“A Grão é uma livraria bem pequena”, conta Jakeline de Azevedo, de Recife (PE). “Trabalhamos na modalidade itinerante, participando de eventos e feiras, desde 2018. E com a pandemia não tivemos mais como trabalhar dessa maneira”.
A Grão é só um dos exemplos de pequenos agentes do livro que têm sido afetados pela pandemia há quase dois anos. Assim que o espectro de distanciamento social, lockdowns e quarentenas se abateu sobre o Brasil no início de 2020, todo o mercado editorial ficou abalado. Se as pessoas estavam preocupadas com coisas essenciais para a sobrevivência, como saúde e emprego, quando é que iam dar bola para livros?
Sustentando um papel importante principalmente junto ao setor independente e de pequenas empresas do mercado editorial brasileiro, o Catarse resolveu tomar uma atitude. E uma atitude rápida: ainda no primeiro semestre de 2020, o Fundo +LIVROS buscou arrecadar recursos financeiros para autores, editoras e livrarias diante de um baque financeiro arrasador. Uma coleta inédita de doações, que vieram de apoiadores individuais e de grandes empresas, para que esses pequenos agentes tivessem um respiro financeiro e, com sorte, uma fagulha de investimento em seus ofícios durante os primeiros meses de pandemia.
Foram 689 agentes do livro inscritos para serem beneficiados. Com 1100 apoiadores e R$ 485 mil arrecadados, o projeto conseguiu enviar recursos para 106 inscritos: 35 livrarias – como a Grão –, 36 autores e 35 editoras espalhados por todas as regiões do Brasil.