O homem que não secou por dentro

Não é preciso descer muito a timeline do perfil de Stefano Volp no Twitter para encontrar uma série de depoimentos de pessoas impactadas por seus livros. Pessoas de diferentes idades, gêneros, cores e estilos se impressionam com frases da obra, como mostra este tweet: “'Não seque por dentro', diz o livro Homens pretos (não) choram. E foi aí que eu chorei”.

É importante dizer que quando falamos de Stefano Volp, podemos comentar sobre, no mínimo, cinco frentes: a editora Escureceu; o Clube Caixa Preta; o autor de livros tocantes que viralizaram; o profissional por trás destes empreendimentos e o homem negro LGBTQIA+ que cria todas essas histórias.

“Tenho um público que me acompanha muito bem, tanto nas minhas escritas quanto na minha Editora e no Clube, que hoje tem cerca de 500 apoiadores mensais. Por conta deles, inclusive, cheguei com meus livros em casas editoriais mais tradicionais. E isso tem conexão com o poder da comunidade, algo muito característico do financiamento coletivo”, conta Stefano. E essa troca não para por aí, já que novos projetos vão sendo sugeridos pelos próprios apoiadores: “A gente tem muita vontade de lançar autores contemporâneos que são pedidos regularmente pelas redes. Quem sabe em 2022?”.

Para explicar melhor: a Editora Escureceu tem como objetivo resgatar clássicos escritos por autores negros, muitas vezes trazendo textos inéditos ou esquecidos. Alguns títulos publicados são os incríveis “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, fora do mercado há 10 anos; "Não Tão Branca", de Jessie Redmon Fauset, dentre outros raros e ainda sem tradução para o português.

Já no Clube da Caixa Preta, um clube do livro mensal que resgata e envia contos em formato digital para seus apoiadores, “a gente já resgatou texto de 1860, e ainda assim são autores que os leitores não sabem que eram pessoas negras”, explica Volp. “Aliás, 98% dos contos traduzidos no clube são inéditos em português e no Brasil, então nosso objetivo é o de ampliar vozes desconhecidas por aqui”. E é uma via de mão dupla. No começo de novembro de 2021, em seu perfil no Twitter, Volp dizia: “Na curadoria do #ClubedaCaixaPreta, descobri e me apaixonei pelo Rudolph Fisher este ano”.

E, caso ainda não tenha ficado claro, tudo isso acontece por meio do Catarse. “Estamos vendendo uma ideia, não é dinheiro ou esmola. É um trabalho constante de tentar ressignificar ou significar mesmo:

Tatiany Leite
Tatiany Leite é jornalista formada pela FMU. Já trabalhou na MTV e também como coordenadora de produção do Youtube Space em São Paulo. Atualmente, é youtuber do canal Vá Ler um Livro em parceria com Augusto Assis.

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O homem que não secou por dentro

Não é preciso descer muito a timeline do perfil de Stefano Volp no Twitter para encontrar uma série de depoimentos de pessoas impactadas por seus livros. Pessoas de diferentes idades, gêneros, cores e estilos se impressionam com frases da obra, como mostra este tweet: “'Não seque por dentro', diz o livro Homens pretos (não) choram. E foi aí que eu chorei”.

É importante dizer que quando falamos de Stefano Volp, podemos comentar sobre, no mínimo, cinco frentes: a editora Escureceu; o Clube Caixa Preta; o autor de livros tocantes que viralizaram; o profissional por trás destes empreendimentos e o homem negro LGBTQIA+ que cria todas essas histórias.

“Tenho um público que me acompanha muito bem, tanto nas minhas escritas quanto na minha Editora e no Clube, que hoje tem cerca de 500 apoiadores mensais. Por conta deles, inclusive, cheguei com meus livros em casas editoriais mais tradicionais. E isso tem conexão com o poder da comunidade, algo muito característico do financiamento coletivo”, conta Stefano. E essa troca não para por aí, já que novos projetos vão sendo sugeridos pelos próprios apoiadores: “A gente tem muita vontade de lançar autores contemporâneos que são pedidos regularmente pelas redes. Quem sabe em 2022?”.

Para explicar melhor: a Editora Escureceu tem como objetivo resgatar clássicos escritos por autores negros, muitas vezes trazendo textos inéditos ou esquecidos. Alguns títulos publicados são os incríveis “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, fora do mercado há 10 anos; "Não Tão Branca", de Jessie Redmon Fauset, dentre outros raros e ainda sem tradução para o português.

Já no Clube da Caixa Preta, um clube do livro mensal que resgata e envia contos em formato digital para seus apoiadores, “a gente já resgatou texto de 1860, e ainda assim são autores que os leitores não sabem que eram pessoas negras”, explica Volp. “Aliás, 98% dos contos traduzidos no clube são inéditos em português e no Brasil, então nosso objetivo é o de ampliar vozes desconhecidas por aqui”. E é uma via de mão dupla. No começo de novembro de 2021, em seu perfil no Twitter, Volp dizia: “Na curadoria do #ClubedaCaixaPreta, descobri e me apaixonei pelo Rudolph Fisher este ano”.

E, caso ainda não tenha ficado claro, tudo isso acontece por meio do Catarse. “Estamos vendendo uma ideia, não é dinheiro ou esmola. É um trabalho constante de tentar ressignificar ou significar mesmo:

Que SIM, a Editora aposta no coletivo, que acredita na aposta coletiva, mas que valoriza o seu produto. Nós temos algo bom para oferecer, uma equipe profissional e disposta a fazer acontecer e para isso precisamos de apoio”, conta, “então, eu acredito, que tudo se resume a uma boa estratégia e tentar furar bolhas”.

Este texto já falou sobre a editora Escureceu, o Clube Caixa Preta e o profissional e estrategista por trás das campanhas e negócios. Mas, a base de tudo isso é um homem tridimensional que gostaria de ter se visto mais em textos e livros.

“Para mim, é essencial que pessoas como eu apareçam em minhas histórias. Eu sempre quis me ver em outras histórias. Então, tem que estar lá! Agora, a forma como a gente coloca, vende, e fura bolha, realmente precisa de estratégia, verdade e vontade também”.
Tatiany Leite
 conversou com
Stefano Volp
Editora Escureceu

Sobre quem falamos nessa história

Stefano Volp
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