utilizado como ferramenta de design no desenvolvimento desta estrutura inovadora. Este projeto destaca como o Mola pode transformar ideias abstratas em soluções reais e tangíveis. Para saber mais sobre essa aplicação, você pode conferir o artigo do blog do Mola detalhado aqui.

Inclusive, diversos estudantes e profissionais já relataram o impacto positivo do Mola em suas carreiras, enfatizando como ele torna o entendimento das estruturas mais claro e prático, e vale a pena conferir na seção “Depoimentos” no site

O futuro do Mola: mais que um modelo, uma metodologia

Ao explorar a evolução do Mola, aproveitei para perguntar ao Márcio sobre suas visões passadas e futuras para o projeto. Ele refletiu sobre o início do Mola, quando o foco era estabelecer a ferramenta como um recurso eficaz para o ensino e simulação de estruturas. “Naquele tempo, nossa energia estava concentrada em resolver o desafio do modelo físico e em como simular estruturas reais”, compartilhou o idealizador.

Sobre o futuro, Márcio revelou que, além da campanha do Mola 4, que conta com seu apoio, as inovações continuam. “Estamos com o Mola 5 bem planejado e também desenvolvendo novos produtos e acessórios para complementar o sistema”, adiantou ele. “Temos muitas novidades a caminho e estamos empolgados com o que vem por aí.”

Essas palavras não apenas destacam a evolução contínua do Mola, como consolidam a alma desse projeto, que é oferecer um vislumbre de um futuro dinâmico e inovador, prometendo avanços significativos no ensino e na prática das estruturas.

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